Poucos estados brasileiros podem ostentar cofres cheios e compromissos financeiros estritamente em dia – folha de pagamento, fornecedores e prestadores de serviço quitados – como o Tocantins
Por Edson Rodrigues
De estado deficitário e na “lista negra” dos devedores da União, o Tocantins realizou, nos últimos anos, um trabalho de ajuste fiscal de excelência que readequou as finanças públicas, transformando nossa economia em um coração pulsante, habilitado a receber todos os tipos de recursos federais, desde emendas impositivas a convênios e ações sociais, em pleno choque econômico causado pela pandemia de Covid-19 que assola o mundo.
Secretário Sandro Henrique Armando
O Tocantins foi capaz de reforçar os cofres da Saúde Pública ao mesmo tempo em que investia em obras de infraestrutura básica, ações sociais, pavimentação e recuperação de rodovias e obras de estado, como a nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional e os Hospitais Regionais de Gurupi e Araguaína, os programas “TO Mais Jovem” e “Tocando em Frente”, graças a um trabalho elogiável dos técnicos da secretaria da Fazenda, comandados pelo eficiente secretário Sandro Henrique Armando, em atendimento às determinações do governador Mauro Carlesse.
NOVO CENÁRIO E A SUCESSÃO ESTADUAL
O governador em exercício, Wanderlei Barbosa, após o afastamento de Mauro Carlesse, se posicionou, como sempre, como um político comedido e humilde, lembrando que ele tinha chances zero de se tornar um candidato competitivo ao governo, o que fez com que Carlesse lançasse o nome de um técnico – Sandro Henrique Armando – para sua sucessão, com total apoio do Palácio Araguaia.
As circunstância, agora, mudaram, como vimos sempre alertando em nossos editorias e em nossas análises, quanto à dinâmica incessante da política, que poderia levar boa parte dos nomes citados na atual conjuntura da disputa pelo governo, a nem estar presentes na configuração final para a eleição, em 2022.
Assim como O Observatório Político de O Paralelo 13 também já alertou que, talvez esta semana, uma nova ou novas operações da Polícia Federal podem acontecer, demandadas pelas possíveis confissões ou delações premiadas, e que ainda há muita coisa por vir, inclusive com a inclusão de membros de outros Poderes engtre os investigados.
Trocando em miúdos, o Tocantins passa, hoje, por um dos momentos políticos mais sérios e preocupantes desde a sua criação e emancipação política, ocasião em que muitas verdades podem vir às claras. Fatos e situações que, mesmo sem condenações, vão revelar bastidores nada republicanos da nossa política.
Não queremos – nem podemos – revelar ou citar nada, enquanto tudo não estiver transitado e julgado, mas podemos adiantar que muitas revelações vão mexer nos alicerces da política tocantinense, em que tudo pode – ou não – acontecer.
A OPORTUNIDADE DE WANDERLEI
Governador em exercício Wanderlei Barbosa
O único político tocantinense que se encontra em condições de mostrar preparo pessoal e habilidade, a ponto de viabilizar seu nome como uma opção de força no tabuleiro sucessório, é o governador interino Wanderlei Barbosa. Ele assume um Estado com as finanças equilibradas, com dinheiro em caixa, com um dos maiores programas sociais em desenvolvimento no País, com obras em execução e a iniciar em profusão, bastando os reajustes de prioridades. Dando continuidade ao que já está em andamento, Wanderlei Barbosa estará se colocando de forma consistente no tabuleiro sucessório, com grandes chances de ter uma performance destacada nas urnas.
O único porém é que Wanderlei Barbosa terá que fazer um reajuste na equipe de auxiliares e aguardar o julgamento da liminar impetrada pela defesa de Mauro Carlesse. Caso a recondução de Carlesse ao cargo seja negada pela Justiça, Wanderlei Barbosa aterá que formular sua equipe de governo de acordo com as diretrizes da Justiça Federal, que pode tirar dos cargos alguns dos atuais auxiliares.
SUCESSÃO CONCENSUAL?
Diante dos fatos já ocorridos quanto à cassações de governadores, suspensão de exercício de mandatos e operações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal em território tocantinense, e a possibilidade da atual ação atingir membros de outros poderes e outros auxiliares, existe a possibilidade do eleitorado tocantinense transformar a eleição de 2022 em um pleito consensual, uma escolha entre o que vem dando certo e a incerteza. Mas isso nãos era automático, muito menos fácil.
Vai depender das novidades que estão por surgir, por conta da ação dos competentes homens e mulheres da Polícia Federal.
São mais de um milhão de eleitores de todas as idades, cores, crenças, opções sociais e ideologias, aptos a exercer seu direito e dever de voto. Por enquanto, 99% deles estão muito impactados com a atual situação socioeconômica, de inflação, desemprego e risco de saúde. Certamente, todos vão associar essa situação ao que for descoberto e revelado nessas operações da Justiça Federal no Tocantins.
Logo, ainda há muita água para rolar sob a ponte chamada “Tocantins”, até que se possa falar em nomes fortes para a sucessão estadual.
Por hoje é só!