Alguns agentes públicos do Tocantins continuam teimando em subestimar a inteligência e a competência dos membros do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, nas investigações de práticas não republicanas – corrupção em todos os níveis, em outras palavras. Desta vez, os flagrados foram os prefeitos de Cristalândia, Cleiton Cantuário Batatinha (PSB), e de Peixe, José Augusto Bezerra Lopes (DEM)
Por Edson Rodrigues
Os dois prefeitos foram afastados de seus cargos por tempo indeterminado, pois recaem sobre eles as garras da Operação Direct, que busca desarticular um suposto esquema de fraudes no transporte escolar. Os contratos investigados passam de R$ 13 milhões.
As investigações da Polícia Federal apontam que os prefeitos supostamente estavam recebendo propina de uma empresa que presta serviços de transporte escolar desde 2017.
A informação é de que a empresa teria vencido licitações após direcionamento. Segundo as investigações foram encontrados vários depósitos de propinas em contas bancárias que seriam ligadas aos prefeitos, no mesmo período em que ocorreram as contratações.
Há uma ordem de prisão é contra um empresário de Aliança do Tocantins que ainda está sendo procurado pelos agentes. Segundo a PF, durante as investigações foi constatado que a empresa não tinha funcionários, o que indica se tratar de negócio de fachada.
As Prefeituras de Peixe e de Cristalândia disseram que foram notificadas e colaboram com as investigações. Ambas informaram que os prefeitos vão recorrer do afastamento.
Os investigados poderão responder pelos crimes de fraude à licitação, desvio de verbas públicas, corrupção ativa, corrupção passiva e associação criminosa, cujas penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão. O nome da Operação faz referência à relação “direta” e pessoal existente entre o empresário e os agentes públicos, com a existência de favorecimentos entre as partes.
Ao que tudo indica, pela robustez das provas, nem Batatinha, muito menos José Bezerra retornam aos seus cargos, sendo que Batatinha ainda estava em plena pré-campanha para reeleição.
MAIS POR VIR
Infelizmente, há muito tempo, o Tocantins vem fazendo parte negativa do noticiário nacional como berço de ações envolvendo agentes públicos e corrupção. A Polícia Federal, que vem executando sempre com competência, as ações autorizadas pela Justiça Federal que, agora, adotaram um novo sistema de ação que é o imediato bloqueio dos bens dos envolvidos, tanto dos corruptos quanto dos corruptores, atingindo, assim, não só vidas públicas, como reputações de empresários e pessoas da sociedade.
Fontes em Brasília garantem que ainda são muitas ações por vir, em solo tocantinense, envolvendo milhões e milhões de reais que deveriam ser direcionados aos cofres públicos para a aquisição, hoje, preferencialmente de remédios e insumos de combate à Covid-19, equipamentos paras as Unidades de Saúde, merenda e transporte escolar, que acabam indo parar em contas de banco que parecem verdadeiros laranjais.
Felizmente – ou infelizmente – a Justiça Federal está de olhos mais que abertos para as operações financeiras que envolvem recursos públicos no Tocantins, principalmente as que são direcionadas especificamente para o combate à Covid-19.
SEM PERDÃO
A gravidade de “meter a mão” em dinheiro destinado a salvar vidas é ainda maior e tratada com muito mais rigor pela Justiça Federal, rendendo desmoralização pública total e inesquecível aos envolvidos, enterrando de vez suas carreiras públicas e reputações. A ordem na Polícia Federal, segundo fontes, é de não dar trégua nem aliviar para ninguém que estiver envolvido, principalmente os que têm fama de ser “gente boa” e “de reputação ilibada”.
A palavra de ordem na Justiça Federal é “aqui se faz, aqui se paga” e podemos acrescentar que “quem planta, colhe”.
As pirotecnias que são inventadas para lavar dinheiro público e as obras superfaturadas já estão mais que “manjadas” pela Justiça Federal e a “rebordosa” é só questão de tempo para quem as pratica.
Se estão ficando “na rede” os “peixes pequenos”, é certo que os “peixes grandes” não passarão. Em bom “tocantinês”, “caldo de lambari é ralo” e é muito bom que o Tocantins seja passado a limpo antes das eleições!
P.S.
Por falar em “lambari”, até hoje as Justiças de Porto Nacional e de Palmas não se pronunciaram sobre as prisões de vereadores das duas cidades.
Serão, eles, bandidos ou inocentes? Os eleitores estão ávidos para saber!
Perguntar não ofende!!!