TOCANTINS PRECISA DE REFLEXÃO, PAZ E HARMONIA

Posted On Quinta, 06 Novembro 2025 12:35
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Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues

 

 

O Tocantins atravessa uma das fases políticas mais delicadas de sua história recente. Com o governo estadual em plena tentativa de reorganização administrativa e enfrentando uma grave crise na saúde pública, o clima entre o Palácio Araguaia e a Associação Tocantinense de Municípios (ATM) se deteriorou nos últimos dias, após uma sequência de declarações, denúncias e trocas de farpas que expuseram a fratura na relação entre o Executivo e os gestores municipais.

 

O cenário, que já era de instabilidade por conta do afastamento do ex-governador Wanderlei Barbosa e da posse de Laurez Moreira como governador em exercício, ganhou contornos de crise política aberta. O ponto de ignição foi a declaração do secretário de Administração, Marcos Duarte, que, em resposta a críticas de um prefeito, o chamou publicamente de “mentiroso”. A fala repercutiu negativamente entre os prefeitos e foi interpretada como uma tentativa de desqualificar lideranças municipais.

 

Em vez de conter o fogo, o governo acabou por “morder a isca da oposição”, como comentam bastidores do próprio Palácio. A reação do secretário foi vista como precipitada e desnecessária, gerando desgaste num momento em que o governador tenta construir pontes políticas e consolidar sua base de apoio.

 

A RESPOSTA QUE VIROU FAÍSCA

 

 

O caso teve efeito dominó. O presidente da ATM e prefeito de Cristalândia, Big Jow, reagiu com firmeza, afirmando à imprensa que “a opressão só vai levar à distância”. A declaração veio acompanhada de críticas veladas ao tom adotado por membros do governo e de apelos por mais respeito à autonomia dos municípios. “Temos mandatos legítimos, representamos nossas populações e precisamos de parceria, não de pressão”, reforçou Big Jow à Gazeta do Cerrado.

 

A fala do presidente da ATM foi respaldada por outros prefeitos, que, segundo apuração do jornal, relataram casos de suposta pressão política para declarar apoio ao governo estadual em troca de benefícios, convênios e liberação de recursos. Entre eles, o prefeito de Carmolândia, Douglas, afirmou que pretende formalizar denúncia à Polícia Federal, alegando ter sido alvo desse tipo de tentativa.

 

Os áudios atribuídos ao gestor, que circulam em grupos de mensagens, dão a entender que há uma disputa por espaço político dentro da bancada federal e até movimentos de prefeitos interessados em se posicionar desde já para futuras candidaturas ao governo. O caso, ainda nebuloso, acendeu o alerta no Palácio Araguaia e provocou inquietação entre deputados e senadores da base.

 

UM GOVERNO SOB PRESSÃO

 

 

Enquanto as polêmicas ganham espaço no noticiário e nas redes sociais, o governo Laurez Moreira tenta enfrentar um quadro dramático na saúde pública estadual. O próprio governador tem reconhecido publicamente que o sistema está em colapso, com hospitais regionais operando no limite, falta de medicamentos, dívidas acumuladas e carência de pessoal.

 

Laurez tem concentrado seus esforços em articular soluções emergenciais, tanto em Palmas quanto em Brasília. Já obteve apoio do Tribunal de Contas do Estado (TCE), do Ministério Público Estadual (MPE) e da Defensoria Pública, que aceitaram integrar uma frente conjunta para fiscalizar e destravar processos que travam a gestão da saúde.

 

Na capital federal, o governador também reuniu-se com a bancada federal do Tocantins, solicitando que as emendas impositivas do grupo priorizem investimentos no sistema de saúde. Segundo interlocutores, a reunião foi produtiva e contou com a presença da maioria dos parlamentares, sinalizando uma tentativa de reconstruir pontes e restaurar a governabilidade.

 

HORA DE DESARMAR OS ESPÍRITOS

 

 

A história política do Tocantins mostra que crises institucionais se resolvem com diálogo, não com ataques. O governador Laurez Moreira sempre foi reconhecido por seu perfil conciliador, pragmático e aberto à conversa. Ao lado do seu chefe de gabinete, o ex-prefeito Ailton Araújo, possui condições de restaurar o clima de cooperação com os prefeitos, afastando ruídos desnecessários e buscando soluções concretas para os problemas do Estado.

 

Do outro lado, o presidente da ATM e os gestores municipais também precisam contribuir para esse ambiente de entendimento. A instituição tem um papel estratégico e deve agir como ponte de diálogo, e não como arena de confronto. O momento exige maturidade política e foco em resultados, não disputas narrativas que apenas desgastam as instituições.

 

UM CHAMADO À RAZÃO

 

 

O Tocantins não precisa de gasolina, muito menos de fósforo, para incendiar a esperança de quem acredita em um futuro mais justo, sem corrupção e sem intrigas. O Estado precisa de serenidade, cooperação e empatia entre seus líderes.

 

Enquanto se prolongam os embates políticos, quem paga a conta é o povo. São os tocantinenses que esperam na fila de um hospital, que veem escolas sem estrutura e obras paradas. É por eles que o governo, a ATM e todos os atores políticos devem se unir.

 

A política só faz sentido quando serve à vida. Que este seja o ponto de partida para uma reconstrução real, com menos discurso e mais ação.

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 espera que este final de semana sirva como um tempo de reflexão, em que nossos representantes, nos municípios, no Governo do Estado, na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e no Senado, se desarmem e se unam, independentemente de cores partidárias, para juntos tirarem da UTI o sistema de saúde pública estadual, que há várias gestões se arrasta em sofrimento.

 

Que a população tocantinense encontre nesses líderes um porto seguro, capaz de evitar que vidas continuem sendo ceifadas por falta de atendimento. Ao governador Laurez Moreira, cabe a missão de unir a família política do Tocantins em benefício do seu povo.

 

 

 

 

Última modificação em Quinta, 06 Novembro 2025 13:17
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