Por Edson Rodrigues
Já se vão muitos dias desde que perdi meu irmão Salomão e ainda não me recuperei totalmente da perda. Lutar com a dor que sinto é uma tarefa árdua e diária. Onde está meu amigo que me acolhia em meus momentos de tristeza, que me animava quando o mundo parecia estar contra mim, que me aconselhava quando os problemas me pareciam maiores que eu e que me amparava quando eu não via soluções para meus problemas?
Exemplo de ética, defensor da moral, amante da harmonia e da convivência familiar, grande formador de opinião e bastião da honestidade, Salomão tinha o poder de agregar, de simplificar e de pacificar toda e qualquer situação e nos deixa isso como exemplo a ser seguido, sempre, por aqueles que honram a oportunidade de ter sido seu amigo um dia.
A maneira com que tratava sua esposa, seu filho, sua família, enfim, o seu trato com aqueles a quem devia respeito e consideração, serve de exemplo para mim, e sempre servirá, enquanto eu estiver por aqui, pois o respeito, a autoridade suave e a empatia que despertava de maneira natural em todos os que conviviam com ele, provocariam inveja a muitos que se consideram líderes ou exemplos de alguma coisa.
Quanta saudade eu sinto de você e da sua presença entre nós, dos nossos bate-papos à luz da lua, regados a um bom aperitivo, com petiscos que só nosso Tocantins pode nos proporcionar.
Sei, católico que sou, que você está aí, no Alto, ao lado do Pai, trocando Dois Dedos de Prosa com Ele e com os santos, dando exemplos das atitudes que tomou quando em terra, onde acertou, errou, amou e, principalmente, observou.
Seu Dragão, o Clube Atlético Goianiense, hoje, está quase na primeira divisão, fazendo bonito, disputando o título pau a pau com o Vasco!
O que não vai bem, hoje, são algumas das pessoas que você conheceu e ajudou, que ficam apenas observando os esforços da sua Joana para manter o seu legado, e nada fazem para ajudar.
Pessoas que você avalizou no banco, que você fez a ponte para que conseguissem progredir social e politicamente, alguns, até, detentores atuais de cargos eletivos ou de carreira no Governo do Estado, que apenas observam os esforços da sua Joana, esqueceram-se do número do telefone dela, ou não atendem quando o reconhecem em seus celulares.
Pessoas que poderiam estar ajudando o seu O Jornal a continuar circulando, mantendo seu legado de jornalismo sério e voltado para o interesse da população, apenas observam, repito, as edições rarearem e o seu O Jornal cair no esquecimento. Esquecimento que, sabemos, não há por parte do Pai, de quem você está ao lado. Será aí em cima, olhando pra você, que eles terão que se explicar sobre essas atitudes.
Bem diferente de uns poucos abnegados, amigos de verdade, que continuam labutando junto à sua Joana, honrando sua amizade.
Apesar da interrupção, seu veículo continua vivo na memória dos palmenses, sua palavra, sua alma, ainda chegam aos leitores tocantinenses em forma de saudade e de sensação de vazio, pela lacuna deixada pelo seu O Jornal.
E olha que nos tempos atuais, tempos sem Salomão, as coisas não vão nada bem no nosso Tocantins. O povo tá revoltado e não se satisfaz mais com o simples protesto. Nos computadores, os eleitores estão se comunicando com muita facilidade, e vai ser difícil conter as massas, que hoje fazem as manobras e não são mais manobradas.
Meu mestre Salomão, como você faz falta! Como seus conselhos seriam proveitosos nos dias que o seu PMDB enfrenta, hoje, no Tocantins e no Brasil.
A coisa tá feia e esses anos sem você não contribuem em nada, pois faltam sua perspicácia e sua atitude protetora.
São três anos sem você. Três anos sem trololó e sem gagomé.
Três anos tristes, mas de boas lembranças.
Saudades, amigo