Segundo a Justiça Eleitoral, Arruda e Queiroz não podem concorrer à Câmara porque foram condenados por improbidade administrativa; Geller avisou que vai recorrer ao STF
Com Jovem Pan
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou as candidaturas de José Roberto Arruda (PL) e Agnelo Queiroz (PT) e Neri Geller (PP) nas eleições de 2022, em sessão plenária realizada nesta quinta-feira, 29. A decisão unânime dos ministros se baseou no envolvimento dos políticos em casos de corrupção. Presidente da casa, Alexandre de Moraes declarou que “cabe exclusivamente ao candidato os riscos da formalização precária da candidatura”. Em relação a Arruda, candidato a deputado federal pelo Distrito Federal, o veto foi baseado nas condenações do ex-governador por improbidade administrativa, processo que deram início a Operação Caixa de Pandora, iniciada em 2009.
As investigações descobriram um esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, com desvio de dinheiro público e pagamento de propina. O filiado ao PL, que na época atuava como governador do DF, se tornou o primeiro político no cargo a ser preso durante exercício do mandato. Após o escândalo, Arruda lançou sua esposa Flávia Arruda (PL) na vida política e, 20 após o caso, tentava retornar à vida pública. Também candidato a deputado pelo DF, Agnelo era vice de Arruda durante o período em que ocorreu o esquema de corrupção e foi igualmente condenado por improbidade administrativa, além de duas sanções por abuso de poder político nas eleições de 2014.
Já o candidato ao Senado Federal Neri Geller foi condenado por abuso de poder nas eleições de 2018 e teve o mandato de deputado federal cassado por captação ilegal de recursos. Em resposta, a equipe de Neri emitiu uma nota afirmando que irá recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Forças ocultas, as forças do atraso, mais uma vez tentam me tirar do jogo. Atingem a honra de um homem inocente e tentam atingir o presidente Lula. Neste domingo, você que não compactua com isso, você que não aceita que pessoas vivam da política, pode votar sem medo”, disse em nota.
O político afirmou que a decisão do TSE não retira seu nome das urnas e conclamou apoiadores a lutarem até a votação. Ele concorre ao Senado pelo Mato Grosso.
O grupo ainda votou sobre a candidatura de Paulo Octávio (PSD) ao governo do Distrito Federal. Os ministros tiveram divergências, inauguradas por Ricardo Lewandowski, e a maioria decidiu por permitir que o empresário concorresse.
O político ocupa a segunda colocação na pesquisa de opinião realizada pelo Correio Braziliense, com 13,2% das intenções de voto. Anteriormente, o empresário havia fechado um acordo com o Ministério Público do DF para anular sua condenação por improbidade administrativa e se manter elegível. Ele havia sido julgado por irregularidades na construção de um shopping em Brasília. Contudo, a decisão foi alterada para persecução cível e determinou a construção de imóveis para uso público.