Por Edson Rodrigues
Foi uma eleição apertada, com a menor diferença entre o primeiro e o segundo colocados da história política do País. Mas a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva é um fato indiscutível. O sistema eleitoral brasileiro se mostrou confiável, transparente e praticamente impossível de ser fraudado, de acordo com as opiniões dos observadores internacionais que acompanharam o pleito brasileiro no primeiro e segundo turnos.
Portanto, não há o que se discutir quanto ao resultado final, com a vitória de Lula sobre Bolsonaro.
UM SÓ PENSAMENTO
A polarização exacerbada entre Lula e Bolsonaro durante o período eleitoral, um representando as ideologias de esquerda e outro as da direita, provocaram cisões entre amigos, colegas de trabalho e até de familiares, que viraram verdadeiros inimigos ao invés de adversários, em uma disputa muito mais ideológica que partidária.
Houve radicalização desses posicionamentos que, infelizmente, provocaram mortes em todo o País, acusações (sem provas) de que o Poder Judiciário tenha privilegiado um dos lados, assim como alguns veículos de comunicação.
As constantes insinuações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e dos seus filhos políticos acirraram esse clima de polarização, se utilizando das redes sociais para incutir suas ideias na mente dos mais radicais, principalmente a respeito de uma possível fragilidade das urnas eletrônicas, e acabaram tendo resultados contrários, levando pessoas que nem pretendiam votar até as cabines de votação ou fazendo com que um grande número de eleitores, mais de 20% do total, desistisse de participar do pleito, deixando a decisão nas mãos de outros.
Mesmo com Jair Bolsonaro conseguindo um número estrondoso de votos, acabou derrotado por uma diferença na casa dos dois milhões de eleitores. O sentimento que ficou foi de que se não tivesse sido tão boquirroto, atacado tanto, as instituições, tratado com desdém a pandemia de Covid-19, teria chances bem maiores de sair vitorioso no segundo turno.
Ou seja, Bolsonaro perdeu para si mesmo.
Os líderes políticos que apoiaram a reeleição de Jair Bolsonaro, assim como os eleitores que optaram pela sua continuidade, mesmo sem sucesso, deve ficar orgulhosos de suas atuações e partir, agora, para uma união de forças para que o Brasil não tenha uma estagnação nesta mudança de governo e tudo o que vinha dando certo tenha continuidade, sem ruptura e sem mesquinharia.
É preciso que os dois lados, tanto os lulistas quanto os bolsonaristas, se desarmem e pensem no Brasil como um País que precisa vencer a pobreza, a falta de saneamento básico, melhorara seus índices de Educação e de Saúde, e amparar seus cidadãos de baixa renda. E, somente juntos, os dois lados podem capitalizar esforços pelo bem da população, da mesma forma que os eleitores precisam voltar a ser amigos, colegas e familiares sem conflitos, aproveitando as festas de Fim de Ano para renovar a paz entre iguais, e trazer a Paz de Cristo para os lares, locais de trabalho e amizades.
NÃO ADIANTA “ESPERNEAR”
Ministro Alexandre de Moraes do STF e presidente do TSE
O Ministério da Defesa fez um relatório sobre o resultado da fiscalização das urnas eletrônicas feito pelas Forças Armadas na eleição. O documento não aponta a ocorrência de fraudes, mas se mantém em cima do muro ao dizer que há espaço para "aperfeiçoamento" do sistema.
Ministros do STF que acompanharam a divulgação do relatório — adiada a pedido do presidente Jair Bolsonaro e tornada obrigatória agora pelo ministro Alexandre de Moraes — temem que o presidente use a ambiguidade do texto para "se colocar no jogo outra vez".
O ministro Gilmar Mendes telefonou para o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, demonstrando preocupação pelo fato de o cacique ter dito em entrevista que esperaria o relatório da Defesa para reconhecer a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência.
Já o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), exaltoua segurança das urnas eletrônicas brasileiras em mais um processo eleitoral. Comentando resultados da auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que mais uma vez não detectou falhas, ele exaltou a eficiência do processo.
Lula Pacheco e senadores aliados
"Mais uma vez, a eleição ocorreu dentro da normalidade, com o processo de auditoria das urnas eletrônicas e do processo eleitoral constatando a segurança e transparência das urnas, que são exemplos do Brasil", afirmou Pacheco.
Ele lembrou que "as urnas possuem pelo menos 9 etapas de auditoria em todo o processo, sem nenhum registro de fraude em 19 eleições ao longo de 28 anos".
Pacheco reforçou que, no segundo turno, 54 auditores do TCU fizeram a conferência dos 601 boletins de urna coletados. "Tudo ocorreu dentro da normalidade, demonstrando a segurança das urnas eletrônicas, que dão a garantia de que a vontade da população está refletida no resultado eleitoral", disse Pacheco.
No fim da tarde de ontem, o TSE emitiu noto oficial em que diz que “o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa, que, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022.
As sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas.
A justiça eleitoral, como um todo orgânico, sempre acreditou na responsabilidade do ministério da Defesa com a divulgação da verdade em prol da democracia.
O TSE reafirma que as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e que as Eleições de 2022 comprovam a eficácia, a lisura e a total transparência da apuração e da totalização dos votos”.
RECONHECIMENTO DE LULA COMO PRESIDENTE ELEITO
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu ontem com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, na sede da Corte, em Brasília. Lula chegou ao prédio do STF pouco antes das 16h.
Esta foi a primeira visita de Lula a Brasília desde que venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa eleitoral.
Depois do encontro, o senador eleito Flávio Dino (PSB), que também participou da reunião, conversou com jornalistas e afirmou que os tempos de confronto com entre os poderes "ficaram para trás".
"Consideramos que essa visita, além de ser uma cortesia protocolar, é um sinal histórico de que o momento de confrontação entre os poderes ficou para trás e nós estamos reestabelecendo o princípio constitucional da harmonia entre os poderes. O presidente Lula enfaticamente declarou esse desejo de normalidade, de paz", completou Dino.
Mais cedo, Lula se encontrou com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) também participou.
Ou seja, para todo mundo, literalmente, Luiz Inácio Lula da Silva é o novo presidente do Brasil, a assumir em primeiro de janeiro de 2023. Qualquer outra opção está descartada por todas as principais autoridades dos Três Poderes instituídos.
Amém!