Ex-diretor da PRF rompeu tornozeleira, deixou o Brasil sem autorização e foi detido ao tentar embarcar com documento falso rumo à El Salvador
Por Marina Verenicz
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso nesta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, ao tentar embarcar para El Salvador.
A prisão, no entanto, foi o resultado de uma sequência de eventos iniciada ainda na véspera de Natal, após o rompimento da tornozeleira eletrônica que monitorava o cumprimento de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal.
Segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a prisão preventiva de Silvinei, por volta das 3h da quinta-feira (25), o equipamento de monitoramento de do ex-diretor da PRG deixou de emitir sinal de GPS.
Horas depois, por volta das 13h, a tornozeleira perdeu completamente a comunicação de dados, possivelmente em razão do esgotamento da bateria. Às 23h, agentes da Polícia Federal foram até o endereço cadastrado pelo ex-diretor da PRF, em São José (SC), mas não o encontraram no local.
Imagens do sistema de segurança do prédio indicam que, ainda na noite da véspera de Natal, Vasques deixou o imóvel por volta das 19h22, utilizando um veículo alugado. Ele foi filmado transportando diversos pertences pessoais, incluindo bolsas, ração, tapetes higiênicos para cães e um cachorro da raça pitbull. Após essa saída, não retornou ao endereço.
Com a constatação da violação da medida cautelar, as autoridades brasileiras acionaram alertas nas fronteiras e mobilizaram a adidância brasileira no exterior. A apuração indica que Vasques deixou Santa Catarina de carro, atravessou o Paraná e seguiu para o Paraguai sem autorização judicial.
Na madrugada desta sexta-feira (26), ele foi localizado e preso no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, ao tentar embarcar em um voo com destino final a El Salvador, com escala no Panamá. Conforme a investigação, Vasques portava um passaporte paraguaio original, mas que não correspondia à sua identidade, o que levou à abordagem e à prisão pelas autoridades locais.
Após a detenção, o ex-diretor da PRF foi identificado e colocado à disposição do Ministério Público do Paraguai. Ele deve passar por audiência de custódia ainda nesta sexta-feira e, na sequência, ser entregue às autoridades brasileiras.
Silvinei Vasques foi condenado pelo STF em 16 de dezembro a 24 anos de prisão por participação em uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a Procuradoria-Geral da República, ele atuou de forma coordenada para dificultar o deslocamento de eleitores em regiões estratégicas do país, especialmente no Nordeste, durante o segundo turno do pleito presidencial.