A luta pelo posicionamento em relação às eleições presidenciais entre direita e esquerda vem mostrando que os partidos esquerdistas vêm derretendo enquanto não conseguem um mínimo de união, um mínimo de coerência ou diálogo. PSB,PCB, PSOL, PC do B, PDT e tantos outros, apenas orbitam em torno do PT que, tão fraco quanto, não consegue criar aderência entre a militância e também enfrenta seu próprio processo de derretimento
Por Edson Rodrigues
A esquerda mostra as mesmas caras, os mesmos discursos, os mesmos erros e a mesma desunião de sempre, como ficou evidenciado nos atos do último sábado, dia dois, em que toda a impopularidade dos seus líderes junto aos eleitores reverberou em meia dúzia de gatos pingados fizeram de uma mobilização nas ruas, que recebeu da imprensa adjetivos como “vergonhoso”, “desconcertante” e “desmoralizante”, a constatação final de que 90% dos esquerdistas detentores de mandatos na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas serão “transformados em pó” nas próximas eleições, com possibilidade de fim de carreira política para muitos.
Enquanto a esquerda gira sem sair lugar, surge o espaço para uma terceira via política, diferente da direita e da esquerda, para despolarizar a sucessão presidencial. O problema é que faltam nomes, líderes, entidades, capazes de assumir uma nova proposta, uma nova bandeira e, principalmente, de cativar o desconfiado eleitorado brasileiro.
Desta forma, segue com força a possibilidade de polarização total, entre Bolsonaro e Lula em outubro de 2022, assim como segue a possibilidade de qualquer um dos dois ser eleito, tão alta quanto a de ser derrotado.
Nem Bolsonaro (que caminha a passos largos rumo ao PTB) nem Lula são imbatíveis, assim como estão derrotados de véspera. A única impossibilidade visível é a de um dos dois ser vitorioso no primeiro turno. A única hipótese de uma terceira via surgir como um “pingo de creolina” para contaminar essa polarização seria uma união entre esquerdistas e direitistas sob uma mesma bandeira e um mesmo discurso, coisa que, neste Brasil, jamais foi vista na seara política.
Esta é a fotografia deste momento, deve prevalecer até o fim do ano e manter-se imutável, caso não surja um nome capaz de aglutinar forças e ser chamado de “terceira via”.
TOCANTINS, A SUCESSÃO ESTADUAL E A FEDERAÇÃO PARTIDÁRIA
Apesar de não estar com grandes índices de aprovação em seu governo, Mauro Carlesse é um adversário muito difícil de ser derrotado em uma provável disputa pela única vaga para o Senado em 2022. Mesmo não sendo candidato declarado á essa vaga, aqueles que pretendem rivalizar com Carlesse nessa disputa precisam levar em consideração os grandes méritos da gestão atual na área econômica que, com uma equipe de secretários competentes, reequilibrou as finanças do Estado, colocando o Tocantins em situação melhor que a de muitos grandes e tradicionais estados brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, dentre outros.
Mesmo passando por uma pandemia, Carlesse soube ver as oportunidades em pleno momento de caos e, com controle de gastos, manteve os cofres do Estado abastecidos e com capacidade para investimentos, como 10 mil casas populares, a obra da nova ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional, hospitais em Gurupi e Araguaína, dezenas de obras de Estado e centenas de outras obras nos 139 municípios.
Mas, todo esse trabalho, todo esse empenho tem que ser mostrado e documentado para os 85% dos tocantinenses que estão na base da pirâmide social e que recebem os benefícios sociais e as obras, mas não sabem quem está fazendo por eles.
Desta forma, de nada adianta ser um bom candidato sem que a população saiba o porquê de ser um bom candidato. Enquanto estas informações circularem apenas nas rodas políticas, não poderão render bons frutos na hora da elaboração e decisão do voto. Ou seja, “quem não se comunica, se trumbica”, como dizia Chacrinha.
A publicidade continua sendo a alma do negócio. De qualquer negócio!
Outro fato cristalino na disputa pelo Senado é a força política da deputada federal Dorinha Seabra, assim como do ex-governador Marcelo Miranda. Mas, como já dissemos, não basta estarem fortes, lembrados e reconhecidos para vencer uma eleição para o Senado. É preciso o apoio dos prefeitos dos principais colégios eleitorais, dos candidatos a deputado federal e estadual e estar com uma ótima estrutura de campanha.
Ex-governador Marcelo Miranda e deputa federal Professora Dorinha
Ainda assim, é cedo para falar quem estará melhor em julho de 2022, mês em que acontecem as Convenções Partidárias, com a escolha dos candidatos e formação das chapas.
FEDERAÇÃO PARTIDARIA OU O "CONTO DO VIGARIO"
A maioria dos deputados federais que esperava pela volta das coligações proporcionais para se manter no poder, ao ver o prazo para a aprovação da Reforma Eleitoral acabando, mergulhou de cabeça na ideia da “federação partidária”, achando que seria apenas um novo nome para as coligações.
Na verdade, eles caíram num verdadeiro “conto do vigário”, pois a eleição continuará sendo dependente, 99% da capacidade econômica de cada candidato. Quem tiver dinheiro se elege. Quem não tiver, é carta fora do baralho.
As “federações“ serão definidas pelas cúpulas nacionais de cada legenda, e impostas “goela abaixo” dos candidatos, começando pelos federais, terminando nos estaduais, sem chance de voz ou de “pitaco” nas decisões, em um recado claro para que os Diretórios Estaduais que se virem na construção dos palanques, aumentando as chances para o surgimento dos “Titanics” eleitorais.
SUCESSÃO GOVERNAMENTAL
Já o processo eleitoral para a escolha do novo governador do Tocantins, ainda é muito cedo para prever qualquer tendência, pois nem se conhecem, ainda, os reais postulantes, muito menos quem serão os comandantes das legendas que terão candidatos.
Vale lembrar que, há pouco tempo, durante um encontro do PTB, então presidido pelo presidente da Assembleia, deputado Toinho Andrade, segunda maior autoridade do Estado,com dezenas de prefeitos e vereadores eleitos com o apoio do próprio Toinho, houve uma espécie de “intervenção branca” que, simplesmente, destituiu Toinho da presidência e a entregou para um ilustre desconhecido, sendo o ex-presidente informado pela imprensa da sua destituição.
Deputado Antonio Andrade (PSL) presidente da ALTO
Apesar de todo esse movimento por baixo dos panos para tirar o partido de Toinho Andrade, o presidente da Assembleia Legislativa manteve o seu grupo político, que o acompanhou na totalidade na filiação ao PSL, menos os vereadores, já que o cargo pertence ao partido.
Se fizeram isso com o presidente da Assembleia Legislativa, ainda no início das movimentações para a eleição de outubro de 2022, imaginem o que pode acontecer até lá, nos diversos partidos que existem no Tocantins, o que torna qualquer previsão sobre a sucessão, literalmente, impossível.
Governador Mauro Carlesse e o senador Eduardo Gomes
Fechando esta análise política, não podemos deixar de salientar um fato importantíssimo: o governador Mauro Carlesse, a deputada federal Dorinha Seabra, o presidente da Assembleia Legislativa e o senador Eduardo Gomes, por enquanto, estão todos focados no bom desempenho de suas funções e ainda não se posicionaram sobre a sucessão estadual de 2022, e não está descartado estarem todos juntos em um mesmo palanque.
Trocando em miúdos, o futuro nos reserva, ainda, muitas novidades. Os eleitores tocantinenses têm que fazer a sua parte, uma vez que Brasília e os interesses dos partidos é que ditarão os rumos.
Cabe a nós nos fazermos bem-representar junto a todos os Poderes.
Por hoje é só.