Aplicação das provas ocorre de 20 a 31 de outubro e envolve estudantes do ensino fundamental e ensino médio da rede pública estadual e municipal

 

 

Por Ana Luiza Dias

 

 

Entre os dias 20 e 31 de outubro, estudantes da rede pública estadual e municipal do Tocantins participarão do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), uma das mais importantes ferramentas para o diagnóstico e o aprimoramento da educação brasileira. Realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Saeb mede o nível de aprendizagem dos alunos e oferece subsídios para que as escolas e os governos planejem políticas públicas baseadas em evidências.

Por meio de provas e questionários, o Saeb avalia o desempenho dos estudantes em Língua Portuguesa e Matemática, além de reunir informações sobre o contexto escolar, social e econômico das redes de ensino. Os resultados ajudam a compreender como os alunos estão aprendendo e orientam estratégias para fortalecer o processo de ensino-aprendizagem nas escolas.

O secretário de Estado da Educação, Hercules Jackson, destaca que a participação das escolas é essencial para o fortalecimento da rede pública de ensino.

 

“O Saeb é um instrumento de grande relevância para todo o país, e aqui no Tocantins ele tem sido um aliado na construção de políticas públicas mais assertivas. É fundamental que cada estudante participe com dedicação, pois os resultados refletem diretamente no Ideb e ajudam a garantir mais investimentos em infraestrutura, formação docente e novos projetos educacionais”, afirmou o secretário.

O que é o Saeb

Criado em 1990 e aplicado a cada dois anos, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é uma avaliação em larga escala que mede o quanto os alunos estão aprendendo nas escolas públicas e privadas do Brasil.

As informações coletadas permitem um diagnóstico da educação básica e ajudam a identificar fatores que influenciam o desempenho dos estudantes.

Quem participa

Ensino Fundamental: estudantes do 5º e 9º anos realizam as provas de forma censitária, ou seja, praticamente todas as escolas públicas participam.

Ensino Médio: alunos da 3ª série (e, no caso das escolas integradas, também da 4ª série).

2º ano do Ensino Fundamental: participa por amostragem, em escolas sorteadas.

Algumas escolas do 5º e 9º anos também realizam testes de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, de forma amostral.

Não participam da avaliação:

Escolas com menos de 10 alunos por etapa;

Turmas multisseriadas, de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e de Ensino Médio Normal/Magistério;

Escolas indígenas que não ensinam em Língua Portuguesa como primeira língua;

Escolas ou classes exclusivas de Educação Especial.

 

O que é avaliado

As provas do Saeb medem habilidades de leitura, escrita e raciocínio lógico, com foco na compreensão e na aplicação prática do conhecimento.

 

O conteúdo é alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e às matrizes de referência do Inep, que orientam quais competências e habilidades serão avaliadas em cada etapa da Educação Básica.

Como é feita a aplicação

Confirmação das turmas participantes pelas escolas;

Distribuição dos materiais de prova pela Fundação Getúlio Vargas - FGV;

Formação dos aplicadores, profissionais externos treinados pela FGV;

Realização das provas nas escolas, sob supervisão da gestão escolar;

Aplicação de questionários para estudantes, professores e gestores, que ajudam a entender o contexto da aprendizagem.

Uso dos resultados

 

Os resultados do Saeb, somados aos dados do Censo Escolar, formam o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal indicador da qualidade do ensino no Brasil.

 

Esses dados servem para:

Planejar ações pedagógicas;

Definir metas educacionais;

Direcionar investimentos e políticas públicas;

Identificar boas práticas e desafios das escolas.

 

A superintendente de Educação Básica da Seduc, Celestina Maria de Souza, ressalta o papel do Saeb como instrumento de melhoria contínua. “O Saeb nos permite enxergar, com base em dados concretos, onde estamos acertando e onde precisamos melhorar. A partir desses resultados, conseguimos direcionar ações pedagógicas, fortalecer a formação dos professores e aprimorar as práticas de ensino”, destacou.

Importância para as escolas

Os dados obtidos pelo Saeb ajudam cada unidade escolar a compreender o próprio desempenho e a comparar resultados com as edições anteriores, bem como outras unidades escolares das redes municipais, estaduais e nacionais. Essa análise contribui para o desenvolvimento de planos de ação, aprimoramento de metodologias de ensino e acompanhamento mais próximo da aprendizagem dos estudantes.

“A avaliação é um momento de diagnóstico, não de punição. Ela nos mostra o que nossos alunos já dominam e o que ainda precisa ser trabalhado. Com esse conhecimento, conseguimos avançar com responsabilidade e planejamento”, reforçou Celestina Maria de Souza.

Mobilização nas escolas

Em todo o Tocantins, a Secretaria de Estado da Educação está mobilizando as escolas da rede estadual para o Saeb 2025. As equipes escolares têm promovido ações motivacionais e pedagógicas que envolvem estudantes, professores e famílias, criando um clima de engajamento e entusiasmo em torno da avaliação.

 

Entre as iniciativas estão mutirões de estudos, gincanas do conhecimento, sorvetadas, aulões especiais, competições interativas e jogos educativos. Essas atividades têm o objetivo de revisar conteúdos, reforçar aprendizagens e, principalmente, mostrar aos alunos a importância de participar com empenho das provas.

Cronograma

 

Provas: 20 a 31 de outubro de 2025

Resultados preliminares: julho de 2026

Resultados finais: agosto de 2026

 

 

 

Posted On Segunda, 13 Outubro 2025 14:16 Escrito por

Os arquivos da ATI – Associação Tocantinense de Imprensa já registravam, em 1959, em papel-jornal, folhas mimeografadas e manuscritos históricos — hoje amarelados pelo tempo e quase indecifráveis — que seus principais fundadores, Fabrício César Freire, Oswaldo Ayres e Feliciano Braga Machado, defendiam que o Estado do Tocantins deveria ser criado com base nos princípios da probidade administrativa, da moral, da dignidade, do desenvolvimento qualitativo e, principalmente, da responsabilidade para com as pessoas.

Assim também pensava, durante toda a sua vida de luta, JOSÉ CARLOS LEITÃO, que faleceu no último dia 10 de outubro, aos 76 anos, sem ter alcançado esse sonho — mesmo 37 anos depois da emancipação política do sofrido e abandonado norte goiano.

 

 

Por Edivaldo Rodrigues e Edson Rodrigues

 

 

JOSÉ CARLOS LEITÃO era um cidadão do mundo, forjado a ferro e fogo nas áridas terras de um Novo Acordo aguerrido — um dos campos de batalha da luta libertária do povo tocantinense. Foi nesse berço, de família simples e honrada, que se consolidou o idealismo desse jovem tocantinense que, tempos depois, abriu as portas do mundo para se consagrar como um respeitado publicitário, jornalista renomado e empresário de sucesso no universo mágico da comunicação.

 

Comprometido que era com a luta secular de sua gente, abraçou como bandeira de vida o ideário da divisão de Goiás para criar o Estado do Tocantins, levantando a voz na organização dos movimentos separatistas. Sua luta pela emancipação do povo do norte nasceu na juventude e ganhou força no seio da CONORTE – Comissão de Estudos dos Problemas do Norte, entidade formada por intelectuais libertos das correntes personalísticas e por milhares de jovens idealistas que defendiam um Estado do Tocantins sem os vícios que sempre afligiram um Brasil atolado em questões não republicanas.

 

JOSÉ CARLOS LEITÃO, por meio da CONORTE — entidade que presidiu até os últimos instantes de sua vida — mostrou os caminhos que o Tocantins deveria seguir após sua criação, para se constituir em um Estado forte, desenvolvido, probo e livre das amarras das conveniências e do lamaçal putrefato da corrupção e da política que se alimenta do poder pelo poder. Suas ideias e ações, no decorrer de sua luta libertária, desenhavam um Tocantins de direitos, de sonhos realizados e, sobretudo, um Tocantins de cidadania plena — acolhedor e consciente de sua existência como ato e resultado de um querer coletivo.

 

Por ser um intelectual liberto e por pensar um Tocantins criado por todos nós, ele pagou caro por suas contestações. Na companhia de outras figuras gigantes nas batalhas entrincheiradas de verdades e sonhos — como Totó Cavalcante, Zeza Maia, Goianyr Barbosa, entre outros de alma e sangue tocantinense — JOSÉ CARLOS LEITÃO foi lançado à margem do processo de implantação e governança da nova Unidade Federativa do Brasil.

 

Nessas últimas três décadas de governos tocantinenses, esses líderes que estudaram, pensaram e arquitetaram um Tocantins moderno — distante de conchavos e acertos nos calabouços do poder — foram removidos da história oficial, esquecidos no subsolo do que deveria ser uma conquista retratada como ato e ação de toda a coletividade.

 

Esse cidadão do mundo, que dedicou sua vida à causa tocantinense, não carregava mágoas por ter sido preterido, ao lado de tantos outros criadores do Estado do Tocantins. Isso porque possuía uma alma leve, carregava no peito um coração amoroso e sensível, e, ao abrir e fechar os braços, acolhia a todos, exalando a suavidade de quem cumpria os mandamentos da civilidade, do companheirismo e, acima de tudo, os preceitos daqueles que lideram uma causa cujo fundamento principal é a alegria do seu povo pela liberdade conquistada.

 

 

Ele, que deixa um legado extraordinário presente em todos os capítulos que descrevem a secular história de liberdade do Tocantins, jamais abandonou a trincheira da luta, contribuindo diuturnamente para que o Estado retomasse o caminho idealizado por muitos que tombaram imortais ao longo desse percurso.

 

JOSÉ CARLOS LEITÃO, homem de luta e de bravura ímpar, também tomba agora como um gigante — saindo da vida para ser exemplo de dignidade e cidadania. E, assim como todos nós que criamos o Tocantins, carrega abraçada ao corpo a imorredoura amargura da convivência com a política nefasta que degrada o Estado que tanto amamos.

 

Descanse em paz, amigo e irmão!

 

Essa é uma homenagem da Família Paralelo 13.

 

 

Posted On Segunda, 13 Outubro 2025 10:23 Escrito por

 

Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues

 

 

Dando continuidade à análise sobre a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu ao governador interino Laurez Moreira a permanência no comando do Executivo estadual por seis meses, o Observatório Político de O Paralelo 13 aprofunda hoje a reflexão sobre os reflexos políticos, jurídicos e históricos desse momento, tanto no Tocantins quanto no cenário nacional.

 

Luís Roberto Barroso

 

A determinação de Barroso consolida a estabilidade institucional do governo interino, mas também abre espaço para discutir o papel da Justiça, da mídia e da opinião pública e a linha tênue que separa o julgamento jurídico do julgamento político um tema que atravessa toda a história republicana brasileira.

 

A HISTÓRIA SE REPETE

 

Ao longo de quase quatro décadas de atuação, O Paralelo 13 tem acompanhado os bastidores da política nacional e testemunhado o que se pode chamar de “a ópera dos julgamentos políticos”.

 

 

O Brasil já viveu momentos em que o embate entre o poder e a lei se confundiu. Foi assim com Fernando Collor de Mello, afastado do cargo em meio a uma tempestade política que o transformou no primeiro presidente cassado da história. Condenado pela opinião pública antes do julgamento, Collor ainda hoje luta para reconstruir sua narrativa.

 

 

Anos depois, Dilma Rousseff teve destino semelhante e foi cassada politicamente, sem condenação criminal, mas preservando seus direitos políticos. Hoje, preside um dos maiores bancos internacionais do planeta.

 

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de uma das maiores operações judiciais do país, a Lava Jato. Preso e condenado, acabou absolvido posteriormente, reconquistou seus direitos e foi eleito novamente presidente da República, símbolo de como a história corrige o erro do pré-julgamento.

 

 

Mais recentemente, Jair Bolsonaro foi declarado inelegível, acusado de conspirar contra as instituições democráticas, encerrando um ciclo político que começou justamente prometendo romper com o sistema tradicional.

 

Esses episódios revelam um padrão de que no Brasil, a fronteira entre o jurídico e o político é movediça. Nem sempre a justiça se faz nos tribunais e às vezes, ela acontece nas urnas, ou é corrigida pelo tempo.

 

TOCANTINS: ENTRE A LEI E A POLÍTICA

 

Marcelo Miranda

 

No Tocantins, o enredo não é diferente. Em pouco mais de 35 anos, quatro governadores Marcelo Miranda, Sandoval Cardoso, Mauro Carlesse e agora Wanderlei Barbosa foram afastados ou cassados.

 

Sandoval Cardoso

 

Todos enfrentaram operações espetaculares da Polícia Federal, com cobertura intensa da imprensa e exposição de familiares e aliados. O tempo, no entanto, mostrou que muitas acusações não se sustentaram. Marcelo Miranda, Sandoval e Carlesse tiveram seus direitos políticos restabelecidos e bens liberados após o encerramento dos processos.

 

Mauro Carlesse

 

O caso de Wanderlei Barbosa, portanto, precisa ser tratado com prudência. As investigações sobre a compra de cestas básicas durante a pandemia seguem em curso. À época, mais de 430 pessoas perderam a vida no Estado, e centenas de famílias ficaram desamparadas, passando fome e sem acesso ao auxílio emergencial. Os recursos destinados à compra das cestas básicas se comprovadamente desviados, representam uma das ações mais desumanas já registradas na história recente do Tocantins.

 

Wanderlei Barbosa

 

Além disso, as investigações da Polícia Federal sobre o possível desvio de recursos oriundos de emendas impositivas, envolvendo o governador afastado e diversos deputados estaduais autores dessas emendas, apontam para um quadro grave. Se confirmadas as acusações, será uma das maiores crueldades políticas e sociais já praticadas no Estado. Mas os supostos desvios ainda seguem em investigação das autoridades competentes. Neste contexto, caso houverem culpados que os mesmos sejam presos, condenados, e tenham seus bens confiscados com os direitos políticos cassados.

 

Entretanto, até que as provas estejam consolidadas nos autos do processo, é dever de todos, imprensa, Justiça e sociedade evitar o pré-julgamento. Se houver culpa comprovada, que venha a punição exemplar. Mas se não houver provas, que se faça justiça reparadora, com a mesma força e publicidade usadas para condenar.

 

O CARISMA DE WANDERLEI

 

Wanderlei Barbosa é um líder carismático, de linguagem simples e forte identificação com o povo. Seu jeito popular o transformou em um político de apelo genuíno. Contudo, as denúncias e acusações que pesam sobre ele resultaram em duas derrotas consecutivas nas cortes superiores.

 

Chegou o momento de uma decisão pessoal e política. Não é mais possível permanecer refém das manchetes negativas que corroem sua imagem e enfraquecem seu patrimônio político. É preciso agir com serenidade, estratégia e humildade.

 

 

Wanderlei deve aproveitar enquanto ainda tem aliados e influência na Assembleia Legislativa. O pedido de impeachment protocolado pelo vereador Carlos Amastha, sem consistência jurídica, não pode se transformar em espetáculo. Cabe ao presidente da Assembleia, Amélio Cayres, conduzir o tema com responsabilidade.

 

Wanderlei não é réu, tampouco condenado. Está sendo investigado e isso precisa ser dito com clareza. Sua defesa jurídica atua em Brasília, mas sua defesa política deve ser feita nas ruas, dialogando com o povo, como sempre soube fazer.

 

O PREÇO DA PROCRASTINAÇÃO

 

Cada decisão negada pelas cortes em Brasília é mais um sangramento político. O tempo da dúvida desgasta aliados, militância e familiares. O governador afastado precisa cair na estrada, defender o legado da sua gestão e planejar um novo ciclo talvez um mandato legislativo em Brasília, na Câmara ou no Senado. O exemplo de Lula mostra que a política também é feita de resistências. O que não pode é se perder em ressentimentos.

 

Além disso, o projeto político original da família Barbosa não se sustenta mais. Com o filho, deputado Léo Barbosa, buscando reeleição, não há clima político para novas candidaturas familiares simultâneas. O eleitor tocantinense é atento e não aceita mais fórmulas antigas.

 

WANDERLEI NÃO PODE COBRAR NADA DE LAUREZ

 

 

É importante lembrar que o principal beneficiado pelo afastamento de Wanderlei foi seu vice, Laurez Moreira, que havia sido isolado do poder. Durante o governo, Laurez teve o cartão corporativo cortado, assessores exonerados e estrutura reduzida. O próprio Wanderlei chegou a dizer publicamente que não confiava em seu vice. Mesmo assim, Laurez manteve o equilíbrio e o silêncio institucional, jamais respondeu com ataques e, agora, colhe os frutos da prudência.

 

Com o afastamento confirmado, Laurez governa com segurança jurídica e política, reorganiza sua base e constrói um grupo próprio para 2026. Está consolidando uma imagem de gestor técnico, de perfil sereno, que busca pacificar o Estado e restabelecer o diálogo entre as forças políticas.

 

A POLÍTICA PRECISA DE PAZ

 

 

O Tocantins vive um período de redefinição institucional. Laurez Moreira precisa governar com serenidade e diálogo; Wanderlei Barbosa precisa reencontrar seu caminho com coragem e humildade.

 

A política é feita de ciclos e este é o início de um novo. Que o Estado avance, que a Justiça prevaleça e que o bom senso volte a ser a regra.

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 acredita que a grandeza de um líder está na capacidade de unir, não de dividir. Que o Tocantins, finalmente, encontre o equilíbrio entre lei, política e humanidade.

 

 

Posted On Segunda, 13 Outubro 2025 06:41 Escrito por

Posted On Segunda, 13 Outubro 2025 05:22 Escrito por

O Tocantins vive um novo momento político. A decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de negar o habeas corpus ao governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos), confirma o afastamento determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas também consolida o governo de Laurez Moreira (PSD) como uma realidade política e administrativa

 

 


Por Edson Rodrigues

 

 

Com essa decisão, o Supremo coloca um ponto final, ao menos temporário, em uma das mais tensas disputas institucionais da história recente do Estado. O gesto jurídico de Barroso tem efeitos práticos imediatos e dá a Laurez segurança jurídica, autoridade política e estabilidade para governar e, possivelmente, projetar-se como candidato à reeleição em 2026.

 

Mais do que um ato processual, trata-se de um marco político, que redefine o tabuleiro da sucessão estadual de 2026 e inaugura uma nova fase de recomposição de forças no Tocantins.

 

DECISÃO TÉCNICA, IMPACTO POLÍTICO

 

Em sua decisão, Barroso citou trechos do relatório do ministro Mauro Campbell Marques, do STJ, que apontou indícios consistentes de irregularidades e de recebimento de vantagens indevidas por parte do governador afastado. O ministro destacou que o habeas corpus não é instrumento adequado para reavaliar provas, uma vez que a análise de mérito demandaria o “revolvimento do conjunto fático-probatório”, o que é vedado nesse tipo de ação.

 

 

A negativa, portanto, mantém a decisão de afastamento de Wanderlei Barbosa e consolida o comando de Laurez Moreira, que vinha atuando de forma interina, mas agora passa a ter autoridade política reconhecida dentro e fora do Estado. Essa segurança jurídica era aguardada por prefeitos, secretários, empresários e parlamentares que, até então, se mantinham em compasso de espera sobre o rumo da administração estadual.

 

HORA DE GOVERNAR COM FIRMEZA E TRANSPARÊNCIA

 

Com o impasse resolvido, Laurez tem diante de si a oportunidade e a responsabilidade de consolidar sua gestão. A expectativa é de que o governador aproveite o momento para imprimir ritmo à máquina administrativa, definir prioridades e estabelecer um plano de ação claro para 2026.

 

Isso inclui dar celeridade aos projetos de infraestrutura, ampliar o diálogo com o setor produtivo, com as lideranças municipais e com a sociedade civil, além de fortalecer a relação institucional com a Assembleia Legislativa e com a bancada federal em Brasília.

 

Laurez, que carrega a experiência de duas gestões bem avaliadas à frente da Prefeitura de Gurupi, com todas as contas aprovadas pelos órgãos de controle, precisa agora demonstrar que essa bagagem administrativa pode ser traduzida em resultados de governo em nível estadual.

 

A construção de uma imagem de governo técnico, responsável e transparente será decisiva para sua consolidação política. Ao mesmo tempo, ele deve se cercar de pessoas de confiança, evitando a influência de grupos e figuras que possam confundir os rumos da gestão. Como se diz nos bastidores, “Laurez precisa ser o governador e não apenas estar no cargo”.

 

RECOMPOR ALIANÇAS E FORTALECER O DIÁLOGO

 

Do ponto de vista político, Laurez tem agora legitimidade para recompor alianças e atrair novos apoios. Prefeitos, empresários e parlamentares, que aguardavam definição jurídica do caso Wanderlei, certamente voltarão a circular nos corredores do Palácio Araguaia em busca de retomada de projetos e parcerias.

 

Outro ponto fundamental será manter uma relação madura e produtiva com a bancada federal do Tocantins. É por meio dessa interlocução que o Estado pode garantir mais recursos orçamentários, emendas e investimentos estruturantes.

 

A médio prazo, o governador precisará consolidar uma base sólida na Assembleia Legislativa, com lideranças que tenham capacidade de articulação política e técnica. A relação entre Executivo e Legislativo será determinante para a aprovação de projetos estruturais e para a estabilidade institucional da gestão.

 

CENÁRIO NACIONAL INFLUENCIA O JOGO ESTADUAL

 

O contexto político nacional também projeta reflexos diretos sobre o Tocantins. A consequência dessa fragmentação é a dificuldade de construção de alianças regionais. No Tocantins, grupos políticos que antes orbitavam em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro se dividem entre apoiar Laurez, manter fidelidade a Wanderlei Barbosa ou aproximar-se da senadora Professora Dorinha Seabra (União Brasil), hoje o principal nome da oposição estadual.

 

DORINHA E O DESAFIO DA UNIDADE

A senadora Dorinha Seabra, pré-candidata ao governo, reúne credenciais políticas e técnicas que a colocam entre as principais lideranças femininas do País. Ex-secretária de Educação, parlamentar atuante e relatora de importantes comissões no Senado, ela acumula prestígio junto a prefeitos e prefeitas de todas as regiões do Estado.

 

Tem sido responsável pela destinação de milhões de reais em emendas impositivas, que beneficiaram tanto o governo estadual em gestões anteriores quanto diversos municípios tocantinenses. Sua imagem pública é de seriedade e compromisso com a educação e o desenvolvimento regional.

 

Mas Dorinha enfrenta o desafio da fragmentação interna. Setores da oposição ainda não falam a mesma língua e, para disputar de igual para igual com a máquina governista em 2026, será preciso construir um projeto político unificado, com estratégia, coerência e narrativa forte.

 

Além disso, há o peso das denúncias recentes sobre o uso irregular de emendas impositivas para a compra de cestas básicas, alvo de investigação da Polícia Federal. Parte dos envolvidos tem ligação com grupos que orbitam na oposição, o que exige transparência e comunicação direta com o eleitorado. A senadora, que não responde a nenhum processo criminal, deve tratar o tema com firmeza e objetividade, separando o “joio do trigo” e reafirmando sua conduta ética.

 

O DESAFIO DA COMUNICAÇÃO E DA CONFIANÇA

 

Em tempos de redes sociais e informação instantânea, tanto governo quanto oposição precisarão dominar a narrativa pública. A confiança do eleitor será conquistada pela clareza das ações, pela transparência e pela coerência.

 

No caso do governador interino Laurez Moreira, o desafio é ainda maior. Com um tempo curto de gestão, ele precisará mostrar resultados concretos e imediatos, mas, sobretudo, comunicar esses resultados de forma eficaz. Para isso, será fundamental estabelecer uma relação sólida e respeitosa com os veículos de comunicação tradicionais do Estado, que continuam sendo necessários para informar com credibilidade e alcance. A comunicação institucional de Laurez dependerá diretamente da competência e da estratégia da Secretaria de Comunicação, que deverá atuar com transparência, profissionalismo e agilidade.

 

Fazer política e governar hoje exige diálogo com a sociedade e esse diálogo passa pela imprensa profissional, pelo jornalismo responsável, com linha editorial definida e compromisso com a verdade. São esses veículos que podem traduzir para a população as ações do governo e ajudar Laurez a construir uma imagem de gestor técnico e confiável, capaz de superar a sombra de seu antecessor. O tempo é curto, e o governo precisa ser acelerado, eficiente e comunicativo para transformar credibilidade em legado.

 

ENTRE A FÉ, O TEMPO E O FUTURO

 

Neste 12 de outubro, Dia da Padroeira do Brasil, o Tocantins vive um momento de virada institucional. A decisão do ministro Barroso pacifica o ambiente político e abre um novo capítulo na história recente do Estado. O Observatório Político de O Paralelo 13 seguirá acompanhando cada passo desse processo. Como diz a sabedoria popular: o tempo é o senhor dos tempos.

 

A complementação desta Reflexão de Domingo terá sequência na edição de amanhã, quando faremos nossas considerações finais sobre o novo cenário político do Tocantins após a decisão do ministro Luís Roberto Barroso.

 

Falaremos sobre os movimentos internos dos partidos, o reposicionamento de lideranças regionais e as projeções para a sucessão estadual de 2026.

O Tocantins entra agora em uma fase de reconstrução institucional e política, onde o tempo será o maior adversário e a comunicação, o principal instrumento de sobrevivência.

 

 

Posted On Domingo, 12 Outubro 2025 02:49 Escrito por
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