A direção de O Paralelo 13, assim como todo o povo tocantinense, espera das autoridades da CGU e da Polícia Federal, que realizaram conjuntamente uma grande operação em nove cidades tocantinenses, para investigar irregularidades nos contratos de transporte escolar, que, pelo menos desta vez, os nomes dos culpados e dos inocentes sejam apresentados com brevidade e celeridade, pois estamos em pleno processo pré-eleitoral.
Da Redação
Realizadas nas cidades de Araguaína, Araguatins, Babaçulândia, Filadélfia, Goiatins, Nova Olinda, Riachinho, São Bento e Xambioá, a “Operação Catilinárias”, apura possíveis desvios de R$ 23 milhões, entre 2013 e 2019, em contratos com a Associação dos Transportadores de Escolares do Nível Fundamental, Médio e Superior do Tocantins (ATEC), que majorava a quilometragem percorrida dos associados, repassando valores menores aos mesmos, que eram subcontratados para o serviço. Com a diferença, vantagens indevidas eram pagas a agentes públicos. Alvos em 2019 de ação da Polícia Federal, os gestores da ATEC, Eduardo Luiz Cançado, Tiago Borges e Willian da Silva Alves, acabaram firmando acordo de colaboração premiada, que resultou na ação de hoje.
São milhões de reais desviados dos cofres públicos, cuja operação tem como objetivo identificar os beneficiados pelo esquema, verdadeiros canalhas travestidos de homens públicos, usando seus cargos para malversar o dinheiro do povo, com o agravante de estarem prejudicando crianças na fase mais importante de suas vidas, que é a do aprendizado.
VERGONHA PARA O TOCANTINS
Agentes da CGU e da PF em Araguaína
Há muito tempo o Tocantins vem passando vergonha atrás de vergonha perante a sociedade brasileira. O Estado é o líder nacional em operações de órgão policiais e fiscalizadores federais, com governadores e prefeitos afastados, cassados, com seus direitos políticos suspensos, desembargadores aposentados compulsoriamente por venda de sentenças, secretários de Estado presos, vereadores, presidentes de Câmaras Municipais presos, até prédio de instituição sendo penhorado porque a presidente da entidade descontou um cheque nominal à construtora e dado fim nos recursos. Uma corrupção tão “criativa” e tão sistemática, transpassando governos e mais governos, que espanta até os órgãos fiscalizadores.
JUSTIÇA SEJA FEITA
Cidade de Araguaína
A operação desta quinta-feira associou o nome do ex-prefeito de Araguaína e pré-candidato ao governo do Estado, Ronaldo Dimas, às irregularidades que estão sendo apuradas, tendo sido alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência e em seu escritório.
Cabe ressaltar que Dimas jamais esteve ligado a qualquer ato não republicano em toda a sua carreira política e, venhamos e convenhamos, ele é muito inteligente para não “se queimar” por pouco dinheiro.
Nesta operação, Dimas não aparece nem como indiciado, muito menos já é considerado réu. O momento requer que o ex-prefeito de Araguaína ir além do que já falou em nota à imprensa, e esclarecer que as mesmas ações efetuadas nesta quinta-feira, relacionadas à mesma suspeita, já aconteceram em 2019, e nenhum indício de sua participação no esquema foi encontrado pelas autoridades, e reforçar seu posicionamento, sob risco de ver sua popularidade – que o levou a liderar as pesquisas de intenção de voto para governador em outubro próximo – ruir de forma rápida.
SEM PRÉ-JULGAMENTOS
Durante a investigação a PF identificou que a empresa responsável pelo transporte escolar de nove municípios teria desviado mais de R$ 23 milhões
Os alvos da Operação Cantilianas, são, de acordo com as cidades: Araguaína: ex-prefeito Ronaldo Dimas (PL) e Jocirley de Oliveira, ex-secretário de Educação; Nova Olinda: ex-prefeito Zé Pedro (PTB); Araguatins: ex-prefeito e ex-deputado estadual Rocha Miranda (Podemos) e o também ex-prefeito Lindomar Madalena (UB); Xambioá: ex-prefeita Silvia Ferreira (PSD); Riachinho: ex-prefeita Diva Ribeiro de Melo (PL) e Manasés Thiago Lourenço, ex-secretário de Finanças e filho da política; Goiatins: ex-prefeito Antônio Luiz (PL); Filadélfia: ex-prefeitos Edenilson da Silva (UB) e Mizô Alencar (UB) e Guilherme Charles Carlos de Araújo, ex-secretário de Administração e São Bento: ex-prefeito Claudivan Tavares (PTB).
Nesse primeiro momento, não se podem fazer pré-julgamentos, já condenando essas pessoas. Mesmo sendo a instituição mais respeitada pelo povo brasileiro, a Polícia Federal cumpre ordens, neste caso, da Controladoria Geral da União, que identificou indícios de irregularidades e abriu o leque de pessoas que podem estar envolvidas no esquema de desvio do dinheiro para o transporte pública. A Operação em andamento, visa, justamente, encontrar provas – se é que elas existem – que confirmem o esquema e a participação de cada um.
Enquanto essas provas não forem encontradas e apresentadas à sociedade, não se pode chamar nenhum dos nominados de corrupto ou de qualquer outro sinônimo de ladrão. As irregularidades aconteceram, mas, nem todos os citados têm participação direta nos crimes cometidos.
É por isso que O Paralelo 13, agindo em conformidade com sua posição ética e respeitosa, não vai apontar o dedo ou afirmar que fulano ou sicrano é criminoso ou corrupto, pois nem a Polícia Federal tem, por enquanto, provas disso.
Não podemos afirmar nada, sobre ninguém, enquanto o processo investigativo estiver em andamento e inconcluso.
VÍTIMAS – BASEADO EM FATOS REAIS
Ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha e o ex-governador Marcelo Miranda
Agimos assim por ética e profissionalismo, mas, também, porque somos formadores de opinião e temos exemplos recentes, caseiros ou nacionais, em que pessoas foram alvo de operações da Polícia Federal, com fortes indícios de que eram, realmente, corruptos, e, no fim, acabaram vítimas de informações errôneas e de puro denuncismo.
O ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, sofreu várias operações da Polícia Federal, em cumprimento de ordens judiciais do Ministério Público, sangrou politicamente por muito tempo e, até hoje, não é réu em nenhum processo.
Já o ex-governador Marcelo Miranda é outro político que a Justiça Federal casou e manteve preso por mais de 145 dias e que, no final das contas, foi solto por um habeas corpus emitido pela mesma Justiça Federal, que trazia como justificativa o fato de não haver provas que condenassem o ex-governador.
Neste meio tempo, Marcelo Miranda e sua família foram hostilizados, apedrejados moralmente, para, no fim, a Justiça nem ao menos se retratar.
Deputado Federal Aécio Neves
Outro caso que fez um político sangrar, desta vez em todo o Brasil, é o do deputado federal Aécio Neves, que, quando senador, teve a sua irmã presa e alguns assessores parlamentares terem seus sigilos bancários quebrados pela Justiça, e todos os bens de sua família bloqueados, foi linchado moralmente pela mídia e passou de potencialmente candidato à presidência a um político restrito à sua base mais fiel.
Hoje, Aécio, sua Irmã e suas Assessores estão todos inocentados, com os processos contra si arquivados pela mesma Justiça que os acusou.
Baseados nesses atos citados, fazemos, aqui, o nosso compromisso de nos manter dentro da linha ética que sempre pautou nossa atuação jornalística, ao mesmo tempo prometendo que nos manteremos em sentinela, acompanhando o desenrolar dessa nova operação da Polícia Federal em território tocantinense, prontos para estampar a face dos culpados com a mesma veemência com que estamparemos o rosto dos inocentados, pois sabemos que nesta igreja não há santo vivo, mas nem todos são pecadores.
Delegado da PF Alan Reis
Abrimos espaço para que todos os citados na ação, inclusive Ronaldo Dimas, usem nosso veículo de comunicação para apresentar as provas que tiverem sobre sua inocência, assim como provocamos a CGU e a Polícia Federal a serem céleres nas apurações e nas conclusões, pois, em ano eleitoral, uma simples suspeita ou citação, pode arruinar carreiras públicas.
Como em ovo não há cabelo e não há crime sem autor, que os culpados sejam logo punidos e os inocentes reconhecidos mais rápido ainda.
Estamos de olho!