Agosto começa a ferver em Brasília: Ações, tensões e um futuro incerto para Lula e Bolsonaro

Posted On Terça, 22 Julho 2025 11:20
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Por Edson Rodrigues

 

O recesso parlamentar mal começou, mas agosto já promete ser um mês decisivo e carregado de tensão no Congresso Nacional. Nos bastidores de Brasília, tanto governo quanto oposição se movimentam com força total. De um lado, o presidente Lula tenta manter o controle em meio a uma crise internacional sem precedentes. Do outro, a direita, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, avança com suas estratégias dentro e fora do Parlamento.

 

A semana começou com uma reunião importante na Câmara dos Deputados. Nesta segunda-feira (21), parlamentares de direita se reuniram com Bolsonaro para discutir os próximos passos. O foco está em três pontos principais sendo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e a PEC que limita o foro privilegiado.

 

 

Apesar da pressão, dificilmente o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, irá aceitar pautar o impeachment do ministro Alexandre. Nos bastidores, esse movimento é visto como improvável. Mas a simples insistência no tema já serve para manter a base bolsonarista mobilizada e acender ainda mais o debate entre os Três Poderes.

 

Já os outros dois pontos, anistia e foro privilegiado, têm mais chances de avanço e devem aquecer os debates no Congresso. A anistia é uma tentativa da oposição de pacificar e reconectar com sua base mais radicalizada. Já a PEC do foro é vendida como um esforço para limitar os poderes do Supremo Tribunal Federal, ainda que atinja todos os políticos.

 

Governo Lula e o tarifaço

Enquanto isso, o governo Lula enfrenta um momento delicado. Além das dificuldades com o Congresso, o Brasil encara uma crise diplomática grave com os Estados Unidos. A volta de Donald Trump ao poder nos EUA abriu um novo e perigoso capítulo na relação entre os dois países. E, segundo aliados do próprio Planalto, o deputado Eduardo Bolsonaro estaria envolvido em articulações com o governo Trump e o Congresso americano que podem prejudicar diretamente a economia brasileira. A ameaça de tarifas sobre produtos do Brasil, colocou a equipe econômica em estado de alerta.

 

Essa crise externa pode ter impacto direto na popularidade do presidente Lula e no seu projeto de reeleição em 2026. Se a economia balançar, com alta no desemprego ou perda de competitividade dos produtos brasileiros, o governo pode enfrentar uma nova onda de insatisfação popular.

 

Senador republicano rechaça o Brasil

As tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos atingiram um novo patamar após declarações incendiárias do senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul. Em entrevista à Fox News, Graham afirmou que a economia brasileira deve ser “esmagada”, sob a alegação de que o país estaria facilitando o acesso da Rússia a combustíveis, contribuindo para a sustentação da guerra na Ucrânia. O tom agressivo da fala, ecoando o discurso beligerante da nova gestão de Donald Trump, acirra ainda mais o clima de instabilidade entre os dois países e gera forte apreensão no mercado brasileiro. Para analistas, a declaração representa não apenas uma ameaça comercial, mas também um ataque direto à soberania nacional, com potencial de abalar setores estratégicos da economia caso se materialize em sanções efetivas.

 

Uma das piores crises econômicas do Brasil

O ex-ministro José Dirceu, um dos quadros históricos do PT, lançou um alerta que ecoa como diagnóstico e advertência. Para ele, o Brasil vive sua maior crise desde a Segunda Guerra Mundial. A avaliação de Dirceu reforça a gravidade do momento enfrentado pelo governo Lula, cercado por desafios internos e externos, com um Congresso cada vez mais adverso e a sombra de uma possível recessão impulsionada por uma crise diplomática com os Estados Unidos. Sua fala expõe a percepção, mesmo entre os aliados mais experientes do presidente, de que o país está à beira de um colapso político e institucional que exige respostas firmes e articuladas.

Jair Bolsonaro

Do lado oposto, Jair Bolsonaro ainda é o principal nome da direita, mas vive sob a sombra da Justiça. Caso seja condenado e preso, os efeitos podem ser explosivos. A direita ameaça ir às ruas, e a base bolsonarista já dá sinais de mobilização. Uma eventual prisão de Bolsonaro pode tirar o principal adversário do jogo eleitoral de 2026, mas também acirra ainda mais os ânimos num país já profundamente dividido.

 

Agosto, portanto, será um mês-chave para o Brasil. O Congresso volta com pautas pesadas, a crise com os EUA pode piorar e os movimentos políticos da oposição prometem sacudir Brasília. Mais do que nunca, o equilíbrio entre as instituições e a resposta da população aos acontecimentos definirão os próximos passos do país. O que está em jogo é muito mais do que o presente. É o futuro político de Lula, o destino de Bolsonaro e, principalmente, a estabilidade democrática do Brasil.

 

 

Última modificação em Terça, 22 Julho 2025 11:27
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