Alckmin é pouco confiável, avalia MDB

Posted On Domingo, 25 Fevereiro 2018 08:24
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Por outro lado o governador paulista, Geraldo Alckmin, que preside o PSDB e é pré-candidato ao Planalto pelo partido nas eleições deste ano, afirmou neste sábado, 24, que o presidente Michel Temer tem "direito" de ser candidato à reeleição

 

Com Folha de São Paulo

 

O presidente Michel Temer foi avisado no primeiro momento de que a intervenção federal no Rio sepultaria de vez a reforma da Previdência e, mesmo assim, bancou a medida. Passada uma semana da intervenção, o Planalto avalia que a decisão ajudou o governo a enterrar o risco de derrota na votação sem que fosse preciso enfrentar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), colocou Temer na agenda positiva da Segurança Pública e, embora, o presidente insista em dizer que não é candidato, mantém aberta a ele uma porta para mudar de ideia e lhe dá força para chancelar um candidato que não seja o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), hoje considerado pouco confiável pelo MDB.

 

A interpretação do Planalto é de que Alckmin fez corpo mole no PSDB sobre a necessidade de aprovação de uma reforma da Previdência e de que neste momento está de olho em possíveis votos de centro-esquerda, especialmente depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido condenado em segunda instância.

 

Para o Planalto, se a intervenção der certo, ela pode ser usada para turbinar um candidato do governo - até mesmo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Dificilmente, avaliam, ajudaria o presidente da Câmara, hoje mais distante de Temer do que nunca.

 

Bolsonaro

Além disso, para o Planalto, o uso de militares no combate à criminalidade deixa Temer ou um candidato apoiado por ele em condições de receber parte dos votos do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que, na avaliação do governo, deve desidratar com o início formal da campanha, e diminui a dependência em relação a partidos aliados que eram fundamentais para a aprovação da reforma da Previdência.

 

Dois sinais dessa independência são a desistência do PTB de indicar Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho e a demissão de Luislinda Valois, ligada ao PSDB, do Ministério dos Direitos Humanos. A nova régua será usada na reforma ministerial prevista para abril.

Ceará

A Segurança Pública está no radar de Temer desde a crise nos presídios do Rio Grande do Norte, no fim de 2017, mas ganhou força quando o governo identificou uma tentativa do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), de jogar no colo da União o ônus pela guerra de quadrilhas que resultou na chacina de 14 pessoas durante uma festa de casamento em Fortaleza, no dia 27 de janeiro.

 

A rusga entre Camilo e o Planalto acabou mediada pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), que o colocou em contato direto com Temer.

 

Numa das reuniões com Temer, Eunício argumentou que, caso a ação no Rio dê certo, o governo não teria recursos suficientes para atender outros Estados que sofrem com a violência, entre eles sua base eleitoral, o Ceará. Temer, de maneira direta, teria respondido que "a intervenção é no Rio de Janeiro".

 

No fim de todo o processo, um fato corriqueiro quase impede Eunício de participar da cerimônia de lançamento. Durante toda a manhã o Planalto tentou, sem sucesso, entrar em contato com o parlamentar para avisá-lo do evento. O presidente do Senado não atendia às ligações e o silêncio foi interpretado como sinal de contrariedade. Na verdade, Eunício estava no escritório da residência oficial da presidência do Senado, com o celular desligado, e como era feriado, não havia funcionário para repassar as ligações.

 

Fala
Em meio à crescente especulação sobre os objetivos eleitorais de Temer após a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, Alckmin disse que esse não pode ser o objetivo do governo com a medida.

 

"Eu não tenho esse dom de penetrar consciências, espero que não tenha sido essa a motivação, mas, efetivamente, a grave situação no Rio de Janeiro", disse o governador tucano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Última modificação em Domingo, 25 Fevereiro 2018 23:01