A Polícia Federal prendeu o ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, na manhã desta sexta-feira. O mandado é de prisão preventiva (que não tem prazo estipulado para acabar).
Por Edson Rodrigues
A autorização da prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também determinou o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em rede sociais e a apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento.
A ordem ocorre dentro do chamado inquérito da milícia digital, que é uma continuidade do inquérito dos atos antidemocráticos.
O inquérito que investiga a organização e o funcionamento de uma milícia digital voltada a ataques à democracia foi aberto em julho, por decisão de Moraes.
Nessa investigação, a PF apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito.
Essa organização se dividiria em núcleos: de produção, de publicação, de financiamento e político. Outra suspeita é de que o grupo tenha sido abastecido com verba pública.
Roberto Jefferson e Osiris Damaso
Entre os nomes citados pela PF em um pedido para acessar quebras de sigilo, estão os assessores da Presidência da República acusados de integrar o chamado “gabinete do ódio”, que seria encarregado de promover ataques virtuais nas redes sociais contra desafetos da família do presidente Bolsonaro e adversários do governo.
TOCANTINS
Roberto Jefferson é apoiador da candidatura do deputado federal Osires Damaso ao governo do Tocantins em 2022. Por conta disso, implantou uma intervenção no Diretório Estadual do PTB, que era presidido pelo presidente da Assembléia Legislativa, Toinho Andrade, e colocou em seu lugar uma pessoa completamente fora da “órbita” política tocantinense.
Se as coisas já não andavam bem em relação à pré-candidatura de Osires Damaso ao governo do Estado já não andavam bem, agora ficam piores ainda, pois seu principal apoiador está preso e o povo costuma fazer valer o ditado que diz “diga-me com quem andas, que te direi quem és”.
Filiações no PSL várias lideranças no PSL, entre elas o deputado Antonio Andrade e vários prefeitos
Como numa “premonição”, nesta última quinta-feira (12), exatamente um dia antes da prisão de Roberto Jefferson, o presidente da Assembleia, Toinho Andrade concretizou sua filiação ao PSL, presidido no Estado pelo governador Mauro Carlesse, levando consigo 10 prefeitos e diversas lideranças, com várias outras filiações já programadas para os próximos dias.
Com isso, além de ficar sob a visão desconfiada do eleitor, Damaso perde grande parte do patrimônio político do PTB com quem contava como apoio para sua pretensão de ser governador.
ROBERTO JEFFERSON
O ex-deputado Roberto Jefferson foi o pivô do escândalo do mensalão, em 2005. Foi a partir de uma entrevista dele ao jornal "Folha de S. Paulo" que o país tomou conhecimento das denúncias de que o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva passava dinheiro a deputados da base.
Em novembro de 2012, no julgamento do mensalão no STF, ele foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Nos últimos anos, já sem mandato parlamentar, Jefferson se aproximou do presidente Jair Bolsonaro. Em suas redes sociais, começou a postar fotos com armas e uma série de mensagens com insinuações e informações falsas, numa tentativa de jogar a população contra o Poder Judiciário.
Agora, está preso, sem acesso à liberdade de ir e vir e às suas principais armas: dispositivos de aces