Recentes decisões tomas pelos três poderes e ao arrepio da lei, vem causando revolta a sociedade. Atos como esse devem ser feitos com consulta publica a luz do dia e baseada em Lei. A recente decisão de ministros do Supremo Nacional Federal (STF) foi a gota d’água que faltava para a festança com o dinheiro do povo. O até então bem visto pela sociedade como entidade de confiança e respeito, segundo pesquisas, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) regulamentou o pagamento do benefício a todos os juízes do país (estaduais, federais, da Justiça do Trabalho e da Justiça Militar), com as devidas restrições, no valor de R$ 4.377,73 – o mesmo valor pago aos membros do STF.
A reboque veio o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e a Defensoria Pública da União (DPU) preitearem esses beneficio. Todos esses órgãos têm direitos de preitearem o quem bem entenderem, mas que os faça a luz do dia. Pois não somos uma um sociedade de vontades próprias, onde grupos categorias ou facções exerçam suas vontades com privilégios sob os demais membros de uma mesma sociedade. Ainda vivemos em uma República, onde direitos e deveres devem caminham juntos, e por mais importante que seja o cargo ou função publica exercida deve sim passar pelo crivo da Lei, isso é, ser criada de fato, para ser um direito. E mesmo se for constitucional é uma lei imoral.
Os senhores deputados também correram para regulamentar o beneficio, a sociedade atônita observa as desculpas mais deslavadas, os valores desse “auxilio” é equivalente a mais de cinco salários mínimos. Os nobres deputados quase todos já estão acostumados com mordomias, privilégios e com as benesses do poder não iriam deixar o cavalo passar arriado. O que não me concebe razão, é como ser possível ainda, após esses decisões do STF, tem a confiança antes depositadas em juízes e promotores, a razão não é suficiente a si mesma, ela tem limites, pode a responsabilidade social, amor ao próximo, discernimento ou até mesmo vergonha.
Achou pouco, em Goiás é que o trem tá bão sô, lá o pessoal vai recebe é retroativo, ha 10 anos. Assim como tem todas as áreas da atividade humana existem as exceções, como aqui e lá muitos firmaram compromisso de não receber e não aceitar o “auxilio”. A falta de um mínimo de consciência moral por parte da classe dominante, digo governo de um modo geral, vem mostrando a indignação e a insatisfação do povo. Pesquisa divulgada onde pelo DataFolha mostra essa insatisfação. A presidente Dilma alvo da pesquisa tá feia na foto, mostra que 47% dos brasileiros a consideram desonesta, 54% falsa e 50% indecisa e 44% dos entrevistados consideram o governo ruim ou péssimo.
Ontem em Brasília, assim como acontece em outras cidades do Brasil todos os dias, milhares de famílias invadiram terremos em Ceilândia, Planaltina, Recanto das Emas, Samambaia e Taguatinga. As cidades ficam a cerca de 30 quilômetros de Brasília, exceto Brazlândia, 50 quilômetos distante da capital federal. Não passara despercebida pelos grandes veículos de comunicação, sabem porque é por que está no centro poder, em vias de grandes movimentos. O Programa Minha Casa Minha Vida exige uma renda de R$ 1,6, mas na realidade quem tem essa renda e se inscreve não consegue o imóvel. Esses sim deveriam receber auxilio moradia, ou auxilio educação ou simplesmente dignidade e cidadania.
Antônio Coelho de Carvalho é jornalista