SOBRE DILMA E A IMPRENSA

Posted On Segunda, 08 Dezembro 2014 09:10
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Frederico o Grande, da Prússia, era um monarca absolutista, muitas vezes pouco  esclarecido, fazedor de guerras, mas em seu longo reinado manteve a liberdade de imprensa. Certa vez, passando por uma viela no centro de Berlim, notou um pasquim mal afixado no muro, cheio de vitupérios contra ele.  Mandou parar a carruagem,  fez o cocheiro descer e colar aquele monte de acusações à sua pessoa  num local onde pudesse ser lido  mais facilmente pelos  transeuntes. Completou depois com uma sentença que deixou os alemães perplexos: “meu povo e eu chegamos a um acordo que nos satisfaz a ambos: eles podem dizer o que lhes agrada e eu,  fazer o  que me agrada”…

Pelo jeito, será essa a postura da presidente Dilma para o  segundo mandato.  Desembarcou da esdrúxula e radical proposta do PT para regulamentar a mídia mas continuará sem fazer caso das criticas e denúncias ao seu governo, que por sinal vem aumentando de ritmo.  Muito menos pautará suas iniciativas administrativas, políticas, econômicas e sociais pelo que os meios de comunicação divulgam.  Deve ter aderido ao conceito de um de seus antecessores, o tonitruante general Ernesto Geisel, que declarava ler os jornais não para informar-se, senão para saber como  o  povo vinha sendo informado.

A presidente trás esse vício de origem desde os tempos em que militou na subversão: despreza a mídia, duvida do noticiário, desconfia que por trás de cada informação reside um objetivo oculto, ligado aos interesses das elites e dos oligopólios. Pensa assim desde os tempos em que preparava para Leonel Brizola resenhas semanais sobre   o comportamento da chamada grande imprensa.  Apesar disso,  não se dispõe a seguir adiante na proposta de boa parte dos companheiros que pretendem garrotear a imprensa. Prefere julgar-se acima e além do  que se publica.

A nossa raínha Frederica,  nem tão Grande assim, não chega a concordar  com   meia dúzia de dondocas ligadas aos empreiteiros presos, que na porta da cadeia agrediram os jornalistas,  dizendo-os condenados  à  mediocridade por não terem tido capacidade de  estudar. Mas é quase isso.

A HORA DO CHUMBO GROSSO

A nota oficial distribuída pelo Procurador Geral da República, sábado, teve o dom de deixar os partidos e o Congresso de orelha em pé. Rebatendo ilações de uma revista semanal que o acusava de entendimentos pouco éticos  com os empreiteiros, Rodrigo Janot parece ter deixado claro estar por horas a divulgação da lista de políticos envolvidos no escândalo da Petrobras. Tomara que essa impressão se confirme.

Celos Chagas é jornalsita