Um grupo de trabalho intergovernamental está “finalizando o estudo” sobre o tema
Por Talita Laurino
O Banco Central (BC) divulgou, nesta segunda-feira (24/5), as diretrizes para a criação de uma moeda digital no futuro. Conforme antecipou o Metrópoles, o projeto passa por uma avaliação preliminar.
A autarquia citou alguns rumos do estudo, como ênfase na possibilidade de desenvolvimento de modelos inovadores a partir de evoluções tecnológicas; previsão de uso em pagamentos de varejo; capacidade para realizar operações on-line e eventualmente off-line; emissão pelo BC, como extensão da moeda física, com a distribuição intermediada por custodiantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
“É importante ressaltar que as diretrizes aqui apresentadas tratam do entendimento atual do BC em relação ao tema, a fim de direcionar a discussão no âmbito nacional”, afirmou a instituição.
“Dados o estágio e a dinâmica das discussões e dos desenvolvimentos sobre o tema em nível mundial, o BC poderá reavaliar seu posicionamento à medida em que as discussões evoluam”, completou, em nota.
Entusiasta
O Banco Central (BC) informou ao Metrópoles que um grupo de trabalho intergovernamental está “finalizando o estudo” sobre o tema em suas diversas dimensões.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, é um dos maiores entusiastas da medida. Em novembro, ele afirmou que a pandemia do novo coronavírus deve acelerar essa tomada de decisão pelo Brasil.
“A gente vai para um processo de ter uma moeda digital em algum momento. E acredito que esse processo foi acelerado na pandemia pela quantidade de pagamentos a distância e pelas compras on-line”, afirmou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também apoia a iniciativa. Em evento no Palácio do Planalto em novembro, Guedes adiantou que o “Brasil está à frente de muitos países” na corrida para ter uma moeda digital.
Recentemente, a China inaugurou o yuan digital, uma moeda de transação on-line. Agora, toda a população pode fazer transações com a moeda digital “sem intermediários”, apenas o Banco Central chinês, que controla as movimentações com a criptomoeda.