O Jornal O Paralelo 13 sempre tem ressaltado em seus artigos, editorias e reportagens o importante patrimônio político da família Barbosa, que tem o vice-governador Wanderlei Barbosa como seu atual líder, após mandatos nos legislativos municipal e estadual
Por Edson Rodrigues
A saga política da família começou com Fenelon Barbosa, pai de Wanderlei, ex-prefeito de Palmas, Dona Maria Rosa, saudosa primeira-dama que tanto fez na área social e, hoje, continua com o irmão de Wanderlei, Marilon Barbosa, vereador e presidente da Câmara Municipal de Palmas, e o filho, Léo Barbosa, deputado estadual mais bem votado em Palmas nas últimas eleições.
Diplomação de Wanderlei como vice-governador
Toda essa presença em cargos eletivos, propiciaram á família Barbosa um vasta folha de serviços prestados à Capital e ao Estado, com o fato raro e elogiável de nenhum dele jamais ter qualquer processo ou envolvimento com atos de corrupção.
Fenelon Barbosa primeiro e único prefeito de Taguaruçu
Mesmo assim, está confirmado que a candidatura de Wanderlei Barbosa à prefeitura de Palmas, em outubro próximo, caiu por terra e é coisa do passado.
TEIMA E ENTRAVES
Caso Wanderlei teime em insistir com sua candidatura, as conseqüências podem ir desde um ofuscamento do seu grupo político até colocar em risco o prestígio político de sua família. A candidatura de Wanderlei tem vários entraves que a impedem de se tornar factível, como o fato de ainda não ter um partido para sustentá-la, muito menos um grupo de vereadores dispostos a formar chapa.
Para piorar, dentro da base governista, nem o senador Eduardo Gomes, nem o deputado federal Carlos Gaguim “falam a mesma língua” de Wanderlei, assim como a grande maioria dos assessores e auxiliares do governador Mauro Carlesse, o que praticamente torna Wanderlei um “candidato de si mesmo”.
Ao que tudo indica a candidatura de Wanderei não conseguiu reunir em torno de si um clima positivo, um número de adesões que levassem o Palácio Araguaia a assumi-la como “sua” e, apesar de Wanderlei ter mostrado ser um companheiro político fiel e confiável, a avaliação dos aliados do governo de Mauro Carlesse mostrou que seria um “suicídio coletivo” apoiar uma candidatura sem bases.
PARTIDO
Um dos pontos que mais pesa é o fato de Wanderlei não ter um partido que sustente sua candidatura. Para pleitear a prefeitura de Palmas, hoje, é preciso ter competitividade desde o início, um patrimônio político indelével (isso Wanderlei tem) e um palanque recheado de lideranças incontestes.
Apesar da família Barbosa ter um enorme patrimônio político, a vida pública não lhe trouxe um patrimônio financeiro. Talvez pelo elogiável fato de serem todos fichas-limpas, nenhum dos Barbosa tem um grande patrimônio financeiro suficiente para sustentar uma candidatura a prefeito de Palmas e, como todos sabem, ser candidato na Capital do Tocantins requer uma estrutura que não sai por menos de cinco milhões de reais só para dar a largada nos trabalhos, sendo que não pode faltar dinheiro na reta final, o que aumenta – quase dobra – essa conta.
Wanderlei, infelizmente, não tem no seu “palanque” deputados federais, estaduais, nem senadores e, mesmo se tivesse o governo Carlesse em peso a apoiá-lo, seria engolido pelas taxas de rejeição do atual governo do Estado, que ainda enfrenta os baixos índices de popularidade por causa das medidas que tomou para reenquadrar o Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal, como exonerações, extinções de cargos e congelamento de progressões e promoções o que, em Palmas, significa “mexer” co mais da metade da população.
Apesar dessas taxas de rejeição estarem próximas de um diminuição drástica nos próximos 120 dias, o prazo restante é insuficiente para resgatar a candidatura de Wanderlei.
Trocando em miúdos, Wanderlei terá que adiar seus sonho de ser prefeito de Palmas, sob o risco de, como candidato de si mesmo, cometer um “suicídio político” e ofuscar todo o histórico favorável que sua família tem junto à população da Capital.
Talvez seja a chance de Wanderlei repensar sua vida política e partir para a construção do seu próprio grupo, visando às eleições vindouras e partir forte rumo à consolidação da sua carreira.