Na semana passada, sabiamente, o Palácio Araguaia se pronunciou, por meio do secretário de Comunicação, Márcio Rocha, afirmando que, no momento, está fora de qualquer tipo de articulação em relação à discussão de candidaturas à prefeitura da Capital, Palmas, ou de apoio do governador Wanderlei Barbosa a qualquer uma delas.
Por Edson Rodrigues
O pronunciamento do Palácio é uma resposta à ebulição que tomou conta dos bastidores políticos da Capital, após o deputado federal Ricardo Ayres anunciar ser o presidente da Comissão Provisória do Republicanos, partido pelo qual o governador Wanderlei Barbosa se reelegeu. junto ao anúncio, veio a notícia de que uma reunião com representantes estaduais e nacionais do Republicanos foi realizada em Brasília, com a presença da deputada estadual Vanda Monteiro.
Dessa reunião, outra foi convocada para acontecer em Palmas esta semana, com os candidatos a prefeito da base política de Wanderlei Barbosa, porém somente com os que o teriam apoiado em sua reeleição e excluindo os demais.
Cidade de Palmas
Com essa decisão, ficou claro e cristalino o veto dos demais deputados estaduais e federais ao que considerariam “cartas fora do baralho” em uma corrida sucessória antecipada, em momento não adequado, que poderia levar todo o grupo político do Palácio Araguaia à uma espécie de ebulição desnecessária e fora de hora, justamente em um momento que requer tato, cuidado e prudência para que não surjam “fissuras” ou inimizades com o acirramento dos ânimos.
RICARDO AYRES E A "DEMARCAÇÃO DE TERRITÓRIO POLÍTICO EM PALMAS"
Ricardo Ayres deputado Federal
O deputado federal Ricardo Ayres já desempenhou e desenvolveu várias atividades nos mais diversos cargos políticos junto à juventude do município de Palmas, mostrando ser uma pessoa atuante, bem-articulado e bem-relacionado, pois já chegou a ser chamado de “braço direito” dos governos Marcelo Miranda, Carlos Gaguim, Sandoval Cardoso, de Mauro Carlesse e, até mesmo, de Wanderlei Barbosa. Mas, somente agora, o deputado federal decidiu colocar seu nome como pré-candidato à prefeitura de Palmas, dando todas as indicações de que seria o “candidato do Palácio Araguaia”.
O problema é que, para ser o candidato de um conglomerado político tão grande e coeso, ele precisará ser não só o candidato de Wanderlei Barbosa, mas de toda a base que o acompanha e isso não é tarefa fácil.
Afinal, são muitos e muitos companheiros ao redor do governador, todos com sua importância, lealdade, influência e, talvez, seus próprios candidatos a prefeito de Palmas. Logo, Ricardo Ayres teria que ser o mais forte dentre todos esses candidatos dentre todos os componentes do grupo palaciano.
Ricardo Ayres não está errado em demarcar seu território político, mesmo que não tenha, no momento, nenhuma declaração de apoio à sua aspiração, seja de liderança, seja de dirigente dos demais partidos do grupo palaciano, seja de detentores de mandato nos parlamentos estadual e federal. Afinal, apoio se conquistam e se asseguram com atitudes e demonstrações de lealdade e companheirismo.
E sair na frente em qualquer corrida, é, certamente, uma vantagem.
PALÁCIO ARAGUAIA NÃO PODE SER DERROTADO EM PALMAS
A atitude do Palácio Araguaia em desdizer todas as pré-candidaturas que se apresentam, em Palmas, como “suas”, é corretíssima, pois o grupo palaciano tem a consciência de que não pode antecipar a sucessão municipal da Capital, pelo menos neste primeiro semestre, justamente para não acirrar as disputas internas e criar animosidades desnecessárias.
O Palácio Araguaia vive uma “lua de mel”, em que a “família” política está se multiplicando, não é o momento de dividir – se é que haverá um momento de divisão interna, se tudo continuar em céu de brigadeiro como está - e, sim, de “adotar” novos membros e fazer crescer o número e a força do grupo, o que é de suma importância para abrir portas, principalmente em Brasília, e diminuir os obstáculos, fazendo valer a força de cada deputado federal e de cada senador tocantinenses.
Governador Wanderlei Barbosa
Todos no grupo palaciano têm, recentes, na memória, as dificuldades enfrentadas para chegar aonde chegaram e para montar a numerosa “família” política que dá sustentação e tranquilidade para o governo de Wanderlei Barbosa, e sabem que qualquer iniciativa em deflagrar a corrida sucessória em Palmas irá ter reflexos diretos em todos os demais municípios tocantinenses, principalmente nos cinco maiores colégios eleitorais, locais onde todo e qualquer estudo e cuidado são bem-vindos, pois podem colocar em risco todo um projeto de governo e de poder que pode durar 16 anos. E isso não pode, jamais, ser colocado em risco.
Guardando o devido respeito, todos têm o direito de tocar seus projetos políticos. Ricardo Ayres pode- e deve – tocar seu projeto, assim como o grupo palaciano pode- e deve – desenvolver seu projeto como achar melhor, inclusive decidindo, no momento certo, que o próprio Ricardo Ayres pode ser a melhor escolha para a Capital.
Ou não.
Wanderlei Barbosa, o governador, e líder de todo o grupo, já demonstrou sabedoria e bom-senso na condução do Palácio Araguaia.
Ninguém pode ser descartado, muito menos garantido.
Assim é a democracia!
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