Carlesse, Candidatura, Coligações, Finanças e o eleitor

Posted On Quarta, 18 Julho 2018 07:38
Avalie este item
(0 votos)

Cautela

O governador Mauro Carlesse (PHS) vem se mantendo reservado, sem declarações ou entrevistas à imprensa. Ao que tudo indica, tal estratégia do governador e pré-candidato a reeleição é uma forma de evitar qualquer deslize em suas declarações. Neste período, ainda que muito discreto é sabido que [Carlesse] mantêm conversações com dirigentes de vários partidos, organizando um entrelaçado que se formou com as eleições suplementares, mas que precisa ser desfeito.

 

Das inúmeras dúvidas que o grupo enfrenta neste momento uma delas, e hoje em grande proporção, é a escolha dos dois candidatos ao senado que farão parte da majoritária. Quem soma mais? Quem tem mais apoio dos partidos aliados? E, dos principais líderes? Quem está melhor nas pesquisas? Tais questionamentos são importantes para que o candidato decida os dois nomes que somarão positivamente em sua campanha a reeleição.

 

Muitas surpresas poderão ocorrer nas composições das chapas. Agora vale a matemática da adição, da multiplicação. Quem mais soma, quem mais conta com o apoio dos partidos? Quem atualmente tem maior aceitação pública.

 

Marlon Reis

Serão no mínimo oito candidatos ao senado, que disputarão duas vagas. Na equipe de Mauro Carlesse dois candidatos, com Marlon Reis mais duas vagas, e com Carlos Amastha tudo indica que resta apenas mais uma vaga, já que uma delas está garantida para o senador Vicentinho Alves (PR).

 

Os demais que não forem contemplados para integrar a majoritária podem migrar para as disputas de cargos de deputado federal ou estadual.

*Economia*

Mauro Carlesse tem administrado o Tocantins de forma engessada. Conforme a legislação eleitoral, o então governador interino estava proibido de nomear, contratar ou dispensar qualquer servidor público durante o período de eleições suplementares.

 

Diplomado em 9 de julho de 2018, às vésperas de um novo processo eleitoral que agora acontece em todo o País, o governador eleito está constitucionalmente proibido de mais uma vez, contratar, dispensar ou nomear até 90 dias após o processo que acontece em outubro.

Mauro Carlesse

No entanto, o Tocantins encontra-se financeiramente desnivelado, e hoje não atende a exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que permite que da Receita Corrente Líquida (RCL) seja gasto no máximo 49%. O Tocantins já ultrapassa quase 10% dos índices permitidos e hoje o gasto com despesa de pessoal ultrapassa os 58%, chegando a um montante de R$ 4,178 bilhões, conforme foi divulgado pelo Jornal do Tocantins, com base nos dados do Portal da Transparência.

 

Agora, diante do atual cenário e da legislação, que não permite o enxugamento da folha, só há um caminho a seguir, e tais medidas devem ser emergenciais. Toda gordura deve ser cortada por questões de sobrevivência pública, a começar pelo serviço aéreo, consumo de combustível, pagamento de diárias e passagens de avião e fusões de secretarias e outros órgãos nos próximos três meses.

 

O Estado não pode deixar de fazer os repasses garantidos em lei, aos demais poderes, mesmo com a possível frustração de receita, é inviável atrasar o pagamento do funcionalismo público que vinha sendo feito pelo ex-governador Marcelo Miranda até o 12º dia do mês. Já o governador Mauro Carlesse optou pelo pagamento de 63% do funcionalismo público, que recebe até R$3.000,00 o pagamento para o primeiro dia útil do mês.

*Detalhamento*

Conforme o Jornal do Tocantins, o Portal da Transparência traz informações de que nos meses de maio, foi gasto R$ 343,5 milhões em salário para os servidores públicos. Já em junho, o montante chegou a R$361,6 milhões sem mencionar as folhas adicionais de férias.

 

Um comparativo realizado sobre o mesmo período em 2017 mostrou que em maio o governo do Tocantins gastou R$ 335 milhões com o salário e em junho e R$ 354,2 milhões, sendo R$7 milhões a menos que em 2018.

 

Investimentos
O veículo de comunicação comparou ainda o montante gasto com investimentos a folha dos servidores. Este ano, foram pagos cerca de R$68,62 milhões para aplicação no Tocantins. Este valor corresponde a 2,1% dos gastos do governo nestes seis meses, no entanto com o pagamento de servidores o montante chega a 3,1% das despesas.

 

Em 2017, no primeiro semestre do ano foram investidos R$ 397,9 milhões, o que correspondeu a 5,5% da despesa total. Já a manutenção da máquina pública também traz grande despesa, chegando ao montante de R$ 687 milhões nestes 180 dias de 2018.

 

Saúde
Mais importante do governo tem sido o cuidado com os pacientes que dependem de serviços da saúde pública nos Hospitais Regionais e maternidades do Estado.

Na Capital, o abastecimento das farmácias e dos centros cirúrgicos trouxe melhorias significativas no sistema de saúde. No HGP e dona Regina, nos corredores não se vê mais macas ou pacientes. Estas benfeitorias na saúde pública tocantinense é um ganho significativo a todos nós, o que traz maior conforto em um período de vulnerabilidade do cidadão.

 

Amastha reforça acordos

O governadoriável, o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, estava com retorno aguardado para esta terça-feira. O pré-candidato estava sendo aguardado por líderes e correligionários onde deve nos próximos dias afunilar os entendimentos para a formação da chapa majoritária dos partidos que marcaram suas convenções para o último dia estabelecido pela legislação eleitoral, que é até 05 de agosto.

As vésperas da divulgação dos acontecimentos e acordos que estão sendo alinhados nos bastidores, fora dos holofotes da imprensa, serão muito intensos e de costuramentos de acordos políticos.

 

O olhar atento da sociedade
A população tocantinense aguarda silenciosamente a divulgação dos possíveis nomes para concorrer a função de governador do Tocantins. Aqueles que buscam a vaga de gestor no Palácio Araguaia deverão apresentar suas propostas de governo, assim como participar das discussões sobre assuntos de interesse social como geração de emprego e renda, estratégias e propostas para o enxugamento da máquina público, associado à apresentação de concursos públicos, ações voltadas para melhorias na saúde, educação, segurança pública, dentre tantas outras questões que devem estar associadas a políticas públicas para a redução da criminalidade, da drogadição e do desemprego.

 

As propostas devem convencer mais de um milhão de eleitores que estão aptos a exercer a democracia por meio do voto em outubro, nos 139 municípios tocantinense.

 

Paralelo a todas estas questões, é preciso que o candidato esteja preparado para enfrentar não apenas as sabatinas com seus adversários, mas de representantes de instituições classistas.

 

Os olhos e ouvidos do povo
A imprensa com todas as suas ferramentas de comunicação será essencial para levar a conhecimento público o perfil, proposta, ideologia, visão de cada candidato, tendo em vista que esta eleição será de poucos comícios e grandes encontros haja visto que a classe encontra-se desacreditada, descredibilizada, sem prestígio algum junto a opinião pública.

As redes sociais serão um diferencial neste processo, uma faca de dois gumes, pois para aqueles que estão no exercício do mandato mais uma ferramenta de comunicação para divulgar e prestar conta do trabalho realizado junto aos municípios.

Agora, aqueles que ocuparam cadeiras, passaram por mandatos eletivos e não trabalharam como deveriam, se não realizarem uma prestação de contas positiva, o eleitor tende a trocar por um outro candidato que possa fazer, ou ao menos que lhe transmita segurança e seriedade na função que busca ocupar.

 

Vamos aguardar as pedras sucessórias serem postas no tabuleiro para conhecermos e analisarmos o potencial de cada um. Boa sorte a todos, e até o próximo episódio dessa história sobre a sucessão do Tocantins.

Última modificação em Quarta, 18 Julho 2018 08:22