A administração da prefeita Cinthia Ribeiro em Palmas é considerada “quase modelo” nos bastidores políticos tocantinenses
Por Edson Rodrigues
Executando um grandioso cronograma de obras em todas as regiões da Capital, deixado pelo seu sucessor, com um trabalho de excelência na área da Saúde, principalmente quando se fala no enfrentamento à pandemia do Covid-19 – mesmo com a derrota de hoje na Justiça, que suspendeu a Lei Seca decretada no último fim de semana, mas que não invalida seus esforços para manter a população protegida –, comenta-se nos bastidores políticos que Cinthia Ribeiro tem um grande adversário na corrida sucessória deste ano: a própria Cinthia Ribeiro.
DESGASTE
Nos últimos 37 dias Cinthia Ribeiro vem colecionando desgastes no seu trabalho político em busca da reeleição.
Muito simpática, dedicada, disposta a tudo para concluir sua administração com lisura, sem nenhum escândalo ou suspeitas de corrupção, sem responder a nenhum processo ou investigação na Justiça, Cinthia Ribeiro está achando que nada a derruba – politicamente – do pedestal no qual subiu após os resultados e elogios por sua atuação.
EXEMPLO RECENTE
A história política de Palmas mostra que ter aprovação popular e o reconhecimento político quanto ao mandato não é tudo, não garante uma reeleição.
Basta uma olhadela no retrovisor e observar o que aconteceu com a ex-prefeita Nilmar Ruiz, que tinha mais de 87% de aprovação popular da sua administração no ano em que disputaria a reeleição e, por acomodação do seu grupo político – a alguns fatos não republicanos, é verdade – acabou em terceiro lugar em uma disputa que envolveu quatro candidatos.
Nilmar sucumbiu a fatores externos. Cínthia pode sucumbir por fatores pessoais, que dependem apenas dela.
Estamos falando de uma coisa pregada por religiosos, mas que é parte do caráter de cada pessoa, que se chama humildade.
Nos últimos dias temos conversado com várias lideranças políticas de Palmas. Vereadores, candidatos a vereador, dirigentes partidários que apóiam Cinthia Ribeiro, outros que são oposição aberta ao seu governo. Evitamos, porém, contatos com auxiliares diretos da prefeita, com quem temos amizade duradoura, para que não houvesse influência nesta análise política.
Nos bastidores, entre comunicadores da imprensa, observadores políticos e parlamentares, cinco detentores de mandatos em Brasília, com quem mantivemos contato, percebemos uma ponderação unânime: ou Cinthia Ribeiro “calça as sandálias da humildade” e aplica essa filosofia de relacionamento entre os que a apóiam e entre aqueles de quem busca apoio, ou corre o risco de perder a eleição deste ano para si própria.
Segundo as análises, o “buraco” é enorme e a prefeita de Palmas vai precisar trabalhar muito para “tapá-lo” e repavimentar sua estrada rumo à reeleição. E isso, sabemos, é uma coisa que só a própria Cinthia Ribeiro pode fazer. Sentar á mesa com seus companheiros de igual para igual, sem humilhações ou imposições e, principalmente, pronta para ouvir
Mas, tem que fazer de maneira sincera e confiável. Do contrário, sua derrota será inevitável, de uma maneira que nem obras, dinheiro ou empregos poderão evitar que sua reeleição deixe de ser fato para virar fake.
OPOSIÇÃO ESPERANÇOSA
Por outro lado, em conversas com caciques da oposição, pessoal ou virtualmente, pudemos perceber a satisfação, principalmente dos detentores de mandatos eletivos na Assembleia legislativa e no Congresso Nacional, em relação á essa percepção de que Cinthia Ribeiro pode colocar sua reeleição em risco.
É óbvio que a oposição está monitorando as pesquisas de intenção de voto e, há oito dias, receberam em mãos um trabalho de um instituto de renome nacional, que apontavam para altas chances de sucesso de uma candidatura de oposição à Cinthia Ribeiro. O dado que mais animou os oposicionistas foi o percentual de eleitores indecisos.
Há na oposição, inclusive, conversas para a definição de uma candidatura única, unindo partidos tradicionais e os considerados “nanicos” em um só palanque.
GIL BARIZON
O empresário Gil Barison é o único pré-candidato à prefeitura de Palmas que jamais cogitou se unir à outra – ou à outras – candidaturas para conseguir se eleger. Barison considera sua candidatura inegociável (por um fundo partidário ou um tem pó horário gratuito de rádio e TV maiores), principalmente se os termos incluírem abdicar de suas pretensões para apoiar outro nome.
O empresário mantém as conversações com lideranças e com a população e já conta com u grupo político que começa a ganhar musculatura, reunindo, pelo menos, três partidos e mais de 100 pré-candidatos a vereador.
O ELEITOR
Enquanto isso, os eleitores, os principais personagens de todo esse processo sucessório, seguem apenas observando o desenrolar do jogo político, dando mais atenção aos cuidados pessoais no combate à Covid-19 e pretendem deixar apenas para o segundo semestre a definição quanto ao nome do seu candidato.
Por enquanto, o eleitor assume seu papel de cidadão e política é uma coisa que está em segundo plano em suas vidas, já que o desemprego, o desabastecimento e a saúde de seus familiares são questões muito mais importantes e muito mais imediatas.
Desta forma, o caldeirão eleitoral permanece “fervendo por dentro e congelado por fora”, aguardando o desenrolar da pandemia e as decisões da Justiça Eleitoral em relação á data da eleição que, por enquanto, permanece mantida.
CONGRATULAÇÕES
Não poderíamos deixar de encerrar este “panorama político” sem as congratulações à nossa bela Capital, Palmas, pelos seus 31 anos de criação. Uma cidade que já nasceu vitoriosa e inclinada ao desenvolvimento pleno.
Que, após estes 31 anos, seus cidadãos saibam escolher seus representantes para que seu futuro continue promissor e seus habitantes orgulhosos de serem parte dessa história de sucesso, e façam da eleição deste ano, um trampolim para mais conquistas e vitórias.
Parabéns, Palmas!
Por hoje é só. Até breve!