A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, terá que cortar um dobrado para manter sua aura de lisura e retidão no comando do Executivo Municipal da Capital. O recente escândalo envolvendo membros do seu primeiro escalão de auxiliares, cujas investigações continuam em curso, juntamente com uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado, pode ser um divisor de águas na sua vida pessoal e carreira política.
Por Edson Rodrigues
Para evitar um sangramento fatal em sua gestão, Cinthia precisa agir com rapidez e fazer uma faxina nas “veias” que irrigam o tumor cancerígeno da corrupção, descoberto em sua gestão, nas pastas da Educação e do Desenvolvimento Urbano, já que, até agora, nenhuma digital sua foi encontrada em qualquer pista, prova ou evidência dos crimes.
O problema será a quebra do sigilo bancário, contábil e telefônico, que certamente, vai revelar novos nomes e novos caminhos do descaminho do dinheiro público.
Será a partir dessas novas revelações que se decidirá por um pedido de impeachment, por parte dos vereadores, ou de afastamento da prefeita, por parte da Justiça Federal.
O futuro de Cinthia Ribeiro depende, diretamente, do que for descoberto com o desenrolar das investigações, que dirão se há a participação dele ou de membros de sua família, quem se relaciona com os laranjas ou, até mesmo, uma simples conivência ou omissão.
SEM PREJULGAMENTOS
A ausência de Cinthia Ribeiro em seu gabinete, na lida do dia a dia da sua gestão, pode ter sido o combustível para que a corrupção tomasse posto na sua administração, mais especificamente nas pastas da Educação e do Desenvolvimento Urbano, com suspeitas de mais desmandos em outras pastas.
Suspeitas não significam provas, e Cinthia Ribeiro ainda tem a liberdade e o tempo suficientes para provar às autoridades a sua inocência e sua lisura no trato com a coisa pública. E não estamos falando em redes sociais. Falamos de veículos de comunicação sérios e de credibilidade, pois, de fake news, a população já está farta e precisa de informações verdadeiras e muito bem apuradas. O prejulgamento pode dar um desfecho errôneo e terrível, seja para o bem, seja para o mal.
A verdade é que, até aqui, antes desse escândalo vir à tona da pior forma possível, frequentando as manchetes da mídia nacional e manchando, mais uma vez, o nome do Tocantins, a gestão de Cinthia Ribeiro vinha sendo considerada competente, uma das melhores prefeitas de capitais do Brasil, com um trabalho de conceito.
Agora, tudo isso corre o risco de virar pó, caso a própria Cinthia não tome as rédeas da reorganização de sua gestão e não venha à público esclarecer o que aconteceu e o que vai fazer para estancar a hemorragia corruptiva.
Mas, caso seu nome venha a ser citado nas investigações ou ela tenha algum tipo de participação no esquema, mesmo que seja apenas de omissão ou inação, sua carreira pública terminará como a da maioria dos ex-prefeitos de Palmas, pelas mãos dos mesmos eleitores que a elegeram.
POPULAÇÃO PALMENSE TEM NOJO DE CORRUPTOS
A cada resultado das eleições estaduais e municipais, nestes 34 anos de emancipação política de Palmas, os eleitores vêm demonstrando, de forma contumaz, contundente e silenciosa, sua maneira de fazer a faxina política, eliminando os detentores de mandato, um a um, seja da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa ou do governo do Estado, aqueles que não corresponderam às expectativas ou não disseram a que vieram.
Todos os envolvidos em escândalos de corrupção ou em atos não republicanos, omissão, conivência, desvio de conduta, cegueira política ou, simplesmente, incompetência, foram transformados em lixo político, e essa tendência não tem previsão de ser interrompida e vai se repetir nas próximas eleições.
O nojo dos corruptos, demonstrado pela população palmense e espelhado em todo o Estado é uma coisa palpável, real e duradoura.
Ou Cinthia Ribeiro prova sua inocência, ou estará fadada ao limbo dos políticos que decepcionaram, enganaram e enojaram os eleitores.
Ainda há tempo, mas a contagem é regressiva.
Tic, tac!