Por Andréa Luiza Collet*
No Cerrado brasileiro, um dos fenômenos mais marcantes é a floração dos ipês, que ocorre entre os meses de julho e setembro. Na região, costuma-se dizer que existem apenas duas “estações”: o inverno, quando chove (mas, na realidade é o verão do calendário), e o verão – período de seca extrema, quando as águas dos rios baixam e as praias surgem em suas margens. E é em pleno ‘verão amazônico’, com o tempo seco, altas temperaturas, vegetação aparentemente sem vida e muitas queimadas (infelizmente!) que os ipês colorem o cenário triste e cinzento com suas delicadas flores.
As árvores perdem suas folhas e a paleta de cores da natureza pinta as copas das árvores de amarelo, roxo, branco e rosa... em uma explosão de cores que, emoldurada por um azul celestial infinito, sem uma nuvem de chuva sequer, anuncia que a vida se faz presente – em breve, novas sementes surgirão, garantindo a continuidade das espécies. Além da exuberante beleza das flores, que acalenta o olhar cansado, o renascimento anual dos ipês é um prenúncio da primavera ao mesmo tempo em que nos ensina preciosas lições:
- Às vezes é necessário abrir mão de algo que consome a energia (folhas) para que novas possibilidades surjam (flores) e a renovação (sementes) se torne possível;
- Independente das circunstâncias, é possível perseverar e florescer;
- A beleza das flores sempre fará diferença num cenário árido, aparentemente sem vida, contribuindo para o renascer da esperança;
- Pode haver harmonia entre a dureza (oriundo do Tupi, o nome ipê faz referência à arvore de casca dura) e a fragilidade (as flores duram de 5 a 10 dias), numa simbiose de beleza e leveza.
E, com essas lições de coragem e esperança dos ipês brasileiros, desejamos a você e sua família um 2021 renovado, mais resistente, vivo e florido!
*Andréa Luiza Collet
Jornalista (formada na primeira turma da Unitins) e mestre em Administração. Morou no Tocantins de 1990 a 2010.
A vida em sociedade nos dias que correm apresenta algumas peculiaridades marcantes e uma delas diz respeito ao fantástico volume de novas informações e conhecimentos que emergem diariamente, os quais tendem a pôr em xeque e até superar certos saberes antecedentes. Nesse cenário revela-se imprescindível que todas as pessoas acompanhem essa dinâmica para serem capazes de tomar as decisões mais adequadas e agir de maneira consoante tanto na esfera privada quanto na esfera pública, que é o espaço reservado ao exercício da cidadania.
Por Antonio Carlos Will
Tal espaço é propício ao cidadão ativo, que se revela essencialmente díspar do alcunhado cidadão passivo, isto é, daquela pessoa que prefere realizar a sua existência no âmbito da esfera privada e ser governado pelos outros. O cidadão ativo, ao contrário, é um personagem que se considera governante e opta pelas ações conjuntas, muitas vezes destinadas a influenciar as decisões políticas.
Essas características substanciais exigem que ele se mostre como uma pessoa bem informada e que acompanha os acontecimentos nacionais e internacionais, principalmente pela leitura de jornais, que já entrou nas instituições escolares, uma vez que grande parte dos educadores a consideram um recurso pedagógico imprescindível.
De fato, a História registra que o uso do jornal nos estabelecimentos educativos começou no século 19. Janusz Korczak, um médico polonês, utilizou-o no trabalho com crianças pobres que viviam na periferia de Varsóvia. Por sua vez, o pedagogo francês Célestin Freinet fez uso dele para aproximar os alunos da comunidade e prepará-los para a vida democrática. E na terceira década do século 20, professores norte-americanos passaram a utilizar o jornal The New York Times nas salas de aula.
Em nosso país, Paulo Freire, nos anos 60 do século passado, tomou a iniciativa de empregá-lo, pois acreditava em seu poder de reduzir a evasão escolar e formar educandos críticos. O pioneirismo empresarial teve origem no jornal Zero Hora, duas décadas após a iniciativa de Freire. Na sequência vieram O Globo e a Folha de S.Paulo. Passados mais dez anos, o Correio Popular e o Diário do Povo, de Campinas, também foram para as escolas, assim como o Estado de S. Paulo, que instituiu o Estadão na Escola, com vista a formar novos leitores e promover a análise crítica da informação. Atualmente algumas dezenas de jornais da maioria dos Estados brasileiros estão seguindo esse mesmo caminho.
Vale lembrar que alguns dos jornais brasileiros mais importantes tomaram a decisão de criar versões voltadas para o público de pouca idade, tais como a Folhinha e o Estadinho, que teve seu término no ano de 2013. Com a mesma intenção foi lançado o Joca, semelhante aos publicados na Europa, dentre os quais podem ser citados o Le Petit Quotidien e o Mon Quotidien. O Joca é um jornal escrito especialmente para os mais jovens, usa uma linguagem apropriada para eles e contém notícias, reportagens, entrevistas, curiosidades e assuntos interessantes e atuais sobre o Brasil, o mundo e o universo juvenil.
Cabe destacar também que o programa Jornal na Educação se encontra presente, com maior ou menor intensidade, em todas as regiões do Brasil. Note-se ainda que, segundo o Observatório Nacional da Imprensa, o uso de jornais nas escolas melhora os hábitos de leitura, inclusive de jornal, as notas dos alunos e a assimilação dos conteúdos escolares; amplia o vocabulário e a expressão verbal/escrita, a imaginação, a interpretação e a criatividade; favorece o trabalho em grupo e o acesso ao jornal para os alunos e seus familiares, a concentração e a disciplina na sala de aula, a aproximação com a família; motiva o aluno a ir para a aula; causa impacto positivo em avaliações nacionais e internacionais, como Saeb e Pisa; serve de apoio ao livro didático; promove a interdisciplinaridade e a socialização entre os alunos e os professores e uma integração dos discentes com necessidades especiais.
Observe-se que a leitura de jornais proporciona outras vantagens aos mais jovens. O domínio de informações atuais é imprescindível para quem vai prestar vestibulares e para quem está à procura de emprego, haja vista que os recrutadores costumam fazer perguntas relacionadas à vida empresarial do momento e do futuro.
Não pairam dúvidas de que os aspectos positivos mencionados contribuem bastante para qualificar um cidadão, porém a leitura de jornais pode auxiliar decisivamente no preparo do aluno para o exercício da cidadania ativa, porquanto um sujeito bem informado pode fazer cobranças a políticos, participar de campanhas e movimentos sociais, apresentar denúncias nos meios de comunicação e propor soluções para diversos problemas comunitários. Para tanto é necessário existir um sólido e explícito compromisso dos jornais, tal como fez o Estado, e dos educadores com o objetivo de formar cidadãos ativos.
PROFESSOR APOSENTADO DA ACADEMIA DA FORÇA AÉREA, É AUTOR DE ‘DEMOCRACIA E ENSINO MILITAR’ (CORTEZ) E ‘A REFORMA DO ENSINO MÉDIO E A FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA’ (PONTES)
Por Denis Lerrer Rosenfield*
O alarido das eleições, antes e depois dos resultados, terminou por produzir um barulho inusitado, o de que as esquerdas estariam avançando, recuperando antigas posições. Se antes as evidências já indicavam o contrário, apesar do esforço de institutos de pesquisas de apresentar “retratos” distantes da realidade, depois ficou ainda mais difícil, dada a sua perda de posições, com o PT desaparecendo das capitais do País. A esquerda perdeu. E fragorosamente.
Isso não significa que a extrema direita tenha ganho. O segundo turno apenas confirmou o que o primeiro já havia sinalizado. Candidatos bolsonaristas, como Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro, e Capitão Wagner, em Fortaleza, não tiveram sucesso. O primeiro perdeu por 30 pontos porcentuais, não deixando nenhuma margem a dúvidas; o segundo, embora tenha sido mais competitivo, perdeu para o candidato da família Gomes. A estrondosa vitória de 2018 minguou em pouco tempo, deixando um acre sabor de insucesso.
Insucesso revelador da incapacidade de governar, de oferecer soluções para os urgentes problemas nacionais, para além da grave crise da pandemia, em que o único espetáculo apresentado é uma pantomima sem fim. Chegamos às raias do absurdo. O presidente e o ministro da Saúde advogam tratamentos preventivos, que inexistem para a comunidade científica do Brasil e de todo o planeta. Procuram somente mascarar decisões equivocadas, como a de dar vazão à distribuição de hidroxicloroquina indevidamente financiada e produzida. Discute-se também a obrigatoriedade ou não da vacina, quando não há vacina a ser distribuída. Discute-se sobre o modo de aplicação de algo no momento inexistente. É surreal!
O eleitorado demonstrou-se cansado dos ataques incessantes e das mentiras repetitivas, sem que as questões principais do País sejam enfrentadas. Figuras de inimigos imaginários expõem o seu descolamento da realidade quando as questões reais batem à porta, como a doença, a morte, a fome, a queda de renda, o desemprego e a ausência de expectativas. A dita “nova política” envelheceu em apenas dois anos. Haja senilidade precoce!
Daí não se segue, porém, que a esquerda tenha avançado nem que suas bandeiras, se é que existem, tenham sido adotadas. O PT, o mais importante partido de oposição, continua velho, não tem sabido se renovar. Manchado pela corrupção em seu exercício do poder e pela incompetência do último governo Dilma, continuou apegado à figura de Lula. Ou o partido se repensa ou permanece atrelado aos julgamentos inúmeros do ex-presidente e ao impeachment da ex-presidente. O partido devia deixar a posição de advogado de defesa de seus líderes e partir para uma agenda propositiva nacional. Não se olha para o futuro observando somente o retrovisor de um passado que, hoje, só a ele interessa, e nem sequer à totalidade de seus membros.
Os candidatos Boulos, em São Paulo, e Manuela, em Porto Alegre, só foram viáveis como alternativas de poder para os institutos de pesquisa. Realmente, jamais ostentaram tal posição. O primeiro perdeu por 20 pontos porcentuais e a segunda, por 10, tendo sido mesmo “avaliada” como estando na primeira posição no primeiro turno. Erros grosseiros. Curioso, aliás, que os institutos não mais consigam exercer influência na opinião pública, que já não segue tais pesquisas, por terem perdido credibilidade.
Note-se que um e outra são crias de Lula e com ele se identificam. Pertencem a partidos que eram satélites do PT e não conseguem, senão a muito custo, desvencilhar-se dessa identificação. Boulos quase chegou a ser ungido sucessor do ex-presidente quando de sua prisão, naquele espetáculo deprimente de resistência a uma ordem judicial. São caras novas do ponto de vista etário, porém velhas em sua trajetória e em suas propostas. Para quem tiver alguma dúvida basta ler os programas partidários do PSOL e do PCdoB. Falar de “moderação” dos candidatos beira a insensatez.
No que diz respeito a este último partido, o governador Flávio Dino, que despontava como liderança nacional, não conseguiu eleger seu sucessor. Ciro Gomes, por sua vez, teve uma vitória expressiva em Fortaleza, conseguindo bater o candidato bolsonarista, mas não demonstrou presença nacional. O quadro geral é o PT perdido em questiúnculas internas, brigando com sua imagem, e os outros partidos com imensas dificuldades de apresentar uma verdadeira alternativa política.
Os extremos como que caíram de suas extremidades, não puderam se equilibrar. Tontos, giraram em torno de si mesmos, sem a menor abertura para o outro, o País e seus problemas. A direita avançou com força em suas vertentes liberais, conservadoras e fisiológico-patrimoniais, com tinturas, às vezes, social-democratas. Por outro lado, os candidatos social-democratas igualmente se aproximaram dessas posições, voltadas para a ponderação, o bom senso e as urgências dos municípios. Quando questões nacionais afloraram, foram na mesma direção, como se os cidadãos estivessem a exigir uma nova postura para 2022.
*PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS
* Por Carlos Graieb
A força mais significativa da política brasileira atual é o antipetismo. Essa é a conclusão inapelável das eleições municipais deste ano. E também o fator a ser levado em conta por quem está se preparando para 2022, especialmente no centro e na centro-direita.
Neste ano, o PT foi derrotado em batalha após batalha, não importando o partido ao qual pertencia o adversário. Viu-se até mesmo um “antipetismo de esquerda”: o partido teve de se contentar com a posição de coadjuvante em capitais onde tem longa história, como São Paulo e Porto Alegre, e foi derrotado no segundo turno em Recife, pelo PSB. Foram raríssimas as exceções relevantes, como Diadema, em São Paulo.
O PT encolheu na comparação com 2016. Passou de 254 para 183 prefeituras. O contraste com 2012 é ainda mais impressionante. Aquelas foram as últimas eleições municipais antes de explodir a Lava Jato. O partido estava crescendo: conquistou 630 municípios. Passados oito anos, foi reduzido a um terço do tamanho de então.
Mas o bolsonarismo não foi também um grande derrotado? Não na mesma dimensão do PT. Os candidatos que Bolsonaro apoiou não se elegeram, é verdade. Em alguns casos, seu apoio elevou em muito a rejeição do político. Mas o presidente não entrou com tudo em nenhuma campanha, e não havia nem partido nem estrutura bolsonarista claramente organizada para cuidar do esforço eleitoral. São atenuantes. A meu ver, o que melhor descreve o resultado das eleições para Bolsonaro é isto: ele não tem nada para comemorar.
O secretário de imprensa do presidente tenta vender outra história. Ele escreveu nas redes sociais que o chefe saiu vitorioso do pleito, justamente porque estaria “varrendo o PT do mapa político e derrotando as esquerdas”. Isso é balela. Não se pode dizer que Bolsonaro foi o porta-estandarte do antipetismo nestas eleições. Nenhuma figura de projeção nacional foi, pois essa não é a natureza das eleições municipais. A rejeição ao PT foi antes uma espécie de corrente subterrânea que varreu todo o país.
Mas, pensando em 2022, o bolsonarismo está certo ao tentar preservar o posto de antipetista-mor do país para o chefão. Basta atentar para um dado da pesquisa de opinião coordenada pelo cientista político Carlos Pereira, da FGV. Divulgada hoje, ela mostra que Bolsonaro tem o voto convicto de apenas 18% do eleitorado. Mas outros 17% o apoiariam imediatamente para vencer o PT no segundo turno de uma eleição presidencial.
Se aqueles que pretendem fomentar uma candidatura de centro em 2022 não desafiarem Bolsonaro nesse terreno, estarão cometendo um grande erro. O PT pode não ser o que já foi, mas seu fantasma ainda assombra muita gente. O antipetismo continuará sendo um dos motores do voto nas próximas eleições presidenciais, e Bolsonaro ainda é o político mais bem posicionado para se aproveitar disso.
* Carlos Graieb tem trinta anos de experiência como jornalista e executivo de mídia. Foi secretário de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo (2017-2018)
... UMA ANÁLISE PARCIAL DA SOBREVIVÊNCIA PARTIDÁRIA E DOS CANDIDATOS
“A consciência é como um copo, se não está limpo sujará tudo o que se jogue nele”
HORÁCIO
Por Edson Rodrigues
O número de prefeitos e vereadores eleitos no último dia 15 expôs a fragilidade de várias legendas no Estado, disparando as sirenes de alerta para os seus dirigentes e membros.
O Paralelo 13, por meio desta análise política independente, sem nenhum interesse de agradar ou contrariar a este ou aquele político ou partido, tenta descrever, por meio da nossa humilde experiência como dirigente de um dos veículos de comunicação mais longevos do Tocantins, o que aponta a “radiografia” das urnas, tendo como ponto inicial o resultado das eleições municipais, traçando paralelos com a eleição majoritária que acontece daqui a dois anos.
Nosso foco é o alerta vermelho que ecoa em muitos partidos e na mente de seus dirigentes e pré-candidatos à reeleição nos parlamentos estadual e federal. O resultado pífio de algumas dessas legendas, principalmente as que não têm representantes no Executivo Estadual, na Assembleia Legislativa e na Câmara federal.
Essas legendas correm o risco de não conseguir sair da “UTI política” por falta de membros ou aliados, pois muitas delas derrubaram pontes e cortaram laços que as uniam a outros partidos e lideranças, ou construíram barreiras e fizeram inimigos irreconciliáveis, apostando todas as fichas – e perdendo – na eleição do último dia 15.
Alguns partidos se isolaram, concentraram todos os recursos do Fundo Partidário na eleição da Capital, deixando os companheiros do interior “com uma mão na frente e outra atrás”, cometendo um suicídio político com pouquíssimas chances de sobrevida.
MAURO CARLESSE
Administrativamente, a gestão do governador Mauro Carlesse encontra-se equilibrada, com as finanças controladas, mesmo com o País passando por um momento de gastos extraordinários com a pandemia de Covid-19. O Tocantins é um dos estados que se destacam por não ter deixado os cuidados com sua economia de lado e, ajudado pelos recursos conseguidos em Brasília, principalmente pelo senador Eduardo Gomes e pelos deputados federais Dorinha Seabra e Carlos Gaguim, manteve a folha de pagamento em dia, assim como a credibilidade junto a fornecedores e prestadores de serviço.
Governador Mauro Carlesse
Apesar disso, politicamente o governo de Carlesse está longe do ideal. As vozes da urnas potencializaram seus principais adversários políticos nas eleições majoritárias de 2022, quando o atual governador pretende disputar a única vaga ao Senado que estará em disputa e, para que suas pretensões se concretizem, precisará costurar uma verdadeira “colcha de retalhos”, e montar uma estratégia de governo bem diferente da atual, com fatos, atos e realizações que consigam atrair para seu grupo político lideranças e aliados suficientes para lhe proporcionar uma base sólida de apoio. E isso tem que começar a partir do próximo dia 1° de janeiro de 2021, para que se evitem surpresas desagradáveis, como se tornar refém dos ditames do seu partido.
A verdade nua e crua é que Mauro Carlesse não é um líder político nato e precisa de muita gente experiente e de liderança comprovada ao seu lado. Apesar disso, a vitória de Josi Nunes em Gurupi, deve ser creditada, em primeiro lugar, ao apoio público do governo do Estado, com o reforço do carisma de Josi e os apoios de Eduardo Gomes, líder do governo federal no Congresso Nacional, e Dorinha Seabra e Carlos Gaguim e diversos deputados estaduais, que formaram um pool de lideranças em benefício da eleição de Josi.
Mas, em nenhum dos demais 138 municípios tocantinenses, incluindo Palmas, o governador Mauro Carlesse conseguiu emplacar seus aliados, muito menos seus ”pupilos”. Pelo contrário, dificultou e “encareceu” a vitória de seus adversários que, certamente irão dar a resposta no pleito de 2022.
Os primeiros passos a serem adotados por Mauro Carlesse em busca de um novo posicionamento político passam por uma imediata reformulação no seu governo, do primeiro ao quinto escalões e a abertura de diálogos que permitam a reconstrução de laços com outros grupos e lideranças, para facilitar a construção de uma candidatura sólida.
Caso persista com sua atual filosofia de governo, Carlesse corre o sério risco de se juntar aos políticos que resolveram agir da forma não recomendada nessas eleições municipais e acabaram subjugados pelas urnas e direcionados para a nefasta procissão rumo ao cemitério político.
OLHANDO A BANDA PASSAR
Enquanto isso, daqui, da nossa Porto Nacional, ficaremos só a observar a movimentação política e como vão se comportar líderes e partidos que não tiveram o resultado esperado nas urnas, seja como candidatos, seja como apoiadores, na formação de um governo de coalizão de forças políticas.
É bom deixar bem claro que esta análise aponta a fotografia do momento e que mudanças profundas estão por acontecer – ou não – dependendo do andar da carruagem. Os partidos que tiveram resultados pífios e os prefeitos que irão assumir em janeiro próximo, podem se unir, numa grande movimentação, em busca de uma legenda para “chamar de sua”, assumindo o comando e partindo em busca de parcerias que viabilizem seus governos, pois 86 municípios do Tocantins têm como principal fonte de renda apenas o FPM, com o qual mal conseguem manter a folha de servidores em dia.
Esses prefeitos certamente irão à Brasília buscar quem os “adote” já neste primeiro ano de gestão e dificilmente permanecerão nos partidos pelos quais se elegeram.