Edson Rodrigues
José Wilson Siqueira Campos nasceu em Crato no Ceará, em 1928, filho de mestre Pacífico Siqueira Campos - que tinha a profissão de seleiro e sapateiro - e de dona Regina Siqueira Campos.
Ficou órfão de mãe aos 12 anos, falecida em trabalho de parto, e viajou pelo país por quase 10 anos, em busca de oportunidade,chegando a passar parte da adolescência na ruas, até se estabelecer. Nesse período, trabalhou em vários ofícios em diversas cidades, até chegar à cidade de Colinas, no então Norte de Goiás, atual Colinas do Tocantins. Antes, passou pelos estados do Amazonas (onde foi seringueiro), Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em Colinas, Siqueira começou a trabalhar na área rural, o que despertou nele a vocação política: fundou a Cooperativa Goiana de Agricultores e deflagrou o movimento popular que pedia a criação do Tocantins. Na eleição seguinte foi candidato a vereador, tendo sido eleito com votação expressiva.
Elege-se vereador de Colinas com maior votação (1965) e escolhido presidente da Câmara (1966). Era então filiado a Arena. Integraria também ao longo de sua carreira ao PDS, PDC, PFL, PL e PSDB.
Como deputado federal chegou à presidência nacional do PDS, um dos partidos com maior bancada no congresso nacional, o que lhe possibilitou compor a mesa dos líderes que definia a pauta de votação do parlamento, bem como os projetos e emendas a serem aprovados pelas bancadas.
Desmembramento
A defesa da criação do Tocantins causou reações violentas e Siqueira foi vítima de várias tentativas de assassinato. Cercado por forças federais armadas, foi preso por 21 dias, sendo libertado.
Convençãonacional do PSDB em 2007
Após o episódio Siqueira foi eleito deputado federal, reeleito por mais quatro mandatos, permanecendo no cargo entre 1971 e 1988, enquanto representante do norte goiano. Chegou a fazer uma greve de fome de 98 horas em favor da causa separatista. Siqueira foi, inclusive, deputado federal Constituinte e relator da Subcomissão dos Estados da Assembleia Nacional Constituinte, tendo redigido e entregado ao presidente da Assembleia (deputado Ulisses Guimarães) a fusão de emendas (conhecida como Emenda Siqueira Campos) que, aprovada, deu origem ao Estado do Tocantins, com a promulgação da Constituição Federal de 1988.
A criação do Tocantins, pelos deputados membros Assembleia Constituinte, finalizou uma luta de quase 200 anos dos moradores do então Norte de Goiás em prol da redivisão do Estado, trazendo a perspectiva de desenvolvimento para uma região que viveu séculos de relativo isolamento. Com o Tocantins finalmente criado, Siqueira Campos se elegeu o primeiro governador, para mandato de dois anos (de 1º de janeiro de 1989 a 15 de março de 1991). Nessas eleições foi eleito na oposição aos governos federal e estadual de Goiás, sendo que este último ainda exercia grande influência sobre política do recém-criado Tocantins.
Foi também responsável pela construção da capital, Palmas, que é a última cidade brasileira planejada do século 20. À época, a decisão da construção de uma nova cidade para abrigar a capital foi amplamente criticada, sobretudo pelos prefeitos das maiores cidades do Tocantins e pelos maiores líderes que enxergavam na proposta um desperdício de recursos, no que foram totalmente infelizes, sem Palmas, hoje, uma cidade pujante e progressista.
Eduardo Siqueira Campos
José Eduardo Siqueira Campos, nascido em Campinas - SP, em4 de março de 1959, é um empresário, pedagogo e político brasileiro filiado ao PTB com base política no estado do Tocantins.Primeiro prefeito eleito de Palmas (1993-1997), Eduardo também exerceu outros três mandatos, dois como deputado federal e um como senador da república. Atualmente, é secretário das relacionais institucionais no governo do estado do Tocantins. É filho do também político José Wilson Siqueira Campos.
Desde a infância, Eduardo acompanhou o seu pai Siqueira Campos distribuindo panfletos da plataforma de projetos de seu pai, então candidato a vereador por Colinas de Goiás (hoje Colinas do Tocantins).
Daí para frente esteve ao lado do pai na Constituinte de 1988, onde ficou conhecido por ter ficado por dois dias iniciando a fila de inscrição de emendas à Constituinte na sua fase de elaboração, para que o projeto de criação do estado do Tocantins recebesse a numeração 001.
Com a criação do estado do Tocantins em 5 de outubro de 1988, foi o deputado federal mais votado no estado, pelo PDC. Nas eleições de 1990, foi novamente o deputado federal mais votado com 35.619 votos (17,5% dos válidos), recorde ainda não alcançado até a presente data. Em 1992, votou a favor do impeachment do então presidente Fernando Collor. Com atuação destacada, foi eleito pelos pares líder da bancada do PDC na câmara federal.
Prefeitura de Palmas
Com quadro político adverso, sendo oposição nos níveis estadual e federal, Eduardo Siqueira Campos liderou a campanha vitoriosa que terminou o pleito com 67% dos votos válidos, tornando-se o primeiro prefeito eleito da capital do Tocantins. Durante o mandato, marcou a cidade com a implantação do traçado urbanístico monumental, ousado e moderno que ainda caracterizam Palmas. Investiu nas primeiras obras de saneamento básico da capital, levando esgoto e água tratada a maior parte do plano diretor.
Eduardo Siqueira Campos também deu início e consolidou vários bairros de Palmas, como os setores Jardim Aureny e as antigas ARNOS, região norte da cidade cuja ocupação ocorreu majoritariamente por meio de invasão. Nas ARNOS, setor também conhecido como Vila União, Eduardo promoveu forte intervenção urbanística, construindo milhares de casas, em substituição aos barracos de lona e palha, e pavimentando diversas quadras, após o grande incêndio sofrido em 1993.
Governou a cidade de 1º de janeiro de 1993 a 1º de janeiro de 1997, com ampla aprovação popular. Eduardo Siqueira Campos construiu nesse período as obras que ainda hoje compõem o grupo dos maiores equipamentos socioculturais de Palmas e que marcam pela grandeza e utilidade para a população do estado, como o Espação Cultural de Palmas e o Ginásio Ayrton Senna. Em 18 de abril de 1993, o Prefeito Eduardo Siqueira Santos lançou a pedra fundamental da Escola Técnica Federal de Palmas, hoje IFTO, campus Palmas.
No Senado Federal
Em 1998, foi eleito senador pelo Tocantins com 291.624 votos (74,6% dos votos válidos). E em 1º de fevereiro de 1999, tomou posse como senador. Foi o vice-líder do 2° mandato do governo Fernando Henrique Cardoso no Senado entre 1999 e 2003 quando o líder era o senador Artur da Távola.
Ocupou o cargo de vice-presidente do Senado Federal quando o presidente do Senado era José Sarney (entre 1º de fevereiro de 2003 e 1º de fevereiro de 2005). Foi eleito o 4º secretário da Mesa do Senado para o biênio 2005–2006.
Como senador, Eduardo Siqueira Campos teve atuação municipalista, com destaque para a proposição de vários projetos de lei e de emendas à constituição para redefinir os percentuais da repartição de tributos em favor dos municípios. Propôs também várias medidas de proteção e ampliação dos direitos dos idosos. Lutou ainda pela criação da Universidade Federal do Tocantins, alcançada em 2000.
Foi autor do projeto de lei que propôs a abolição da figura do fiador como condição de concessão da bolsa de estudo para estudantes junto ao FIES. À época, Eduardo defendia que seria injusto e um abuso não conceder crédito educativo ao jovem de baixa renda que não conseguisse um fiador. A proposta foi posteriormente adotada de maneira limitada para os estudantes bolsistas parciais do ProUni.
Em 2010, articulou a aliança de partidos que apoiaram o candidato da oposição ao governo do estado, Siqueira Campos. Foi também coordenador da campanha que venceu o candidato do PMDB ao governo, o então governador Carlos Henrique Gaguim. Após a vitória, Eduardo Siqueira Campos liderou a transição do governo e tomou posse no cargo de secretário de planejamento e, posteriormente, no de secretario das relações institucionais.
Em 29 de maio de 2012, durante solenidade com a ministra das relações institucionais, Ideli Salvatti, Eduardo pleiteou recursos para o que ele classificou de “o Brasil sem Copa”. No seu pronunciamento, Eduardo considerou que os empréstimos concedidos no valor de um bilhão para a construção e reforma de estádios nas cidades-sede poderiam também ser liberados para o Tocantins, por meio do governo do estado, com o fim de financiar investimentos na infraestrutura logística, na saúde, educação e na segurança pública dos 139 municípios que padeciam da falta de recursos.
Eduardo Siqueira Campos lançou, em dezembro de 2012, o Programa de Apoio aos Municípios (PAM) pelo qual oito mil quilômetros de estradas vicinais foram recuperados em mais de cento e trinta municípios, tendo também dado início a pavimentação da malha urbana das maiores cidades do Tocantins.
Considerado como sucessor político do pai, José Wilson Siqueira Campos, e apontado como provável e forte candidato a governador do Tocantins em 2014, Eduardo Siqueira Campos se filiou ao PTB estabelecendo uma plataforma de governo com o governador Siqueira Campos de responsabilidade fiscal, fortalecimento de programas de assistência social e qualificação técnica, integralização da educação e investimentos na infraestrutura logística do estado aliado a um forte e efetivo programa de apoio aos municípios.
Os ventos sopram em direção do judiciamento das eleições gerais no Tocantins, tendo o PMDB como seu principal foco de discussão frente à legalidade. É importante salientar a divisão que há dentro do partido, e que já na realização das convenções existe e poderá continuar existindo dois ou três grupos habitando balaio peemedebista.
Por Edson Rodrigues
O grupo que é conhecido como “PMDB Legal”, composto por vários filiados e membros diretivos eleitos em assembleia, está apto a participar da Convenção Estadual que escolherá os candidatos que disputarão os cargos de Governador, Vice-governador, Senador e seus suplentes, Deputado Federal e Deputado Estadual, como também chancelará as possíveis alianças e coligações.
Apesar do afastamento temporário do Presidente Estadual do Partido, deputado Júnior Coimbra, devido atritos internos com o grupo denominado “Autênticos”, que também é PMDB, os membros e delegados da convenção continuam legalmente amparados pela Lei.
Até agora o PMDB no Tocantins tem demonstrado prioridade na tentativa de viabilizar em Brasília a posse do ex-governador Marcelo Miranda no Senado Federal. O partido insiste em esquecer a cassação do então Senador eleito, quando ainda era governador do Estado, demonstram acreditar na possibilidade de Miranda assumir a sua vaga no Senado.
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal- STF, ao analisar o Recurso Extraordinário manteve a condenação de Miranda por abuso de poder econômico, bem como a sua inelegibilidade naquele momento. Já o ex-governador Carlos Gaguim foi condenado pelo uso indevido dos meios de comunicação, tendo feito propaganda eleitoral nas Eleições 2010 com veículos institucionais. Isso significa que dois membros do PMDB podem ter suas pretensões contestadas nos tribunais, o que sugere que o pleito de 2014 poderá resolvido no STF – Supremo Tribunal Federal.
Paralelamente aos processos e recursos, percebe-se que qualquer tentativa do partido em um eventual registro de candidatura dos ex-governadores a disputar um cargo nas eleições deste ano encontrará barreiras na Justiça Eleitoral Tocantinense. Vale ressaltar que assim como Miranda, o ex-vice governador Paulo Sidnei, que teve o seu mandato cassado em 2009.
Diante deste cenário, o Júnior Coimbra, primeiro vice-líder do PMDB na câmara Federal e pré-candidato a Governador pelo PMDB tocantinense cresce o seu ‘poder de fogo’ com a declaração de independência da bancada do PMDB na câmara Federal do palácio do Planalto com a maioria de membros e diretoria na executiva nacional do Diretório do PMDB.
Apesar das diversas declarações no qual cita que o Partido vem buscando um consenso interno, nota-se que cada dia que passa o quadro político no PMDB tocantinense se complica mais ainda. O sonho de paz tem se distanciado cada vez mais distanciando de se tornar realidade. O PMDB pode se tornar uma lenda, onde ninguém mais acredita em seu sucesso de união.
Já do lado Governista, o ex-senador Eduardo Siqueira Campos, impõe a oposição sucessivas derrotas. Na Assembleia, ano passado conquistou a aliança de vários Deputados Estaduais, obtendo a maioria no parlamento tocantinense. Eduardo tem hoje ao seu lado a maioria dos prefeitos, sendo que dez estão nos principais municípios. Além de vários partidos já consolidados no Estado.
Resta saber se o Governador José Wilson Siqueira Campos vai renunciar, se será candidato ao Senado ou ele mesmo candidato a reeleição. Caso renuncie Eduardo é o candidato a governador pelo Palácio Araguaia com a maior coligação da história do Tocantins. Os demais e próximos passos só serão conhecidos após o dia seis de abril, ultimo prazo para a renúncia ou não de Siqueira Campos.
Porto Nacional sempre foi uma cidade que, por meio de seus filhos ilustres, sempre marcou sua posição política nos principais acontecimentos na história do Tocantins. Assim foi desde o primeiro comício do então deputado constituinte José Wilson Siqueira Campos, quando foi lançado oficialmente candidato a governador. Porto foi também a cidade que deu a largada para a candidatura do então prefeito de Paraíso do Tocantins, Dr. Moises Avelino, como candidato a governador.
Por Edson Rodrigues
Esta mesma Porto Nacional foi palco do primeiro movimento “volta Siqueira”, assim como sediou o lançamento da candidatura de Marcelo Miranda à reeleição, não esquecendo que até pouco tempo atrás, mantinha 2, 3 até 4 deputados na Assembleia Legislativa, e 2, 3 e até 4 filhos seus nos primeiros escalões do governo do Estado, além de sempre presente no Congresso Nacional, no Senado e na Câmara dos Deputados. Dessa forma Porto sempre esteve presente nos principais fatos e acontecimentos políticos da história do Estado, independente de cores partidárias, se situação ou oposição, seus filhos sempre foram e são peças importantes e decisivas no tabuleiro político.
Valorização e mérito
Na semana passada, em Porto Nacional, mineiramente, no silêncio da sabedoria, o PMDB “tronco e base do povo” deu o sinal de que não está satisfeito com o atual momento que vive a legenda.
Estava marcado um encontro regional do PMDB, com as presenças do ex-governador biônico Carlos Gaguim, do deputado federal e presidente estadual do partido, Jr. Coimbra, do deputado estadual José Augusto e do empresário e pré-candidato a deputado federal, Dito do Posto. Essa reunião tinha a finalidade de apresentar à militância peemedebista as pré-candidaturas a governador e senador de Jr. Coimbra e Carlos Gaguim, respectivamente, às lideranças dos municípios de Ponte Alta, Monte do Carmo, Brejinho de Nazaré, Oliveira de Fátima, Ipueiras. Mas Porto disse não! As principais lideranças do PMDB portuense não acharam legitimas tais posições do atual diretório Estadual, não reconheceram a liderança do ex-governador biônico, Carlos Gaguim e nem dos demais.
O PMDB portuense quer que os caminhos do partido sejam os da união, e reconhecem como seu maior líder o ex-governador Marcelo Miranda, ao qual Porto Nacional é muito grato
A reunião foi desmarcada 32 horas antes por não encontrar abrigo nem apoio partidário. Isso é mais um recado de que Porto Nacional, através de seus filhos independentemente de sua corrente política, sabe dar na hora certa e tomar sua posição de crucial importância para os desígnios do partido.
Pelo visto, o PMDB de Porto Nacional é de Marcelo Miranda, de quem tem boas lembranças de quando foi governador, pela realização de dezenas de obras e por reconhecer a capacidade dos portuenses, prestigiando-os com nomeações para cargos de primeiro e segundo escalão do seu governo.
Esse é o grande recado de Porto Nacional:valorização e mérito em primeiro lugar, reconhecimento e lealdade sempre!
O ex-senador e atual secretário de Relações Institucionais do Governo do Estado, Eduardo Siqueira Campos, primeiro prefeito eleito de Palmas e o deputado federal mais bem votado no pleito que o elegeu, foi o primeiro secretário da mesa do senado, tendo presidido os trabalhos por dezenas de vezes, demonstrou sua capacidade de articulação nestes últimos dias.
Por Edson Rodrigues
Sua desenvoltura foi fenomenal, cuidadoso, quase cirúrgico. Escaldado, procurou fazer reuniões políticas em seu próprio apartamento ou na residência do seu pai, evitando usar o seu gabinete no Palácio Araguaia. Eduardo foi impiedoso com sua principal adversária, a senadora Kátia Abreu e com o PMDB, aplicando um verdadeiro “soco no fígado”, trazendo para as hostes governistas, o vice-governador João Oliveira, até então fiel escudeiro da senadora, com quem tinha uma relação quase que visceral.
“Liderança regional de peso”, João Oliveira não conseguiu eleger seu filho vereador em Colinas nem reeleger sua esposa prefeita de Presidente Kennedy, cidade que é seu berço eleitoral.
Como vice-governador do Estado, Oliveira, enquanto ligado à Kátia Abreu, era um “osso atravessado na garganta” do governador Siqueira Campos que, renunciando ao cargo para Eduardo poder ser o candidato a sua sucessão, teria que fazê-lo em benefício de João Oliveira.
Oliveira era o “zap”, que Kátia tinha debaixo do braço, mas que, agora, está “do outro lado da mesa”, no bolso do candidatíssimo Eduardo Siqueira Campos. Essa reviravolta representa um duro golpe nas pretensões e no planejamento político estratégico de Kátia Abreu, justamente em um momento decisivo em sua vida política.
Eduardo também fez suas estripulias no PMDB, do ex-governador Marcelo Miranda, líder de intenção de votos em todas as pesquisas realizadas até hoje no Estado, porém inelegível, com uma condenação do colegiado do Tribunal de Contas do Estado e confirmada pela Assembleia Legislativa. Miranda estará tentando, no Supremo Tribunal Federal, derrubar tal coordenação até maio de 2014, data das convenções que escolherão os candidatos a governador.
Na casa de Marcelo, Eduardo deixou só a deputada Josi Nunes, cuja mãe, Dolores Nunes, é vice-prefeita de Laurez Moreira, em Gurupi que, por sua vez, é o presidente do PSB, que apoio as pretensões de Eduardo em 2014.
Eduardo esvaziou a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, onde metade do grupo peemedebista se filiou ao novo partido, o Solidariedade (SDD), presidido no Estado pelo presidente da Mesa Diretora desta Casa de Leis, Sandoval Cardoso, leal ao Palácio Araguaia. Com essa manobra coordenada, Eduardo Siqueira Campos tem maioria absoluta no Legislativo tocantinense.
Apesar disso, é bom lembrar que o jogo eleitoral está apenas no aquecimento, faltando ainda a escalação para a partida ter seu início e assim como o futebol, a política também é “uma caixinha de surpresas”.
Nesta disputa, que certamente será acirrada, o Palácio Araguaia terá que observar com atenção as repentinas adesões de falsos líderes que com artimanhas e conveniências inconfessáveis, estão abandonando velhos companheiros em detrimento dos novos, manobras da velha e arcaica política do poder pelo poder.
Retrovisor
Este filme já foi exibido. Em 1982, o então governador do Estado de Goiás, Ary Ribeiro Valadão, foi traído por esta prática, compondo politicamente com os deputados José Dourado, Ivan Ornelas e Ely Dourado e mais 93% dos prefeitos da oposição, ficando assim com 87% de apoio dos prefeitos do Estado e 80% dos ocupantes da Assembleia Legislativa goiana. Neste processo de cooptação ele abandonou os companheiros e se esqueceu de combinar com os eleitores, e assim perdeu as eleições para Iris Rezende Machado.
Recentemente se reescreveu esta película política no Tocantins, tanto para Governo do Estado, como para a prefeitura de Palmas. No primeiro caso, o então governador Carlos Henrique Gaguim, do PMDB, partiu para a reeleição com uma base de sustentação consolidada, recheada de prefeitos e deputados. As adesões de falsos líderes se contavam em centenas, todas com tratamento especial feito pelo ocupante número um do Palácio Araguaia, o que não evitou uma derrota para o atual governador Siqueira Campos.
Concorrendo a Prefeitura de Palmas, em 2012, o deputado estadual Marcelo Lelis liderava com folga todas as pesquisas de intenção de voto, e contava com o apoio de partidos tradicionais como o PMDB, abrigo dos mais ferrenhos adversários do governador Siqueira Campos, apoiador maior do pretendente do PV, que ainda contava com a força política de vereadores, deputados estaduais e federais, além das canetadas promocionais e decisivas do Palácio Araguaia. O eleitorado da capital disse não a estes conchavos inexplicáveis, aos acertos enviesados e elegeu o colombiano Carlos Amastha.
Os exemplos citados acima são somente para clarear a mente dos nossos queridos leites e dos líderes políticos, que vivenciamos momentos históricos, de transformações, onde todos, indistintamente, tem acesso a um volume muito grande de informações e com isso, cada vez mais, se forma uma consciência coletiva do bem, que rechaça a prática política nociva aos interesses da coletividade. Adesões e conchavos inexplicáveis é tentativa de ludibriar o eleitor e é por isso que em recente pesquisa do Ibope, a classe política é desacreditada por 90% dos entrevistados. Se não houver a construção de ideias novas, propostas inteligentes e mais interação com o eleitorado, com certeza as eleições de 2014 pregarão um grande susto nos desavisados, deixando os às margem do poder.
Quem viver, verá!!!
O ex-senador e atual secretário estadual, Eduardo Siqueira Campos deve anunciar, até o próximo dia 30, o seu novo ninho político-eleitoral. Segundo fontes ligadas ao secretário, ele deve filiar-se a um partido da base aliada ao do governo federal.
O mesmo caminho deve ser seguido pelo presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, deputado estadual Sandoval Cardoso.
Os analistas políticos também aguardam movimentação semelhante por parte da senadora Kátia Abreu, que tem as opções de continuar no PSD e, consequentemente, na base de apoio ao governo Siqueira Campos, ou apostar na candidatura ao governo do Estado, do empresário Roberto Pires, presidente da FIETO, filiado ao PP de Carlos Amastha, ironicamente inimigo venal de Kátia Abreu. Para que esse movimento se confirme, acredita-se que Pires seguirá os caminhos da senadora, uma vez que os dois têm conversado bastante nos bastidores.
Vale ressaltar que Roberto Pires tem prestígio junto ao empresariado e à sociedade em geral e Kátia não tem demonstrado nenhuma vontade de ser candidata ao governo e vem assumindo publicamente um posicionamento alinhado às necessidades da presidente Dilma Rousseff e contrário às orientações do PT.
Falando no PT, outro que está calado, mas articulando muito nos bastidores é o ex-prefeito de Palmas, Raul Filho. O que se sabe é que ele não ficará no PT caso o “esterno presidente” do partido, Donizete Nogueira, permaneça no comando da legenda. Raul Filho é um dos mais fortes candidatos a deputado federal pelo Tocantins e não deve abrir mão de sua candidatura. Se realmente sair do PT, deve levar muita gente junto.
O tempo é curto, pois dia 5 de outubro termina o prazo para quem quer mudar de partido e ser candidato no ano que vem.
Como dizem os mais velhos, “a mexida é forte, pois a panela é funda. Mas a colher de pau está quebrando”.
Quem viver, verá!