Empresa comprou mais combustível do exterior no segundo trimestre em razão de manutenção de plataformas e refinarias; aumento do consumo de combustível e vendas 52% mais altas para usinas térmicas beneficiaram resultado operacional
Por Fernanda Nunes e Wagner Gomes
A operação da Petrobrás no segundo trimestre deste ano foi um ponto fora da curva. Com plataformas e refinarias paradas para manutenção, a empresa foi obrigada a compensar quedas pontuais de produção com importação de combustíveis. A crise hídrica também ditou o mercado de energia elétrica, no período. E a China, o maior consumidor internacional do petróleo brasileiro, comprou menos, de abril a junho, abrindo espaço para outros países comprarem mais óleo nacional, principalmente, Índia e Estados Unidos.
A produção de petróleo e gás natural se manteve estável, apesar do crescimento ininterrupto dos campos do pré-sal. No segundo trimestre deste ano, foram extraídos 2,75 milhões de barris de óleo equivalente no Brasil, 0,1% menos que em igual período do ano passado. Sete plataformas foram paralisadas no pós-sal da Bacia de Campos para manutenção. No pré-sal, outras duas unidades até passaram a produzir um volume maior de óleo e gás, mas não o suficiente para suprir as perdas.
Com a produção interna de petróleo estável e o consumo de derivados em alta, o fator de utilização das refinarias caiu de 85% para 72%, do primeiro para o segundo trimestre. A solução da empresa foi recorrer ao mercado externo.
O consumo do segmento automotivo continua subindo, em linha com a flexibilização das medidas de isolamento social e a vacinação. As vendas de diesel avançaram 28,8% em relação ao segundo trimestre do ano anterior e as da gasolina, 36,9%.
Para compensar a retração da oferta das refinarias da Petrobrás, a importação subiu 146%, comparado ao período de abril a junho de 2020. As compras externas foram puxadas, principalmente, pelo óleo diesel.
Crise hídrica
Outro componente atípico na operação da Petrobrás no segundo trimestre foi o desempenho dos negócios de eletricidade. A venda de óleo combustível pela Petrobrás subiu 52,8% no segundo trimestre deste ano comparado a igual período de 2020. Na mesma linha, aumentou a geração de eletricidade pela empresa.
Nos dois casos, o que ajudou a estatal foi a crise hídrica. Diante da pior estiagem dos últimos 111 anos e do esvaziamento dos reservatórios das hidrelétricas, o mercado está recorrendo às térmicas para produzir energia. O óleo combustível é um dos insumos usados nessas usinas.
O volume de venda de energia no mercado regulado, de 1,24 mil MW, cresceu 82,6%, frente ao segundo trimestre de 2020. O valor do MWh, no entanto, subiu mais do que isso, 205%, de R$ 75 no segundo trimestre de 2020 para R$ 229 no período de abril a junho deste ano, uma sinalização positiva para o resultado financeiro da companhia, que vai ser divulgado no início de agosto.
O mercado financeiro gostou do desempenho da petrolífera. As ações PN da Petrobrás foram as mais negociadas durante o ‘after market’ da B3, desta quinta-feira, com volume financeiro de R$ 8,33 milhões.
O câncer do Brasil é a corrupção, diz embaixador dos EUA, contra qualquer possibilidade de golpe
Com Poder 360
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, disse nesta 5ª feira (22.jul.2021), que todas as previsões de que a democracia no Brasil iria acabar deram errado. “Isso é o que esperamos que continue por muitas décadas, com legitimidade“, afirmou em café-da-manhã com jornalistas em Brasília.
O embaixador foi perguntado sobre riscos de golpe de Estado no Brasil. Mais pontualmente, sobre a suposta declaração do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de que sem voto auditável não haverá eleições em 2022. A mensagem de Braga Netto teria sido enviada ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), com respaldo dos comandantes das 3 forças, segundo o jornal O Estado de S Paulo.
Em resposta, Chapman disse que a “centralidade do sistema democrático” é princípio básico dos EUA e que o Brasil “compartilha essa prioridade desde 1985“. “Para se pensar em eventualidade e previsão, basta olha para a nossa história. [Golpe] não é o que está em jogo“, disse. “O que está em jogo é o debate, o diálogo.”
Para ele, o Brasil é uma “superdemocracia”, com instituições fortes e lideranças para “fazer a coisa certa: confirmar a tradição democrática do País“.
Chapman está de partida do Brasil, seu último posto na carreira diplomática. Ele seguirá para a iniciativa privada. Seu sucessor ainda não foi escolhido pela Casa Branca. A embaixada dos EUA será liderada enquanto isso pelo encarregado de negócios, Douglas Koneff.
CORRUPÇÃO
Indicado pelo então presidente norte-americano Donald Trump em 2019, Chapman estabeleceu relação fluída com o Governo de Jair Bolsonaro. Para ele, o momento de maior preocupação para Washington foi durante os governos petistas, quando investigações de casos de corrupção eclodiram. Mencionou o Mensalão, em 2005, e o Petrolão.
“A corrupção é o grande câncer do Brasil“, disse. “Mas vemos que uma grande mudança aconteceu“, completou, para referir-se a “eficiência” com que o Governo de Bolsonaro estaria lidando com esse tema, com a ajuda dos Estados Unidos.
Perguntado sobre a investigação de uma quadrilha que vendia madeira ilegalmente extraída da Amazônia para os Estados Unidos, o embaixador disse apenas que os 2 países têm há muitos anos cooperação policial. Depois de os EUA informarem o Governo brasileiro sobre esses carregamentos, a Polícia Federal deflagrou a Operação Akuanduba, em maio.
O então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi um dos citados. O Supremo Tribunal Federal autorizou a PF a investigá-lo. “Não vou comentar”, disse Chapman.
O embaixador valeu-se da mesma resposta ao ser perguntado sobre possível investigação, nos Estados Unidos, da Davati Medical Supply. A empresa sediada no Estado do Texas teria autorizado representantes no Brasil a negociar com o Ministério da Saúde o fornecimento de 400 milhões de doses da vacina anticovid AstraZenica. O caso é investigado pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, do Senado.
Ministro descartou revisão dos regimes de microempreendedores e pequenas empresas, que havia sido apontada pela Receita como passo seguinte à reforma tributária
Com Agência O Globo
O ministro da Economia, Paulo Guedes , descartou a possibilidade de mudança nos regimes de tributação para microempreendedores, micro e pequenas empresas, especificamente o Simples e o de microempreendedores individuais ( MEI ).
A declaração foi feita semanas após o secretário da Receita Federal , José Tostes Neto, afirmar que a revisão desses regimes viria na esteira da reforma tributária.
"O sistema Simples está mantido. Ninguém vai mexer no Simples, ninguém vai mexer no MEI", declarou o ministro durante coletiva sobre a arrecadação federal, que teve resultado positivo: em seis meses, impostos e contribuições federais somaram R$ 881,99 bilhões, de acordo com a Receita.
No início do mês, Tostes havia afirmado que era necessário revisar os regimes de tributação de Simples e MEI. Na ocasião, ele disse que havia uma opção de apresentar essas propostas após a harmonização dos Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), que está em discussão no Congresso.
A proposta inicial do governo para redução do imposto das empresas era de cinco pontos percentuais até 2023.
Após uma série de críticas, o relator do projeto na Câmara, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), propôs cortar à metade (de 25% para 12,5%) o IRPJ. Na primeira etapa, a alíquota cairá 10 pontos percentuais (p.p.) no ano que vem. Em 2023, a alíquota será reduzida em mais 2,5 p.p.
Para Guedes, a diminuição da tributação sobre empresas é possível pelo avanço da arrecadação. Mais uma vez, ele defendeu a proposta da reformulação do imposto de renda:
"Nós estamos desonerando as empresas. Os impostos, que estão entre 34% e 39%, nós queremos puxar para a faixa dos 25%."
O ministro defendeu a reforma tributária apresentada pelo governo, dizendo que há vetores muito claros na diminuição do peso de impostos sobre empresas e assalariados e foco na elevação dos tributos para os super ricos.
"Vamos tributar lucros e dividendos , que não pagam impostos: há mais de 25 anos foram isentos. É a jabuticaba brasileira, é uma máquina de privilégio: você favorece os super ricos e taxa as empresas", declarou.
"Brasil não pode continuar com escolas fechadas", disse Milton Ribeiro
Por Agência Brasil
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, defendeu hoje (20) o retorno dos estudantes às aulas presenciais nas escolas. Ribeiro fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV e afirmou que a medida não pode ser mais adiada.
“Quero conclamá-los ao retorno às aulas presenciais. O Brasil não pode continuar com as escolas fechadas, gerando impactos negativos neste e nas futuras gerações”, disse.
O ministro citou ainda que estudos de organismos internacionais mostram que o fechamento de escolas provoca consequências devastadoras para os alunos, como perda de aprendizagem, do progresso do conhecimento e o aumento do abandono escolar.
“Vários países retornaram às aulas presenciais ainda em 2020, quando sequer havia previsão de vacinação. O uso de álcool-gel, a utilização de máscaras e o distanciamento social são medidas que o mundo está utilizando com sucesso”, comentou.
Segundo o ministro, a decisão sobre o fechamento e abertura das escolas não é do governo federal e o retorno pode ser feito com restrições sanitárias nas instituições de ensino básico e superior. O ministro disse que a pasta investiu mais de R$ 1,7 bilhão para o enfrentamento da covid-19 nas escolas públicas.
“O Ministério da Educação não pode determinar o retorno presencial da aulas, caso contrário, eu já teria determinado”, afirmou.
Ribeiro também disse que solicitou ao Ministério da Saúde a priorização de todos os profissionais da educação básica na vacinação contra a covid-19.
Mais de 100 operações de repressão ao desvio e utilização indevida de verbas públicas federais na pandemia da Covid-19 já foram realizados pela PF
Com Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) ultrapassou na última semana a marca de 100 operações de repressão ao desvio e utilização indevida de verbas públicas federais destinadas ao combate à pandemia de covid-19. Até o último dia 13, o total de operações chegou a 102 e os valores apreendidos a quase R$ 190 milhões.
Em nota, a PF informou hoje (20) que, desde abril do ano passado, já cumpriu 158 mandados de prisão temporária, 17 de prisão preventiva e 1.536 de busca e apreensão em 205 municípios de 26 unidades da federação. O montante de contratos de produtos e serviços investigados atingiu cerca de R$ 3,2 bilhões.
Superfaturamento
Deflagrada em abril de 2020 na Paraíba, a Operação Alquimia foi a primeira ação para apurar suspeita em contrato. De lá para cá, o Amapá é o estado com o maior número de operações, 11 no total, seguido por Maranhão (10), Pernambuco (8), Sergipe (8), Rio de Janeiro (7), São Paulo (6), Piauí (6), Pará (6), Amazonas (4) e Rondônia (4).
Sobre o montante de contratos investigados, o Pará lidera com R$ 1,4 bilhão. Em seguida, aparecem o Rio de Janeiro (R$ 850 milhões), Pernambuco (R$ 198 milhões), São Paulo (R$ 118 milhões), Minas Gerais (R$ 102 milhões), Rondônia (R$ 92 milhões) e Piauí (R$ 82 milhões).