Por Luciano Moreira
O Brasil perdeu para a Bélgica! Ohhhhh! Grandes coisas!
Uma Copa do Mundo realizada em um país onde direitos humanos são tratados como piada, homofobia, xenofobia, discriminação aos negros e a tudo que seja contra o status quo do presidente Putin são considerados normais, jamais poderia ter um resultado previsível.
Vença quem vença, o resultado será, sempre, questionável.
Os brasileiros tiveram o privilégio de comemorar a derrocada dos seus maiores adversários mais cedo, mas, nesta sexta-feira, 6, provaram do mesmo veneno e, de sacaneadores nas redes sociais, viraram sacaneados.
Argentinos, alemães e o resto do mundo, agora, vivem o mesmo sentimento e se regozijam. Enquanto isso, no Brasil....
Esse é exatamente o ponto!
Enquanto isso, no Brasil, essa não foi a Copa dos “90 milhões em ação”, do “coração na ponta da chuteira”, muito menos das ruas decoradas, carreatas e festas familiares.
Essa foi a Copa do pé atrás, do “sentimento estranho”, do “mal agouro” e da desconfiança geral e irrestrita.
Raras foram as famílias que se reuniram com fartura à mesa – ou à churrasqueira –, nas ruas a presença foi pífia e os carros e casas enfeitados com adereços referentes à seleção, puderam ser contados nos dedos.
E, pra quem acha que este texto tem a ver com o 7 x 1, que iria descambar sobre a copa de 2014, que “traumatizou” os brasileiros, sinto informar que “o buraco é mais embaixo”.
Essa copa foi “morta”, como foi, por causa do momento político e institucional que o Brasil vive, com investigações revelando escândalos, juízes mandando prender e o STF mandando soltar. É a Copa da dúvida! Dúvida se o Tite escalou direito? Não! Dúvida se foi pênalti no Gabriel Jesus? Não! Dúvida se houve falha na marcação nos gols da Bélgica? Não!
A dúvida é sobre o futuro do Brasil, das nossas instituições, dos nomes que estarão disponíveis nas urnas para os cargos de deputado estadual, federal, senadores e presidente da República!
Qual deles será o “artilheiro”? Qual deles será o “frangueiro”? Qual deles estará em impedimento na hora do gol?
O sentimento que o Brasil viveu na Copa do Mundo, é o mesmo que ele vai continuar sentindo nas eleições de outubro. Um vazio, uma dúvida atroz, uma sensação de impotência, que acabará levando o resultado às abstenções, votos nulos e em branco que se viu nas eleições suplementares que aconteceram em alguns locais, justamente em meio à Copa do Mundo de Futebol.
Se a descrença com o árbitro de vídeo se alardeou, imagina com o “árbitro de urna”!!!
O Brasileiro que torceu “meia boca” nesta Copa do Mundo é o mesmo que vai às urnas em outubro.
Resta saber se o voto que vai “cair” nas urnas estará caindo com a certeza do gol ou com a possibilidade de ser apenas mais uma “firula” do Neymar!
Vai, Brasil!!!!