Por mais que os governos se desdobrem em medidas, muitas delas impopulares, para conter o avanço da pandemia de Covid-19, de nada elas adiantam se a população não as cumprir e não fizer sua parte. Já se foram mais de 37 mil vidas em todo o País, enquanto que, no Tocantins, conseguiu-se uma das menores taxas de mortalidade, graças aos cuidados que vêm sendo tomados
Por Edson Rodrigues
Cada uma das 191 mortes, até agora, abala de cinco a sete pessoas que tinham um convívio próximo, parental ou não, com a vítima. Se a população continuar a não contribuir como deve para frear essa ameaça, pode acontecer com o Tocantins o que houve em outros estados, em que o número de mortes explodiu, afetando milhares e milhares de pessoas.
Algumas pessoas exageram na irresponsabilidade e falta de senso de coletivo, realizando e participando de festas em chácaras à beira do Lago e residências, de aglomerações e, alguns bares, multiplicando e facilitando a infecção de pessoas, tanto na capital quanto no interior.
SOBRECARGA E PUNIÇÃO
Atitudes assim podem levar o Sistema de Saúde Pública do Estado a uma sobrecarga, não haverá leitos nem medicamentos para todos, mesmo com os esforços que vêm sendo feitos pelos nossos representantes no Senado, na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, em dar ao governo do Estado e aos municípios, os recursos, equipamentos e as condições necessárias para frear esse grande mal que ronda os nossos cidadãos.
Está mais que na hora do Poder Judiciário ser mais enérgico e punir exemplarmente essas pessoas que não demonstram nenhuma preocupação com as vidas alheias nem com as de seus familiares. O governo do Estado deve baixar decretos aumentando as penalidades aos infratores, determinando a apreensão dos veículos dos participantes dessas festas e multas vultosas os proprietários dos locais onde as festas sejam realizadas.
PALMAS
Enquanto isso, a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro deve ser parabenizada baixar decreto que proíbe o consumo de bebida alcoólica em locais públicos da cidade a partir da próxima segunda-feira (29). A medida, segundo o texto, tem o objetivo de coibir a aglomeração de pessoas e minimizar os riscos de transmissão do corona vírus.
A prefeita cumprimenta trabalhador
O decreto também proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nos locais que fazem a venda dos produtos: bares, supermercados, restaurantes, lanchonetes, distribuidoras, lojas de conveniência e inclusive nos estacionamentos.
O texto afirma que essa proibição de consumo não prejudica o serviço de delivery, que poderá funcionar normalmente.
Quem descumprir o decreto poderá sofre punições administrativas, cíveis e criminais. Uma das penalidades previstas é a cassação do alvará de funcionamento da atividade comercial no caso de reincidência.
A fiscalização poderá ser feita por fiscais da Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Serviços Regionais, ou ainda da Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Vigilância Sanitária.
O corona vírus vai conviver com os brasileiros por muitos e muitos anos. Até que se desenvolva uma vacina para imunizar a população, o número de infectados só vai aumentar. Nesse período de pandemia, o papel de cada prefeito, de cada governante é tomar medidas que diminuam a velocidade de infecção para que os sistemas de Saúde Pública não entrem em colapso, ou seja, não faltem nem leitos nem insumos para receber e tratar os pacientes.
As aglomerações e festas irresponsáveis não afetam apenas aqueles que delas participam. Colocam em risco, também, a vida dos motoristas de ambulância, dos funcionários dos hospitais, dos enfermeiros e dos médicos.
Nunca, jamais, um sistema de Saúde Pública terá leitos de UTI suficientes para uma leva tão grande de infectados. Nesses quase cinco meses de pandemia, no mundo todo, boa parte dos mortos pelo corona vírus foram profissionais de saúde. Imaginem um cenário onde o número de infectados cresce e o de profissionais de saúde diminui. É o caos a caminho, caso não se endureçam as punições as irresponsáveis.
Enquanto isso, criticam-se o governo do Estado, as administrações municipais, inclusive a da Capital, mas não se ouve um pio dos representantes de entidades classistas, lideranças jovens, estudantis ou de comerciantes, clamando por um maior controle na circulação de pessoas.
Esse silêncio dessas pessoas reverbera nas câmaras mortuárias dos hospitais, onde quem está lá já perdeu o que de mais valioso tinha, que era a vida e não pode mais clamar por responsabilidade, por bom senso e por conscientização. Alguns deles foram vítimas diretas dessas festas, dessas reuniões de confraternização e dessas aglomerações em bares e conveniências.
Que se forma uma força-tarefa para combater e evitar essas aglomerações. Que se crie um canal especial para denúncias de vizinhos a respeito de festas em residências, e que a Justiça aplique a mais dura das penalidades aos infratores.
São vidas. A minha, a sua, da dos seus parentes, dos seus amigos que estão em jogo, por conta de uma porção de imbecis irresponsáveis que se acham acima não do bem ou do mal, mas da ciência e da consciência de que os tempos de hoje são outros, a realidade mudou, muito do que se fazia normalmente, jamais se poderá fazer de novo e para que a raça humana continue habitando este planeta, será preciso que as pessoas desse tipo, as irresponsáveis, as inconsequentes, seja criminalizadas e tratadas como qualquer bandido que atente contra a vida de outra pessoa.
Cidadania, agora, também inclui consciência e responsabilidade!
Amém!