Degradação na Amazônia cresce 329% em quase 2 anos e atinge maior nível da série histórica

Posted On Sexta, 25 Abril 2025 03:10
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Dados foram divulgados nesta sexta-feira (25) Dados foram divulgados nesta sexta-feira (25)

Índice, referente ao período de agosto de 2023 a março de 2025, considera um aumento de 7.925 km² para 34.013 km²

 

 

Com portal R7

 

 

Em quase dois anos, a degradação florestal na Amazônia saltou de 7.925 km² para 34.013 km², um aumento de 329%, segundo uma pesquisa do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), que considera os períodos de agosto de 2023 a março de 2024 e agosto de 2024 a março de 2025. O resultado é o maior da série histórica, iniciada em 2008.

 

Apesar de estarem ligados, a degradação ambiental é diferente do desmatamento, que é a retirada total da vegetação de determinada região. Já a degradação é caracterizada pela perda parcial da cobertura vegetal. O instituto explica que o aumento se dá, principalmente, devido as grandes áreas atingidas por queimadas entre setembro e outubro do ano passado.

 

O Pará foi responsável por 91% da degradação registrada em março, com 188 km². O Maranhão aparece em segundo lugar, com 9 km² (4%), e Roraima em terceiro, com 8 km² (4%). O restante ocorreu em Mato Grosso, 1 km² (1%).

 

Na contramão do período total analisado, março, com 206 km² de degradação na floresta, teve redução de 90% em relação ao mesmo mês do ano passado, que havia registrado o maior índice da série histórica para o período, de 2.120 km².

 

No ano passado, por exemplo, a área queimada no Brasil superou 30,8 milhões de hectares, um aumento de 79% em relação a 2023. Segundo dados do MapBiomas, que consideram os meses de janeiro a dezembro, a região incendiada foi maior que todo o território da Itália.

 

Os resultados aparecem em meio a oficialização da presidência da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) pelo Brasil. A agenda, que tem entre os focos a Amazônia, será realizada entre 10 e 21 de novembro deste ano, em Belém (PA).

 

Uma proposta em análise pelo Congresso Nacional busca transferir a capital do Brasil para Belém durante a COP30. O projeto de lei em questão propõe que os Três Poderes da República — Executivo, Legislativo e Judiciário — estabeleçam-se temporariamente para a capital paraense. Esta medida, segundo a proposição, visa reforçar o compromisso do Brasil com as questões climáticas, além de destacar a importância da Amazônia no cenário internacional.

 

Desmatamento

 

Além da degradação, a pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (25), aponta um aumento de 18% nas áreas desmatadas da Amazônia em oito meses. A análise foi feita durante o “calendário do desmatamento”, referente ao período de chuvas no bioma, que considera agosto de um ano a julho do ano seguinte.

 

Neste caso, a área desmatada passou de 1.948 km² entre agosto de 2023 e março de 2024 para 2.296 km² entre agosto de 2024 e março de 2025. Uma área maior do que Palmas, a capital do Tocantins.

 

Entretanto, o instituto aponta que a devastação é quase 60% menor do que registrado entre agosto de 2020 e março de 2021, quando o bioma notificou 5.552 km² destruídos.

 

A pesquisadora do Imazon Larissa Amorim explica que apesar dos indicadores estarem abaixo do maior valor registrado, o aumento é um sinal de alerta. “Estamos em uma janela de tempo que pode permitir a reversão desse cenário, onde as chuvas são mais frequentes na região. Logo, os distúrbios na floresta não são tão intensos quando comparamos com os meses mais secos, como de junho a outubro. Por isso, é preciso agir com urgência”, disse.

 

Diferente dos dados da degradação, o estado de Mato Grosso liderou os índices de desmatamento em março deste ano, com 65 km² perdidos (39%). Apenas no mês passado, a devastação atingiu 167 km², uma alta de 35% em relação ao mesmo mês de 2024.

 

Fundo Amazônia e medidas de conservação

 

No ano passado, o Fundo Amazônia bateu o recorde e atingiu a marca de R$ 882 milhões em projetos. O programa, financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), tem por objetivo captar doações para investimentos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal.

 

De acordo com o banco, foram 12 novos projetos contratados desde janeiro de 2023, quando Luiz Inácio Lula da Silva retornou ao comando do Palácio do Planalto. O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, informou que os recursos são direcionados para matérias de conservação, promoção do desenvolvimento sustentável, entre outros pontos.

 

 

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