Delação demolidora: o sepultamento coletivo da velha guarda política tocantinense já começou

Posted On Quinta, 16 Novembro 2017 11:05
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Em mais de 30 anos como Diretor-Presidente e como Editor-Chefe do mais antigo veículo de comunicação do Tocantins, eu e meu irmão, Edvaldo Rodrigues, respectivamente, sempre pautamos nossa linha editorial pela seriedade, compromisso com a verdade e tendo os nossos leitores, os cidadãos tocantinenses, como prioridade máxima em nossa atuação.

 

Por Edson Rodrigues

Pois é com a mais absoluta tristeza e estupefação que nos juntamos, eu e meu irmão, para escrever estas tão tristes e importantes linhas. Tristes pelo seu conteúdo, e importantes pelo que trarão de conseqüências para a classe política e para o povo tocantinense.

Nesses trinta anos de atuação, fomos testemunhas de muitas lutas, muitas vitórias, muitas conquistas, mas, também, de muitas mazelas que dizem respeito a este povo que sonhou com a criação do Seu Estado, dos mais bem sucedidos até os esquecidos e deixados à margem da história.

O Tocantins e o Brasil vêm mudando muito nestes 30 anos, alguma coisa para melhor, mas muita coisa para pior. As instituições, em sua maioria, silenciaram e se omitiram em muitos aspectos, ou por conveniência ou por solidariedade, ante muitas coisas erradas que foram perpetradas. Essa inércia consensual das instituições prejudicou muito o nosso desenvolvimento econômica e social, mas mesmo assim, ao fim de tudo, conseguiu-se algum progresso.

 

POLÍCIA FEDERAL
Antes de passarmos à parte terrível deste editorial, não podemos deixar de abrir um parêntese para aplaudir – de qualquer maneira - os órgãos fiscalizadores, dos Tribunais de Contas estaduais, até à Controladoria Geral da União, passando pelo TCU e pelo Ministério Público, é claro. Mas os grandes aplausos vão merecidamente para a Polícia Federal, que, mesmo “aparelhada” pelo PT, soube driblar os “aspones vermelhos” e, com um poder investigativo surpreendente, trouxe à tona os piores e mais insensíveis crimes já cometidos contra a nação brasileira, que nos acostumamos a chamar simplesmente de “corrupção”.

A Polícia Federal é, hoje, a instituição com maior credibilidade junto à população brasileira, ultrapassando até mesmo o Corpo de Bombeiros, que salva vidas de forma física. O trabalho da PF, segundo a população brasileira, mostrou que a ganância e a irresponsabilidade dos políticos ceifaram milhares de vidas, dependentes dos sistemas de Saúde e Segurança Pública, apenas desviando recursos e, ao começar a investigar e punir, vem evitando a morte de mais milhares, abrindo os olhos do povo e o levando às ruas.

A Operação Lava Jato, comandada pelo juiz Sérgio Moro, virou “Operação Lava Alma” e, por meio dela, a PF tem chegado a resultados impressionantes em descobertas de contas milionárias, bens suntuosos e até de malas cheias de milhões de reais, que deveriam estar nos hospitais e no sistema de Segurança Pública.

O povo elegeu a Polícia Federal como seu “anjo da guarda”, mas vê, agora, aflito, os políticos tentarem arrefecer sua força, numa troca de comando tão inesperada quanto questionável.

Todo respeito e força à nossa Polícia Federal.

 

O CEMITÉRIO POLÍTICO TOCANTINENSE
Agora vamos aos fatos dos quais temos a mais cruel das vergonhas, mas que temos que levar ao conhecimento da população.
Tivemos acesso aos anexos de uma delação premiada prestes a ser homologada pela Suprema Corte Basileira. A delação que, ao ser anunciada, deixou amedrontados muitos, mas muitos políticos tocantinenses.
Nesses 30 anos de atuação, O Paralelo 13 vem acompanhando a atuação de todos os que ocuparam cargos eletivos no Tocantins. Dos pioneiros na luta pela criação do Estado aos neófitos, que surgem e somem com a mesma velocidade. Homens e mulheres que, para entrar na vida pública – e continuar nela – vestiram a máscara da honestidade e quase que da castidade.

Pessoas que praticamente se perpetuaram no cenário político do nosso Estado e que, nos últimos tempos, têm se esmerado em criticar o governador Marcelo Miranda e seus familiares, transformando as redes sociais em uma fonte borbulhante de boatos, piadas, maledicências e outras maldades. Muitos desses, diga-se de passagem, só estão na vida pública porque cresceram à sombra da família Miranda, dos quais Marcelo Miranda foi a “tábua de salvação” em diversas oportunidades.
Aliás, queremos, aqui, abrir um novo parêntese, para falar de Marcelo Miranda. Esse rapaz vem enfrentando uma vida política das mais difíceis e desafiadoras.

Alvo de processos, impeachment, eleito senador e impedido de tomar posse, nosso atual governador, eleito pela vontade do povo, vem sofrendo, mais uma vez, uma oposição velada por parte da Assembleia Legislativa, comandada pelo presidente Mauro Carlesse. Oposição essa, que vem provocando uma série de prejuízos para a população tocantinense, atrasando recursos para obras e áreas importantes e fazendo de tudo para que o governo mergulhe na impossibilidade de ação, tão importante para que eles, oposicionistas, façam suas campanhas da maneira mais vil de todas, que é “subindo nas costas” de um governo que eles mesmos fizeram estagnar.

Mas, já adiantamos, a partir de agora, que isso não vai mais acontecer a partir de 2018, pois o povo tocantinense terá que se unir para fazer uma votação maciça em novos políticos, em pessoas comprometidas apenas com o bem-comum e, não com os próprios bens.

 

OS FATOS
Falamos em votação maciça em novos nomes porque, depois que a delação citada for homologada e vier a público, será bom que a população tocantinense esteja com os estômagos preparados para não vomitarem anos e anos de más escolhas em relação aos seus representantes.
Em outras palavras, o conteúdo da delação representa um velório público das carreiras políticas de, pelo menos 95% dos políticos tocantinenses que o eleitor conseguiu identificar nas palavras escritas acima.

Os “lobos vestidos de cordeiros” serão abatidos, um a um, pela Justiça. De vereadores a detentores de mandatos federais, principalmente aqueles que sambam sobre patrimônios milionários, vão conseguir provar aos incautos eleitores que o ex-governador e atual detento do sistema presidiário federal é apenas um “trombadinha” se comparado aos esquemas de corrupção que tomaram forma no Tocantins, revelados pelo corruptor/delator .

O “velório” político já começou, pois, se O Paralelo 13 teve acesso aos anexos da delação, certamente muitos dos envolvidos também já têm conhecimento das revelações que vêm pela frente. Já o “sepultamento”, pode ocorrer a qualquer momento, daqui pra frente, pois vêm aí uma enxurrada de mandados de prisão, de condução coercitiva, de busca e apreensão, de bloqueio de bens e outras medidas judiciais tão desmoralizantes, que poucos conseguirão encostar a cabeça em seus travesseiros e dormir com tranqüilidade.

Isso significa, diretamente, pouquíssimos políticos, dos pioneiros aos “modernos”, com CPF limpo e condições de candidatura em 2018, assim como pouquíssimos partidos em condições de montar uma nominata.

Podemos afirmar com toda a tranqüilidade que, os poucos que se salvam – por mérito próprio, diga-se de passagem – terão suas pretensões eleitorais vitoriosas simplesmente pelo reconhecimento público de suas atitudes e firmeza de caráter.

PROVAS FARTAS
Estamos fazendo estas afirmações, porque, uma vez tendo acesso aos anexos, podemos afirmar que as provas são contundentes, fartas e robustas, e saltam aos olhos a quantidade de documentos, escrituras, extratos de saques e depósitos bancários, fotografias, gravações de vídeo e de áudio, listas de bens adquiridos, enriquecimento ilícito, crescimentos patrimoniais de mais de cinco mil vezes (!), políticos laranjas de outros políticos, laranjas midiáticos, e outras ilicitudes incontáveis, que vão fazer desmoronar pilares políticos não só no Tocantins, mas no Brasil.

HORA DA UNIÃO
Essa delação traz infelicidade e vergonha ao povo tocantinense, mas, podemos afirmar, chega no momento certo, nas proximidades de uma nova eleição majoritária que pode ser a mais importante da história do Tocantins, pois os poucos políticos que estarão aptos a concorrer, terão que formalizar um pacto de governabilidade, um projeto de governo e uma priorização de ações emergenciais voltadas ao povo tocantinense que terá quase que a mesma importância que a luta pela criação do Tocantins.

Será quase um recomeço uma recriação do nosso Estado. Um novo – e melhor – pode estar a nascer a partir de revelações tão fortes e incontestáveis.

Infelizmente, povo tocantinense, fomos traídos, enganados e roubados por muito tempo.

Felizmente, povo tocantinense, vamos saber quem nos traiu, roubou e enganou e poderemos, então, nos unir por um Tocantins livre do fantasma do voto de cabresto, do coronelismo e da corrupção.
Só depende de nós!

Última modificação em Quinta, 16 Novembro 2017 10:05