Os métodos de fazer política e tentar conquistar o voto do eleitor mudaram e, quem não conseguiu acompanhar essa mudança, dificilmente conseguirá chegar ao poder sem ter problemas com a Justiça eleitoral
Por Edson Rodrigues
A distribuição de cestas básicas adquiridas com recursos públicos, via Secretaria Estadual de Ação Social, por parte do vice-governador, Wanderlei Barbosa, e do seu irmão, vereador Marilon Barbosa, presidente da Câmara Municipal de Palmas, corre as redes sociais com uma conotação nada positiva e abrindo um precedente para que a oposição tenha, em mãos, a primeira arma contra Wanderlei em sua pretensão de se candidatar a prefeito da Capital.
Os recursos para a compra das cestas básicas são fruto de emenda impositiva do deputado estadual Leo Barbosa, filho de Wanderlei e sobrinho de Marilon. Em suma, um prato cheio para a oposição e um verdadeiro “tiro no pé” de Wanderlei.
A compra das cestas básicas com recursos do governo do Estado foram realizadas dentro das normas legais. A questão é se as famílias beneficiadas são cadastradas nos programas sociais do Estado, se eram realmente carentes.
O que pesa é a verificação da distribuição dessas cestas ter sido feita pelo vice-governador e pré-candidato a prefeito de Palmas e pelo seu irmão, Marilon, presidente da Câmara de Palmas. Se forem configurados como crime eleitoral ou não. Em caso positivo, tanto Wanderlei quanto Marilon correm o risco de se tornar inelegíveis.
GOVERNO DO ESTADO
Em um ano que foi fechado com chave de ouro, com os recursos da Saúde entregues a todos os 139 municípios, os salários dos servidores em dia, índices de criminalidade em queda e a malha viária em plena recuperação, todo cuidado por parte do governo é pouco.
Até mesmo para se resguardar, o governador Mauro Carlesse precisa determinar á sua equipe de governo que abra uma sindicância administrativa interna para saber, pelo menos, até onde vai a responsabilidade do secretário de Ação Social, Messias Araújo, nesse caso da distribuição das cestas básicas, pois, como governador, Carlesse precisa se resguardar de qualquer ato que se assimile à improbidade administrativa, principalmente em ano eleitoral, para manter-se distante da Justiça Eleitoral e da própria Justiça tocantinense.
Se houve irregularidades, elas devem ser atribuídas a quem as cometeu e, não a aquém não teve sequer ciência do acontecido.
O fato é gravíssimo, pois há fotos e vídeos sobre a distribuição, e há burburinho nas redes sociais. A imprensa, as mídias eletrônicas, o Ministério Público Federal e o Estadual e as demais forças da Justiça dispensarão tolerância zero a abusos econômicos e de poder público, e o governo do Estado não pode correr o risco de ver essa “pisada de bola” respingar em sua reputação e macular tudo o que está preparado de bom para este ano de 2020.
Estamos de olho!