Por Edson Rodrigues
O momento é tenso, preocupante e desgastante para o governo do Estado. Os secretários da Saúde, Marcos Musafir e da Fazenda, Edson Ronaldo Nascimento, recém nomeados, abriram todos os canais possíveis de negociação com os representantes da Saúde, em busca de um entendimento que possa por fim á greve que atormenta a população tocantinense.
A abertura de diálogo é um bom sinal, mas a falta de entendimento, de humildade, pode colocar em risco a vida de milhares de cidadãos que necessitam de atendimento e atenção nos hospitais e postos de saúde espalhados pelo estado.
Alguém tem que ceder. Alguma coisa precisa ser feita, com urgência, para resolver essa situação.
O Estado, como já foi dito, não pode fabricar dinheiro. Os aumentos, progressões e promoções acertadas pelos governos anteriores, inclusive do próprio atual governador, Marcelo Miranda, precisam ser renegociados, pois foram prometidos ou acordados sem um planejamento prévio, sem uma previsão de orçamento, sem, enfim, um olhar preventivo de futuro.
Sem um entendimento, sem vontade de se acertar, ficará difícil um acordo que ponha fim a esse impasse.
Não está sendo fácil para nenhum governo estadual colocar as finanças em dia com a inadimplência do governo federal em relação aos repasses. Os estados estão precisando achar soluções caseiras para enfrentar a crise.
Aumentar impostos, o governo do Tocantins já fez e não fará mais, pois penaliza o povo já sofrido. Em um ranking divulgado pela Folha de São Paulo, o Tocantins aparece em segundo lugar na lista dos estados que têm seus orçamentos mais comprometidos com a folha de pagamento de servidores, no limiar da Lei de Responsabilidade Fiscal, logo, não há mais espaço para manobras nesse setor.
Só no ano passado, o governo federal deixou de repassar 11 bilhões de reais aos cofres do Estado, porém, não deixou de anunciar o aumento do salário mínimo, que afeta significativamente os cofres estaduais, o que levou a recuperação da economia do Tocantins, que já seria lenta, a assumir passos de tartaruga.
AÇÃO
As medidas tomadas pelo governador para dar novos rumos à economia do já estão na Assembleia Legislativa. Paralelamente, a equipe liderada pelo secretário da Fazenda, Edson Ronaldo do Nascimento já começou a colocar em prática as ações para a reabertura dos postos de fronteira que, fechados pelo secretário anterior, que possibilitarão um aumento na arrecadação.
O certo é que não há varinha mágica nem estalar de dedos que resolvam os problemas financeiros do Estado de uma hora para outra. Como já afirmamos, será necessário muito empenho, dedicação e, principalmente, compreensão das partes envolvidas, de que o momento é delicado e inédito. Tão inédito quanto as ações necessárias para que esse momento mude de forma a beneficiar a população.
Já é sabido por todos e até assumido pelo atual governo que houve demora para o enxugamento da máquina administrativa, com a extinção de cargos, secretarias e fusões entre Pastas, mas, mesmo após essas medidas serem tomadas, é necessário um tempo para que seus reflexos sejam sentidos, pelo menos 90 dias.
Sabedor disso, o governador Marcelo Miranda já saiu a campo em busca de recursos internacionais. Como o Tocantins, atualmente, é o estado com maior capacidade de endividamento entre todas as unidades federativas, todas as iniciativas nesse setor são válidas e podem resultar em recursos importantes.
Ainda este semestre, devem entrar em caixa mais de 800 milhões de dólares do BIRD, a serem usados na revitalização de projetos agrícolas, como o Rio Formoso, o maior do mundo em plantações irrigadas.
Outros milhões de dólares deverão ser aplicados na construção da nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional e na duplicação das rodovias que ligam Palmas à Paraíso e à própria Porto Nacional.
Uma missão do Banco de Desenvolvimento da América Latina deve chegar à Palmas na segunda quinzena deste mês para liberar mais 172 milhões de dólares para a pavimentação da rodovia que liga Palmas à São Félix do Jalapão, Mateiros e Lizarda, numa ação que privilegiará de uma tacada só o turismo e a agricultura, facilitando o acesso à região.
MAIS RECURSOS
O governador Marcelo Miranda esteve reunido, juntamente com os governadores de Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal, com o ministro da Fazenda, solicitando o aval do governo federal para a captação de mais recursos internacionais, no que foram atendidos prontamente.
Isso abre a chance para o Tocantins pleitear grandes somas que venham a minimizar os impactos da crise econômica – se bem aplicados, claro – aplicando-os em logística e infraestrutura para dar vazão às necessidades dos pólos multimodais, principalmente ao de Luzimangues, a “cereja do bolo” na transformação do Tocantins em peça fundamental na circulação de mercadorias dentro do Brasil.
Outra frente de ataque do governo Marcelo Miranda será Brasília, a Capital Federal, de onde não deverá sair até que consiga a liberação de recursos – carimbados - oriundos de convênios e emendas parlamentares impositivas.
PAPEL DE TODOS
Enquanto o governador Marcelo Miranda age por todas as vias possíveis, parlamentares, como a senadora e ministra Kátia Abreu, os senadores Vicentinho Alves e Ataídes Oliveira e Donizete Nogueira, os deputados federais Vicentinho Jr., professora Dorinha Seabra, Cesar Halum, Lázaro Botelho, Dulce Miranda e Irajá Abreu, também vêm cumprindo seus papéis junto ao governo federal, e já foram responsáveis pela liberação de milhões de reais em recursos para o Tocantins, que resultaram na construção de UPAs, postos de saúde, estradas, segurança pública, cultura e outra áreas.
É por isso que temos a certeza de que o Tocantins terá, em breve, dias melhores. O que observamos é que, apesar das diferenças ideológicas e políticas, poucos são aqueles que poderiam estar fazendo alguma coisa pelo Tocantins que estão deixando de fazê-lo.
Vemos um grupo de políticos, de diversos partidos, engajados em lutar por um futuro mais promissor, por melhores condições econômicas por uma qualidade de vida melhor para o povo tocantinense.
Com a ajuda do Legislativo estadual, que já pôde ser constatada, acreditamos que o futuro do Tocantins será próspero e com boas chances de revitalização.
Ao que parece, esse é o desejo de todos nós!