Dona Enedina celebra 100 anos neste 24 de abril, cercada de filhos, netos, bisnetos e tataranetos, o que significa uma vida vivida em comunhão com a cidadania e com a fraternidade familiar.

Posted On Terça, 23 Abril 2024 10:42
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*Porto Nacional, TO ---*O ser humano percorreu um longo caminho em termos de expectativa de vida, graças aos avanços em uma série de áreas que nos deram melhores medicamentos, boa alimentação e condições de vida vantajosas em comparação com nossos ancestrais. Em média, uma pessoa que nasceu em 1960 (o primeiro ano em que a ONU começou a manter dados globais sobre longevidade) tinha uma expectativa de vida de 52 anos. Ainda assim, chegar a 100 anos não é pouca coisa: as pessoas que atingiram essa idade representavam apenas 0,008% da população mundial em 2021, segundo os dados da ONU.

 

 

Por Edivaldo Rodrigues

 

 

Atualmente, não se espera que a maioria dos seres humanos em todo o mundo desfrute de um aniversário de platina, que é aos 75 anos, já que a expectativa de vida média global atual está em 73 anos. Mas, para ENEDINA ROSA DOS SANTOS, as teses descritas acima não modulam sua trajetória de vida, uma vida iniciada no caminhar das dificuldades, dos obstáculos, mas que se fez de conquistas, exemplificadas nestes 100 anos, celebrados no último dia 24 de abril.

 

Essa baiana arretada nasceu em Irecê, em 1924, e de lá, do tórrido e sofrido solo baiano, partiu com o marido Abel Martins dos Santos, já com 4 filhos. Ao lado do companheiro de sonhos, da mãe, do pai e mais 11 irmãos, se acomodou como retirante num pau de arara, onde também carregava como apetrechos suas esperanças e projetos de vida, rumo a melhores condições de cidadania e de dignidade humana. Assim, se jogou de corpo e alma, no desbravar de um sertão bravio e desafiador, terras desconhecidas, largas terras do então norte goiano, hoje Estado do Tocantins.

 

Foi nas terras tocantinas, mais precisamente em Pindorama, que Dona Enedina reiniciou seus traços e rabiscos que se constituíram nos escritos em forma de uma vida de muita luta e labuta. Com apenas 1,50m de altura, personalidade forte, visão de vida imutável e relações humanas conforme a sua vontade, essa senhorinha de corpo frágil mas gigante no querer, engravidou por 13 vezes, das quais resultou em 10 filhos a lhe tirar carinho, atenção, educação e ensinamentos. Essa prole, em que a primogênita tem 80 anos e o mais novo 56, está retratada em Creuza Rosa Rocha, Nildenor Martins dos Santos, Samuel Martins dos Santos, Aurora Tavares dos Santos, Filemon Martins dos Santos, Milton Martins dos Santos, Izaura Martins dos Santos Melo, Delson Martins dos Santos, Edna dos Santos Azevedo, Edno Martins dos Santos e Milton Martins dos Santos (in memoriam).

 

Dessa prole nasceram 33 netos, 33 bisnetos e 2 tataranetos, o que alicerça essa grande família de mulheres empoderadas, socialmente realizadas e homens visionários e respeitados no mundo empresarial, conquistas essas que certamente têm reflexos dos exemplos dessa pequena mulher que chega aos 100 anos como uma gigante condutora de gente, gente em forma de família vitoriosa.

 

O que se pode extrair dessa história de vida, vivida por essa senhorinha que no decorrer de sua trajetória foi medida na régua e pesada na balança que registram as qualidades e quantidades humanas, é que ela foi forjada a ferro e a fogo, conclamada a suportar as diversidades da linha do tempo.

 

Dona Enedina, como todas as mulheres fortalecidas pelos desafios, diuturnamente calejou seu olhar sempre em busca do amanhã, do amanhecer em um futuro mais digno para sua família, guiada pela luz persistente do querer materno. Ela, que celebra agora 100 anos, tem além dessa idade exemplos incontáveis de dignidade, fraternidade, ética, moral, honestidade, urbanidade e, acima de tudo, uma fé imorredoura no nosso Pai Celestial.

 

Parabéns, Dona Enedina, pelos seus 100 anos!