Os encontros seguem até a próxima sexta-feira, na Universidade Corporativa do Estado do Tocantins (Unicet)
Por Núbia Daiana Mota
Para preparar o início do ano letivo, a Secretaria de Estado da Educação Juventude e Esportes (Seduc) está realizando capacitações voltadas para os servidores das unidades escolares da rede. A primeira formação começou nesta quarta-feira, 10, em Palmas, com a participação das equipes gestoras das 36 escolas estaduais de tempo integral. Até o dia 12 de janeiro, cerca de 90 profissionais entre diretores e coordenadores pedagógicos e financeiros das escolas, além de técnicos das 13 Diretorias Regionais de Educação (DREs), serão capacitados pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), parceiro da Pasta.
Este ano, a formação originalmente destinada aos gestores das 12 Escolas Jovem em Ação, que ofertam o ensino médio integral no Tocantins, foi estendida para as demais 24 unidades de ensino de tempo integral dos anos finais do ensino fundamental.
“As experiências de sucesso das Escolas Jovem em Ação estão sendo estendidas também para as escolas estaduais que já ofertavam o ensino integral. Em 2017, nós apresentamos o modelo pedagógico das Escolas Jovem em Ação para os diretores destas outras escolas que já adotam práticas pedagógicas utilizadas nesse modelo. Este período de formação tem por objetivo orientar os diretores para a organização do ano letivo dentro dessa nova metodologia e trabalho que busca o sucesso da aprendizagem de todos os alunos”, enfatizou a superintendente de Desenvolvimento da Educação, Jucylene Borba.
Escola Jovem em Ação
Escola Jovem em Ação é o nome dado, no Tocantins, ao programa federal de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio Integral. Em 2017, o Tocantins aderiu à iniciativa com 12 escolas da rede estadual de ensino. Para o ano de 2018, o objetivo é ampliar o número de escolas que oferecem esse modelo de ensino-aprendizagem.
O foco da Escola Jovem em Ação é o sucesso dos alunos por meio da melhoria no desempenho estudantil e da promoção do protagonismo juvenil entre os estudantes. O diferencial dessas escolas está nos componentes curriculares da parte diversificada: estudo orientado, projeto de vida e disciplinas eletivas, que interagem de forma interdisciplinar e que, no caso específico das disciplinas eletivas, esses componentes são adaptados para que os alunos possam escolher os temas com orientação do professor para ser trabalhado a cada semestre letivo.
Transformando vidas
Na formação, os gestores que já trabalharam com o modelo em 2017 apresentaram suas experiências. Os relatos mostram que o programa tem promovido grandes transformações na escola e na vida dos alunos. “Antes do Jovem em Ação a nossa escola era a última opção dos pais para matricular os filhos. Atendemos um público de periferia, tínhamos muitos problemas com indisciplina e os nossos índices educacionais estavam entre os piores do Estado. Hoje nossa equipe e nossos alunos sentem orgulho de estudar no Antônio Póvoa. Toda a comunidade conhece o modelo e defende por reconhecer essa transformação que vivemos em 2017. O crescimento intelectual e pessoal dos estudantes é incrível. Eles fazem questão de participar de tudo que a escola oferece. Agora são eles que não querem sair da escola. Prova dessa mudança é que durante todo o ano não tivemos nenhum caso de indisciplina. É muito gratificante ver isso acontecer”, contou emocionada, a diretora do Centro de Ensino Médio Antônio Póvoa (CEM), de Dianópolis, Rosimary Gonçalves.
A gestora do Colégio Estadual Rui Barbosa, de Araguaína, Eva Gomes, falou sobre as histórias de sucesso proporcionadas pelo modelo de ensino. “Os casos de superação na nossa escola desde a implantação do Jovem em Ação, não são exceção, são maioria. Essa forma de trabalho que leva em conta a formação de todas as dimensões, acolhendo e incentivando o aluno a acreditar em seus sonhos tem feito muito bem a todos nós. O impacto da metodologia foi tão grande, que os estudantes da 2ª e 3 série, que ainda não eram contemplados pelo programa, passaram a participar dos projetos, dos clubes de protagonismo, do projeto de vida. Eles dizem que sentem pelo programa não ter chegado antes à escola para que pudessem ter aproveitado desde a 1ª série. Tenho 25 anos de educação e vejo nesse modelo a possiblidade de realizar também meu sonho de ajudar a transformar vidas”, contou empolgada.
Os gestores das unidades de ensino de ensino fundamental em tempo integral estão ansiosos para iniciarem as atividades seguindo o novo modelo. “Essa proposta é de fato motivadora e traz novas experiências para os profissionais, com um olhar diferente para o aluno. As ações são planejadas pensando no futuro, no sucesso da aprendizagem e na realização dos sonhos de cada um deles”, ponderou o diretor do Colégio Manoel dos Santos Rosal, de Pindorama do Tocantins, Adjolf Roberto de Aguiar.
Segundo Adjolf, as mudanças foram aprovadas pela comunidade. “Na época da implantação do ensino integral enfrentamos uma resistência inicial da comunidade, mas isso foi superado. Hoje eles conhecem o trabalho e temos a aceitação e participação dos estudantes e das famílias. Prova disso é que quase a totalidade das vagas para 2018 já estão preenchidas. Estamos otimistas e acreditamos que os nossos alunos serão beneficiados ainda mais neste ano”, enfatizou.