As eleições proporcionais deste ano serão uma luta hercúlea em busca do voto para se eleger ou ser reeleito. Será a primeira eleição sem coligações, e os candidatos precisarão de somas expressivas de votos pessoais para se eleger, mesmo assim, ainda vão precisar do coeficiente dos partidos para completar o caminho.
Por Edson Rodrigues
Serão necessários, em Palmas, cerca de 7.000 votos para cada vaga. Dificilmente um partido terá condições de eleger três vereadores, pois a matemática terá que ser exata.
Dentre os partidos que terão condições de fazer três vereadores, só o Avante aparece com grandes possibilidades. Calcula-se que nenhum dos seus candidatos terá menos que 700 votos e 90% deles terão de 1.000 a 1.400 votos, pois quase todos são evangélicos, pastores de grandes igrejas e outros são líderes políticos de peso, com patrimônio político consistente.
Os outros partidos com condições de eleger um ou dois vereadores são os chamados “nanicos”, todos com um patamar de votos entre 500 e 1.200. Esses partidos reúnem muitos candidatos que, juntos, formam um grande exército que há vários anos trabalha nos bairros, nos assentamentos, na zona rural e, dificilmente, serão traídos.
A RENOVAÇÃO E OS “REJEITADOS”
Com essa situação nova, é esperada uma renovação na casa dos 60%, com muitas dificuldades para os atuais vereadores em se reeleger, pois ninguém os quer. 99% dos candidatos novos não aceitam que vereadores com mandato se filiem aos seus partidos, pois isso desequilibraria a corrida pelo voto, uma vez que quem está com mandato, tem mais facilidades para manter os seus e conquistar mais votos, enquanto os novatos precisam “construir” sua base eleitoral do zero.
Mesmo assim, ainda há ajuntamentos de vereadores com mandato querendo se filiar, todos, em um único partido. O partido em questão já se manifestou, afirmando que “a porta estará fechada” para esse grupo que, de cara, já recebeu o apelido de “rejeitados”.
Com o tempo curto para a filiação – quatro de abril – eles precisam correr para conseguir uma legenda para “chamarem de suas” e ficar em dia com a Justiça Eleitoral.
Outro problema que recai sobre esse grupo, é que muitos deles foram presos e tiveram suas prisões filmadas. Essas imagens estão nas mãos de seus adversários e nos arquivos dos veículos de comunicação. Qual partido arriscaria ter um candidato com problemas com a Justiça em suas fileiras?
Do outro lado, está o eleitor desempregado, o empresário, e estudante, o pai de família, aguardando apenas o momento de entrar na cabine de votação para dar a sua resposta a esses vereadores que utilizaram o cargo em benefício próprio e esqueceram de que os elegeu.
Será nos debates e nas caminhadas de campanha o momento da “onça beber água” para o eleitorado. O momento para o acerto de contas.
NOSSAS RESALVAS
Como formadores de opinião, nós de O Paralelo 13 precisamos fazer algumas ressalvas.
Dentre os péssimos vereadores que decepcionaram a nossa sociedade, aqueles que foram presos, há inocentes e pessoas de boa índole dos quais a Câmara Municipal de Palmas precisa que continuem com os bons serviços prestados como vereador.
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Para o eleitorado saber julgar, discernir, entre quem teve uma atuação limpa e sem deslizes e aqueles que foram engolidos pelo monstro da cobiça e da corrupção, os veículos de comunicação e as redes sociais ( cuidado com as fake news!) se encarregarão de dar a sua contribuição, publicando e esclarecendo os fatos concernentes à corrida sucessória.
O Paralelo 13 está aguardando apenas o TRE emitir os registros das candidaturas para, só então, publicar os perfis de cada candidato. Isso é o mínimo que podemos fazer para auxiliar o eleitor. Mas, ressaltamos, o faremos de forma ética e respeitosa, como manda a prática do bom jornalismo, comprometido com a verdade e totalmente independente.
MDB PALMENSE DIFICILMENTE FARÁ UM VEREADOR
O título acima não é fake news, é fato!
O MDB de Palmas pode correr o risco de não formar uma chapa de candidatos a vereador na Capital do Estado, o maior colégio eleitoral do Tocantins.
O partido abandonou suas bases, perdeu contato com as lideranças classistas, comunitárias e profissionais, com os membros das associações de bairros e, principalmente, com as entidades representativas da juventude.
Um dos motivos dessa inércia é a divisão da legenda em “alas” que trabalham apenas em busca da manutenção de seus interesses e deixa a entidade “partido político” em segundo plano, contrariando os exemplos deixados pelos saudosos Ulysses Guimarães, Jacinto Nunes e outros líderes como Jurimar Macedo, Hagaús Araújo, Jackson Silva, Derval de Paiva, Moisés Avelino e tantos outros que “nasceram” dentro da tríade PSD-PMDB-MDB e mantiveram ou mantém suas vidas políticas como “modebas intrínsecos” e eternos ficha-limpa.
AGRAVANTE
Não tendo candidato a prefeito nem a vereador, o partido não poderá dispor do Fundo Partidário na campanha de Palmas, e só terá como moeda de troca nas mesas de negociações de coligações o horário gratuito de Rádio e TV e os nomes de seus dirigentes.
Dirigentes esses que deveriam estar preocupados com o desafio de fazer com que os membros do partido se reúnam para formar uma chapa competitiva, pois, se não o fizerem, vão deixar o único vereador do partido na Capital literalmente ilhado, tendo que procurar uma legenda que o aceite – até o dia quatro de abril – para tentar se reeleger.
E, como já expusemos, encontrar legenda que aceite vereador com mandato, tentando a reeleição é, praticamente, um milagre!