ELEIÇÕES SUPLEMENTARES: RESULTADO JUSTO. UMA VISÃO PANORÂMICA

Posted On Segunda, 04 Junho 2018 14:06
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Eleitores de todo Estado escolheram o novo governador dia 24 próximo

 

Por Edson Rodrigues

 

MAURO CARLESSE

O governador em exercício conseguiu formar um bom time, demonstrou um trabalho de marketing eficiente, principalmente nas mídias digitais e no combate às fake news, e uma estratégia política afinada.

 

Evitou o confronto das acusações pessoais, do xingamento em uma campanha de alto nível.  Paralelamente, montou uma boa agenda de governo, favorecendo o funcionalismo público, neutralizando os líderes sindicais e trazendo para junto de si 18 deputados estaduais, que agiram como “carro chefe” na aglutinação de votos.

 

Juntando-se a isso o apoio dos deputados federais Cesar Halum , Lázaro Botelho e Carlos Gaguim, além do prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas e fechando com chave de ouro a escolha do seu vice, Wanderlei Barbosa, Carlesse reuniu os votos necessários para deslanchar na frente já no início das apurações e não sair mais do primeiro lugar.

 

Terminou essa eleição suplementar com sentimento de dever cumprido, tarefas feitas e preparado para a prova final.

 

VICENTINHO ALVES

Outro que saiu dessa eleição suplementar bem maior que entrou e não tem do que reclamar.  Foi muito prestigiado e pôde conferir o reconhecimento pelo seu trabalho voltado ao fortalecimento dos municípios e da sociedade tocantinense como um todo, como campeão de envio de recursos, por meio de emendas, às 139 cidades do Estado.

 

Jogou o jogo da boa política, enfrentando um adversário poderoso que tinha 18 deputados estaduais e sete federais e, de quebra, uma senadora, um governador e um ex-prefeito da Capital.

 

Conseguiu os votos que precisava apenas “no gogó” e mostrou que sabe como jogar.  Precisa se fortalecer, vitaminar seu time e conseguir novas composições para o embate final no próximo dia 24.

 

Parece ser o único dos combatentes com chances de crescer, já que seu adversário já colocou todas as armas em campo.

 

AMASTHA

 

Teve uma votação expressiva, fruto de sua liderança e do segmento que representa, que é o das pessoas que acreditam que empresários administram melhor que políticos, e do qual ele é o porta voz. Também sai maior que entrou nessa eleição, pois ganhou em Palmas, Paraíso e em Araguaína, cidade do prefeito Ronaldo Dimas.

 

Ganhou esse status pela forma com que administrou a Capital e, pela quantidade de votos obtidos, certamente estará no páreo de novo nas eleições de outubro, buscando a vaga de governador, provavelmente junto com Márlon Reis e outras lideranças.

 

KÁTIA ABREU

A senadora, novamente, foi uma guerreira.  Mesmo com uma rejeição espontânea ao seu nome, insistiu em sua candidatura com toda a garra que lhe é peculiar, conseguiu legenda e um bom tempo no horário gratuito, mas veio sofrendo perdas ao longo da campanha, como a do deputado Paulo Mourão e, junto com ele, o precioso tempo de propaganda no rádio e na TV.

 

Teve um bom candidato a vice-governador, o empresário portuense Marco Antônio Costa, mas, como teve que combater uma dissidência com o PT de Paulo Mourão dentro da sua própria campanha, mesmo conseguindo tirar o PT de Carlos Amastha, ao mesmo tempo em que fazia a campanha, acabou perdendo forças ficando “desnutrida”, o que levou ao desempenho apenas mediano em relação ao número de votos.

 

MARLON REIS

Com uma estrutura de campanha enxuta e com gasto mínimo, o ex-juiz federal Márlon Reis foi muito bem votado, deixando como legado um ótimo projeto de transformação, com uma sociedade em que as boas maneiras e as boas práticas políticas podem ser o caminho para se chegar ao bem comum.

 

Seu mote de campanha, de que onde houver corrupto não haverá boa saúde, boa educação e, muito menos, boa infraestrutura, foi muito bem aceito pela sociedade.

 

Deixou uma semente forte, saudável, que pode gerar bons frutos em outubro próximo.

 

O MONSTRO ADORMECIDO

Chamado de “monstro adormecido”, o número de abstenções e votos brancos e nulos nesta eleição suplementar chamou a atenção de todos pela expressividade mas, acreditamos, que o mesmo não se repita no segundo turno e que o “monstro” volte a adormecer, para acordar, novamente, na eleição ordinária de outubro.

 

As eleições de novembro terão mais tempo para o embate de ideias e projetos e o ânimo dos eleitores estará mais aguçado por conta dos nomes para deputado estadual, deputado federal, senador  e presidente da república.

 

Nesta eleição extemporânea quase a metade dos eleitores preferiu não votar, não demonstrar sua vontade política.  Acreditamos que isso tenha acontecido por conta dos nomes à disposição, considerados pelo eleitorado de pouca ou nenhuma possibilidade de mudança no cenário atual.

 

Quando os eleitores tiveram vários nomes para avaliara, aí, sim, o “monstro” voltará a acordar, mostrando toda a insatisfação do povo com a classe política brasileira.

 

O Tocantins não é uma unidade da federação diferente das outras. Os institutos de pesquisa apenas não conseguiram captar, talvez pela metodologia aplicada, a insatisfação dos eleitores e não souberam medir o sacrifício de sair de casa, pegar duas, três conduções para ir votar para um mandato de 6 meses.  Os três reais de multa saem mais baratos que o deslocamento.

 

Não houve manipulação ou erro, apenas uma não detecção de uma vontade íntima do eleitor, que não está nada satisfeito com a classe política. Os escândalos de corrupção e a carência de serviços essenciais dos cidadãos podem resultar em candidatos eleitos, mas sem representatividade popular, uma verdadeira arapuca para os eleitos.

 

As abstenções e votos nulos e brancos podem ser o diferencial, pois o eleitor vai aproveitar a gama de cargos em disputa para iniciar a mudança, a “faxina geral” que tanto anseia e que só pode ser feita dessa forma, por meio do voto.

 

Esse pode ser o verdadeiro “monstro adormecido”, mas que só poderá ser auferido nas eleições de outubro.

 

O candidato eleito no segundo turno será diplomado até o dia 9 de julho e exercerá o governo do Estado até 31 de dezembro. Em 7 de outubro os eleitores do Tocantins voltam novamente às urnas para as Eleições Gerais de 2018, dessa vez para eleger deputado federal, deputado estadual, dois senadores,  governador e vice, e presidente da República e vice.

 

O período eleitoral já terá continuidade nesta segunda-feira (4/6), com a abertura do período de propaganda eleitoral para o 2º turno, conforme o calendário da Resolução 405, do TRE-TO.

 

Mais, que nunca, com a palavra, o eleitor!!

 

 

VOTAÇÃO DOS CANDIDATOS *CLASSIFICADOS PARA O 2º TURNO

 

*Mauro Carlesse,  PHS/DEM/PTC/PRB/PMN/PP/PPS, 174.275 (30,31%)

*Vicentinho Alves, PR /PPL /PROS /SD /PMB, 127.758 (22,22%)

Carlos Amastha, PSB/PT/PTB/PODE/PCdoB, 123.103 (21,41%)

Kátia Abreu, PDT,AVANTE, PEN/PSD/PSC, 90.033 (15,66%)

Márlon Reis, REDE, 56.952 (9,91%)

Marcos da Cerâmica Miranorte, PRTB, 2.794 (0,49%)

Mário Lúcio Avelar, PSOL, 0 (0,00%)

 

Votos nulos 121.877 (17,13%),

Votos em branco 14.660 (2.06%)

Abstenção  -  306.877 eleitores (30,14%).

 

 

Última modificação em Segunda, 04 Junho 2018 16:11