O parlamentar, que já tem histórico de ataques ao STF, disse que uma ruptura institucional "não é mais uma opinião de se, mas de quando"
Por Alessandra Azevedo
Maia disse ter considerado “grave” a fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, que também atacou o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta. O parlamentar, que já tem histórico de ataques ao STF, disse que uma ruptura institucional “não é mais uma opinião de se, mas de quando”.
Para o presidente da Câmara, a fala “é muito ruim, é muito grave”. “Frases como essa apenas criam um ambiente de maior radicalismo entre as instituições, e isso é ruim”, afirmou. Ele assegurou que o Supremo "vai continuar tendo o apoio do Legislativo para tomar suas decisões de forma independente".
"Se algum partido entender que há um crime na frase dele, pode representar no Conselho de Ética”, orientou Maia. O Conselho não tem trabalhado nos últimos meses, durante a pandemia, mas pode ser acionado. O deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) anunciou pouco depois, em sessão remota do plenário, que entrará com representação contra o deputado.
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Parlamentares de vários partidos também rechaçaram as falas do presidente e dos filhos, classificadas como autoritárias. “Não ficaremos inertes a qualquer ataque ao poder Judiciário”, disse Alessandro Molon (PSB-RJ), líder do partido na Câmara. “O que está em jogo é a nossa democracia e nós vamos defendê-la”, disse.
Deputados também lembraram que, desde a campanha eleitoral em 2018, Eduardo dizia que, para derrubar a Corte, bastariam “um cabo e um soldado”. “Ele está afirmando isso de novo, que só não sabe quando, mas que vai haver fechamento, golpe de Estado”, disse Ivan Valente (PSol-SP). Ele cobrou posicionamento mais enfático de Maia. “Tem que dizer que isso não e tolerável, é ditadura”, afirmou.