Faltaram pequenos detalhes à oposição em palmas: diálogo, entendimento, conciliação, trégua e humildade

Posted On Quinta, 22 Outubro 2020 07:21
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“O nosso ridículo cresce na proporção em que nós dependemos dele” 

 

PIERRE AMBROISE FRANCOIS CHODERLOS DE LACLOS

 

Por Edson Rodrigues

 

A situação de diversos partidos grandes e médios para conseguir eleger mais de um vereador nas eleições de novembro próximo está bem complicada com o fim das coligações proporcionais em Palmas.  Já para os partidos nanicos, é praticamente impossível eleger mais de um vereador, principalmente para os que não aceitaram em suas chapas candidatos à reeleição para o Legislativo Municipal.

 

São 19 vagas para a Câmara Municipal da Capital, disputadas por 21 partidos. Dos atuais vereadores, vários desistiram de se reeleger e outros são candidatos a vice-prefeito.  Em uma conta simples, sobram 13 vagas, das quais, dificilmente DEM, MDB e PSDB ocuparão mais que uma delas.  Sobram, então, dez vagas para serem disputadas por cerca de 15 partidos.  Não podemos nos esquecer que, nessa matemática, ainda entra a sobra de votos que pode eleger mais um ou dois candidatos da legenda.

 

Outro fato que não pode ser esquecido nesta eleição atípica, é a abstenção, votos nulos e em branco, que podem ser a “mosca na sopa” de muitos partidos grandes.

 

A vantagem de ser um candidato de partido nanico é que todos entram em igualdade de condições.  Quem trabalhar mais e obtiver melhores resultados, somando com a “sobra”, pode se eleger com mais facilidade que os candidatos dos partidos grandes.

 

O grande segredo é trazer seu eleitor até a urna, conquista-lo, seduzi-lo, para não jogar trabalho fora.

 

FUSÃO TAMBÉM INFLUENCIA

Com a entrada em jogo da possibilidade de fusão de candidaturas a prefeito, os candidatos a vereador pelos pequenos partidos devem ficar atentos para não serem prejudicados nessa busca insana do poder pelo poder.  Principalmente aqueles em que seu candidato a prefeito tenha renunciado, ou vá renunciar ao tempo no horário Gratuito de Rádio e TV, pois o tempo de recuperação torna-se muito curto para quem já pediu voto para um candidato explicar ao eleitor que “seu” candidato mudou.

Se o candidato a prefeito decide fundir sua candidatura e não explica aos seus candidatos a vereadores que rumo deverão tomar, ele estará, além de desrespeitando seus candidatos a vereadores, deixando que cada um desses candidatos faça a sua escolha sobre a qual candidato a prefeito vão direcionar seu voto cativo.

 

Por isso, podemos afirmar com tranquilidade que ninguém conseguirá chegar aos três mil votos nestas eleições.  A abstenção e os votos em branco e nulos atingirão um número gigantesco, como já dissemos anteriormente, em uma eleição atípica, em meio à uma pandemia que deixou famílias órfãs de seus provedores, outras totalmente desempregadas, acumulando dívidas, tendo a política como última preocupação apara este fim de ano.

 

FUNDO PARTIDARIO

Por outro lado, não podemos colocar a culpa toda sobre os candidatos a prefeito. 99% dos partidos e candidatos a prefeito e vereador que contaram com “o ovo dentro da galinha” estarão, a partir desta sexta-feira, recebendo de 60% a 70% menos que esperavam para tocar suas campanhas.  Verdadeiras mixarias, trocados, em relação ao montante esperado, com o agravante de que esse pouco dinheiro estará sendo acompanhado de perto pela fiscalização da Justiça Eleitoral, que irá monitorar compras, gastos, aluguéis, telefones, propaganda e outras despesas.

 

BRIGAS INTERNAS

Além de todos esses percalços, ainda há as lutas internas, dentro das próprias legendas, pelo voto.

 

Segundo nossas previsões, o DEM, por exemplo, poderá fazer, no máximo, dois vereadores, mesmo com todo o seu potencial. Um desses eleitos será da família Barbosa, provavelmente Marilon Barbosa, que já conseguiu 14 candidaturas, seis femininas e oito masculinas.  Ou seja, a disputa vai ser quente nos últimos vinte e poucos dias, pois o DEM tem ótimos candidatos e, na política, nada é exato como na matemática.

 

Outra grande disputa será travada dentro do MDB, que tem a expectativa de garantir uma vaga e ganhar outra na sobra de votos.

 

Esta leitura é baseada no número de partidos nanicos que estão no páreo e, consequentemente, conseguirão o coeficiente para eleger, pelo menos, um representante no Legislativo Municipal de Palmas.

 

IMBRÓGLIO

A desidratação da candidatura do deputado federal Eli Borges e de outras candidaturas que já não tinham, mesmo chances de crescimento desencadeou uma “corrida” entre os candidatos a vereador dessas chapas para apoiar um dos três candidatos mais bem cotados nas pesquisas de intenção de voto.

 

Nesta quinta-feira é aguardada a divulgação de mais uma pesquisa IBOPE em Palmas, que será um verdadeiro “tiro de misericórdia” para muitos dos candidatos a prefeito que vêm patinando nas avaliações, principalmente se se confirmar a tendência de distanciamento da prefeita Cinthia Ribeiro, como nas anteriores, significando a “pá de cal” em algumas candidaturas.

 

Mesmo com os avisos de O Paralelo 13 de que se não houvesse união entre as oposições em uma ou duas candidaturas, no máximo, a prefeita, Cinthia Ribeiro, “nadaria de braçadas” rumo à reeleição.  O imbróglio das oposições foi criado a partir do momento em que os candidatos começaram a colocar seus interesses pessoais, a gula pelo Fundo Eleitoral ou por seus projetos pessoais e até arrogâncias, em detrimento da coletividade.

 

Os que preferiram se isolar no “eu”, hoje tem dificuldades de unir, novamente, os cacos e podem esperar pelo “sepultamento político”, que, em Palmas, terá maiores proporções que nos municípios do interior, mas não diferente, comprometendo muitas candidaturas de detentores de mandatos no Congresso Nacional em 2022, que de “líderes” passarão a simples partidários, perdendo o trono e o comando de comissões provisórias, assim como o controle das receitas mensais do Fundo Partidário.

 

Tudo isso será explicado e destrinchado, assim como foi antecipado e alertado em artigos e análises aqui, em O Paralelo 13, sobre a desunião e a falta de bom-senso entre os partidos de oposição.

 

Vamos aguardar o resultado das urnas, no próximo dia 15, e avaliar os erros e acertos dos nossos políticos.

 

Quem viver verá!