Serviço realizado pela Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais beneficiou os moradores da aldeia Kâkaka; abastecimento de água é feito por carros-pipa
Por Guilherme Lima
Por meio da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins, o Governo do Tocantins destinou água potável para a aldeia Kâkaka, do povo Xerente, localizada na divisa do município de Tocantínia e Pedro Afonso. A ação ocorre após indígenas da região perceberem alterações na água do rio Gorgulho, que segundo os moradores da aldeia, estava sob suspeita de possível contaminação, que segue em análise.
O governador Wanderlei Barbosa já havia determinado à Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura (Ageto) e a Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), o fornecimento de água para a localidade afetada, em caráter de urgência. “Ao sabermos da problemática procuramos uma solução e meios para atender a comunidade o quanto antes. Os povos originários são prioridade, patrimônio do Tocantins, e serão tratados com total respeito. Não pode ser negado um direito básico que é o direito à água potável”, afirmou o gestor.
A secretária de Estado dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins, Narubia Werreria, conferiu que esse trabalho foi de articulação com o secretário Márcio Pinheiro, da Ageto, e, portanto, teve toda a celeridade necessária. “Também contamos com o apoio da Funai, que acompanhou toda a operação desde ontem tentando levar esse caminhão, que finalmente chegou na aldeia. Nós estamos muito felizes porque a água é um serviço essencial, um direito constitucional que a comunidade depende diretamente para viver”, expressou Narubia Werreria.
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) coletou amostras em quatro pontos distintos das extensões do afluente, e também fez a verificação de áreas próximas ao local afetado. Os testes estão em processo de realização, executados em laboratório especializado, e devem ficar prontos em até 30 dias.
A água potável está sendo transportada por meio de dois carros-pipa, a pedido do Governo do Tocantins, que também pediu a BRK Ambiental a disponibilização do sistema de abastecimento de água da empresa em Miracema para ajudar o fornecimento ao povo Xerente durante os próximos 15 dias, caso seja necessário.
Aldeia Kâkaka
A aldeia Kâkaka, pertencente ao povo Xerente, é comandada pelo cacique Ranulfo Cursino Xerente, conhecido como Neca. A aldeia abriga centenas de famílias que dependem da fauna e flora local para subsistência. O rio Gorgulho é um afluente do Rio Tocantins e de suma importância para os moradores locais, pois além de abastecer a aldeia Kâkaka, atende ainda outras aldeias do povo Xerente, que necessitam de água para realizar atividades cotidianas.