Está prevista para a tarde desta terça-feira, dia seis, uma reunião em Brasília que pode definir o futuro do MDB tocantinense. Sentarão à mesa de negociações o presidente nacional do partido, Baleia Rossi, o presidente estadual, ex-governador Marcelo Miranda e o deputado federal Alexandre Guimarães, que pretende se filiar ao partido, com direito de levar, junto, a presidência estadual no Tocantins.
Por Edson Rodrigues
O MDB é um partido com raízes fincadas na história do Tocantins, com três governadores. Dois eleitos pelo voto – Moisés Avelino e Marcelo Miranda – e um que assumiu mandato tampão, por ser, à época, presidente da Assembleia legislativa – Carlos Gaguim – quando da cassação de Marcelo Miranda. Todos com relevantes serviços prestados aos desenvolvimento e crescimento econômico do Tocantins e dos seus 139 municípios.
É preciso que se compute, também, os benefícios proporcionados pelos vários deputados federais e estaduais que sempre representaram bem os eleitores tocantinenses, conseguindo milhões e milhões em recursos federais e estaduais, transformados em obras, maquinário e proporcionando incontáveis benefícios aos municípios.
A QUESTÃO DO COMANDO E O ENTENDIMENTO
Deputado Alexandre Guimarães, Beléia Rossi e Marcelo Miranda
Ao que tudo indica o MDB pode fazer história ao discutir democraticamente algo que costumava acontecer por imposição, por meio da intervenção tocada a ferro e a fogo. Esse filme os tocantinenses já estão cansados de assistir e de saber o fim: todo mundo morre e a história fica mal-acabada.
A intenção do deputado Alexandre Guimarães é chegar ao MDB tocantinense pela porta da frente. Mas, para isso, será necessário um entendimento bem planejado com o atual presidente da legenda, Marcelo Miranda, legitimamente alçado ao cargo, onde tem o direito de permanecer até o fim de maio.
Alexandre Guimarães jamais cogitou qualquer tipo de intervenção ou de virada de mesa, e sempre procurou o caminho do entendimento e do diálogo, e deve estar disposto a ouvir as demandas e respeitar a autonomia dos diretórios municipais, todos constituídos dentro da Legislação Eleitoral e do estatuto da legenda. E isso será apenas o início das discussões que podem levar ao entendimento final.
Ulisses Guimarães e a constituição de 1988
"OS PARTIDOS POLÍTICOS EXISTEM PARA CONQUISTAR O PODER"
Ulisses Guimarães
Outro ponto crucial será a participação do MDB nas eleições municipais deste ano, principalmente nos dois maiores colégios eleitorais do Tocantins, Palmas e Araguaína, respectivamente, onde o partido já se posicionou e definiu seu papel, apoiando as candidaturas dos deputados estaduais Janad Valcari, em palmas e Jorge Frederico, em Araguaína.
Deputada estadual Janad Valcari
As duas cidades são apenas ponta do iceberg, que darão um norte na atuação do MDB nos demais municípios, sempre levando em conta que o estatuto do partido prevê um prazo de 30 dias, a contar da filiação, para que alguém possa comandar uma comissão provisória.
Logo, as definições que surgirão desta reunião podem trazer de volta o MDB “leão” que se transformou, melancolicamente, num “coelho” nos últimos anos, em solo tocantinense.
Deputado Jorge Frederico
A expectativa de todos é que saia ‘fumaça branca” das chaminés emedebistas em Brasília, fazendo valer – e lembrar – o que os saudoso Ulysses Guimarães costumava afirmar sobre o MDB que ajudou a criar: “o MDB é o ponto de equilíbrio da política brasileira. Cada vez que ele sucumbe, ressurge das cinzas para promover o bem”.
E, dependendo dos resultados de hoje, ou o MDB receberá em suas fileiras centenas de lideranças que não veem a hora de satisfazer seus desejos de estar filiado ao MDB, ou, se tudo der errado, ver os nomes que se destacam e ainda emprestam prestígio ao partido, preferir migrar para outros partidos ao invés de naufragar na barca emedebista.
Que o MDB tocantinense ressurja. E que seja para o bem do povo tocantinense!