“A vingança é a pobre satisfação das mentes pequenas”
JUVENAL
Por Edson Rodrigues
Uma conversa que tomou conta dos bastidores da política tocantinense e, inclusive, já “vazou” para a imprensa, aponta a possibilidade de membros da Câmara Municipal de Palmas rejeitarem as contas do ex-prefeito Carlos Amastha, mesmo com os pareceres positivos dos auditores do tribunal de Contas do Estado.
A rejeição das contas seria uma represália ao fato do vereador Tiago Andrino, apoiado por Amastha como candidato a prefeito nas eleições de 15 de novembro passado, ter revelado a intenção da criação de um “trem da alegria” na Câmara Municipal, com o pagamento de “auxílio paletó” e prêmio por frequência aos vereadores no apagar das luzes da atual legislatura, fato que causou revolta na população e um bloqueio imediato da tentativa por parte do Ministério Público.
Mesa diretora da Câmara Municipal de Palmas
Em sessões extraordinárias relâmpago, realizadas na manhã dessa terça-feira, (1°), os parlamentares votaram pelo retorno do “auxílio-paletó” e do “auxílio-assiduidade”, conhecido como 14º salário. Cada um dos benefícios seria de R$ 12 mil. O auxílio para compra de roupas seria pago uma vez por mandato, logo quando o vereador assumisse. Já o benefício extra, por participação nas sessões, seria depositado ao final de cada ano para os vereadores que participassem da maioria das sessões.
A iniciativa de trazer os dois benefícios de volta foi da mesa diretora da Câmara. Atualmente, ela é composta pelo presidente da casa, Marilon Barbosa (DEM); pelo vice-presidente Vandim do Povo (PSC) e pelos três secretários da mesa, Etinho Nordeste (DEM), Gerson Alves (PSL) e Juscelino Rodrigues (PSDB).
“AUTORIDADE” EM CONTAS
A Comissão de Finanças da Câmara Municipal de Palmas deve ser uma verdadeira “autoridade” em contas para apresentar argumentos contrários aos dos auditores e membros do TCE – e acompanhados de provas -, para desaprovar as contas de Amastha. Ou isso ou a Justiça derruba essa “rejeição” oportunista em um estalar de dedos.
O certo é que os “argumentos” que os atuais vereadores podem ter para uma possível rejeição das contas do ex-prefeito são um profundo desafeto para com o ex-gestor ou para com o o colega Tiago Andrino por conta do bloqueio dos recursos extras que queiram aprovar.
COMPROVAÇÃO
Se os boatos dessa rejeição planejada se confirmarem, os vereadores de Palmas que votarem para derrubar o parecer do tribunal de Contas do Estado estarão comprovando que tudo não passa de vingança política e cometendo um verdadeiro suicídio eleitoral, cujo maior efeito colateral será a ressuscitação política de Carlos Amastha que, certamente, saberá utilizar política e publicitariamente essa manobra irresponsável e desastrosa que se trama na Câmara Municipal de Palmas, saindo de uma grande derrota política direto para os holofotes da mídia – que tanto adora e que tanto sabe tirar proveito.
Como já dizia o ex-presidente e ex-presidiário Luis Inácio Lula da Silva, nada como “aloprados” para colocar tudo a perder....