O vice-presidente da República, Michel Temer assinou, na tarde desta quinta-feira, em São Paulo, o ato de convocação do Diretório Nacional da Legenda para o próximo dia 29 de março. Nesse encontro, o colegiado decidir sobre o rompimento do partido o governo petista de Dilma Rousseff.
Por Edson Rodrigues
Estima-se que a maioria, em torno de 68%, está decidida a consolidar o desembarque. A pedido de Temer, a reunião foi remarcada do dia 28, uma segunda-feira, para o dia 29. A convocação foi aprovada por 12 diretórios estaduais do partido, 3 além do mínimo exigido pelo estatuto.
Temer encontra-se em São Paulo e, amanhã, sábado, recebe em sua residência o presidente do Senado, Renan Calheiros, Eunício de Oliveira, Romero Jucá, Moreira Franco e Eliseu Padilha.
Temer deixou Brasília na véspera da nomeação de Lula como ministro da Casa Civil e só retorna à Capital Federal quando o PMDB tiver totalmente definida sua nova posição.
KÁTIA DEVE BATER EM RETIRADA
A senadora e ministra Kátia Abreu, amiga pessoal da presidente Dilma Rousseff, a quem deve sua indicação ao ministério da Agricultura, onde vem desempenhando um ótimo trabalho, que a consagrou como a ministra mais bem avaliada do governo Dilma, por seus posicionamentos assertivo, sua personalidade forte e seu poder de barganha, somados à sua lealdade canina, tem usado da palavra em reuniões ministeriais para hipotecar seu total apoio à presidente, o que vem a distanciando cada vez mais das diretrizes a serem tomadas pelo PMDB em relação ao governo federal.
Esse posicionamento de Kátia vem desagradando sobremaneira a cúpula do PMDB nacional, que vem rifando Kátia de toda e qualquer reunião da legenda e, ante a decisão a ser tomada no próximo dia 29, de desembarcar de vez da base de apoio ao governo federal, a saída de Kátia partido é dada como favas contadas.
A decisão da Suprema Corte de que presidente, senadores e governadores são donos dos próprios cargos, dá a liberdade para que Kátia saia do PMDB e permaneça senadora e o seu caminho natural será o PSD, partido presidido por seu filho, Iratã Abreu no Tocantins.
Outro grande motivo para que Kátia deixe as hostes do PMDB é a antiga quirela entre ela e o ex-presidente Lula, quando Kátia infringiu a maior derrota do estão presidente ante ao Congresso Nacional, derrubando a tentativa de ressuscitação da CPMF, caso que deixou Lula em permanente estado de conflito com a senadora.
Caso Lula venha, realente a comandar a Casa Civil do governo Lula, Kátia estará fadada ao ostracismo dentro do partido.
Na nossa análise, Kátia não precisa do cargo de ministra para provar seu valor. Sua atuação na Confederação Nacional da Agricultura já provou que ela é a pessoa mais gabaritada para tratar de todo e qualquer assunto que envolva agropecuária no Brasil e coloca qualquer nome que seja cogitado para assumir o seu lugar no ministério, debaixo do chinelo.
FATOR EXTRA
Os companheiros dos Abreu, logo, precisam tomar uma decisão urgente em relação à troca de partido, pois restam poucos dias para a troca de partido o que afetaria, principalmente, os detentores de mandatos eletivos, que têm até a meia-noite de hoje para fazê-lo, sem a perda de seus mandatos.
Mas um fator extra pode complicar a tramitação dessas mudanças, pois o pai da senadora e avô de seus filhos, faleceu e está sendo velado em Goiânia. Os três encontram-se emocionalmente abalados trabalhos políticos estão concentrados nas mãos de seus principais assessores.
SUCESSÃO MUNICIPAL
Com o inevitável desembarque do PMDB da senadora Kátia Abreu e de seus seguidores em palmas e no interior, uma nova configuração política vai influenciar diretamente nas eleições municipais no Tocantins, quando amigos passarão a ser adversários e inimigos passarão a ser aliados, significando grandes perdas e grandes modificações em um jogo onde todos buscam uma tábua de salvação.
GOVERNADOR MARCELO MIRANDA
Em silêncio e sem alarde, mas articulando de forma permanente e incessante com o amigo e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, o governador Marcelo Miranda tem mantido contatos diários com a cúpula nacional da legenda, incluindo aí Renan Calheiros, Romero Jucá, Eliseu Padilha e José Sarney, indicando que assumiu de vez as rédeas do partido no Tocantins.
A partir do próximo dia 21, em sua edição impressa, O Paralelo 13 vai traçar um diagnóstico do quadro político tocantinense e as previsões para as eleições municipais em todo o Estado, com base no cenário que se desenhar após as movimentações de troca de partidos e definições de lideranças.