Durante debate com empresário promovido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) nesta terça-feira (9), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse “não entender” ruralistas simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Da Redação
"Eu queria saber por que o agronegócio gosta do Bolsonaro. O que ele fez (de benefícios para o setor)? Nada", afirmou. A única política vigente para o segmento econômico, afirmou, é a manutenção do já tradicional Plano Safra.
O petista disse que quer debater com representantes do setor, mas brincou que será preciso verificar se alguns deles irão armados para o encontro com o candidato.
“Queremos apenas a chance de conversar com o agro", disse, até "aqueles mais raivosos", reiterou.
Lula chegou a ser aplaudido durante o discurso ao celebrar o uso de tecnologia na agroindústria e na pecuária.
Outro ponto abordado pelo ex-presidente foi a questão climática, citada por ele como prioritária para o país, até mesmo para alavancar o agro.
"E tem ministro dizendo que tem de queimar tudo para passar a boiada", completou Lula, em referência a uma fala do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que, durante uma reunião ministerial com Bolsonaro, defendeu que fosse aproveitada a atenção dada à pandemia para flexibilizar normas ambientais.
Os acenos de Lula aos líderes do agronegócio têm incomodado Bolsonaro. Em reunião realizada com representantes do setor na última semana, o chefe do Executivo afirmou que vai explorar o temor sobre o Movimento Sem Terra (MST) e a indefinição do marco temporal, que trata da demarcação de terras indígenas, para afastar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do setor.
com informações do Valor Econômico