Lula e Wanderlei Barbosa: governos de coalizão para evitar tropeços administrativos

Posted On Sexta, 04 Novembro 2022 07:32
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O segundo turno das eleições presidenciais deixou claro que Lula é bem maior que o PT. Somente ele teve condições de derrotar Jair Bolsonaro.  Um exemplo claro é o Tocantins, em que nenhum parlamentar petista foi eleito ou reeleito, mas que deu a vitória a Lula na corrida pela presidência

 

Por Edson Rodrigues

 

Mas, seu governo terá que ser de coalizão para garantir uma governabilidade mínima, se levarmos em conta a maioria dos parlamentares eleitos para a Câmara e o Senado Federal serem alinhados com as diretrizes de direita.  Lula terá que contar com o apoio maciço do Centrão e dos partidos que fizeram parte do seu grupo político na campanha eleitoral.

 

Esplanada dos Ministérios

 

Para acomodar tanta gente, as previsões são de que, pelo menos, 12 ministérios terão que ser criados para dar lugar no governo à tanta gente, de diferentes legendas, que o apoiou. Mas, como a própria história política de Lula comprova, ele sabe como ninguém fazer isso.

 

Outra questão do governo Lula será evitar, a qualquer custo, deslizes, por mínimos que sejam, para que não traga à tona lembranças dos governos petistas passados.  Se houver, terão que ser dura e imediatamente punidos de acordo com a Lei de Combate à Corrupção. Isso deve ser uma prioridade no seu novo governo.

 

Consequências letais

 

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin serão peças de grande importância e prestígio no futuro governo, justamente por causa da grande composição de partidos que integraram o grupo político que o levou à vitória, composto por elementos do Centrão, representantes do agronegócio, do setor financeiro (bancos), religiosos e agremiações políticas.

 

Serão ele o fio condutor de um governo plural, multipartidário e ideológico, que não poderá, de forma alguma, cometer erros que suscitem a polaridade do período eleitoral.  O país está dividido entre a esquerda, que assumirá o poder, e a direita, que deixa o poder, mas assume o papel de fiscal canino.

 

O governo de Lula precisa trabalhar para os ânimos se desarmem, para deixar claro o fim do período de disputa instalado na campanha eleitoral, que amigos voltem a ser amigos, e que a figura do “inimigo político” desapareça do cenário, ficando apenas a de “adversário”.  Só assim haverá um clima propício para a governabilidade e para que o País avance como precisa, em todas as áreas.

 

TOCANTINS

 

Enquanto isso, no Tocantins, a vitória de Wanderlei Barbosa, conseguida na base do sentimento, do reconhecimento de um trabalho voltado para o povo e pelo povo tocantinense, que reconheceu a preocupação genuína do seu “governador curraleiro” em cuidar, primeiro, do povo, desde que assumiu na interinidade, até o momento em que virou governador de fato e de direito, com a renúncia de Mauro Carlesse.

 

Seu estilo simples, acolhedor e “pé no chão”, encantou o eleitorado tocantinense, que não titubeou em lhe dar mais quatro anos de governo.  Sua atenção ao funcionalismo público, resgatando direitos históricos e cumprindo com seus compromissos, pagando os salários em dia, levaram para o seu lado a imensa maioria dos deputados estaduais, líderes partidários e vários deputados federais.

 

A chegada de Dorinha Seabra, deputada federal e eleita senadora na chapa de Wanderlei, concretizou, de vez, o caráter humanista de sua atuação política, que foi competentemente divulgada por meio do trabalho de marketing político de Lincoln Morais e do secretário de comunicação, Márcio Rocha, que levaram ao conhecimento do povo as realizações, as ações e as intervenções do seu governador curraleiro, que cuidou, não só de administrar o Estado, mas em correr para acudir os atingidos pelas enchentes na Região Norte, da mesma forma com que deu a devida atenção ao setor da Saúde, voltando com a realização de cirurgias eletivas e humanizando o atendimento nas unidades estaduais de saúde pública, sem esquecer dos fornecedores e prestadores de serviço.

 

Assim como Lula, Wanderlei também terá que fazer um governo de coalizão, para encontrar espaço para todas as vertentes políticas que o ajudaram na vitória acachapante que conseguiu ainda no primeiro turno.  Mas, diferentemente do presidente eleito, Wanderlei – e seus familiares políticos, “da ativa e da reserva” – nunca teve seu nome associado a atos não republicanos, e terá na senadora eleita, Dorinha Seabra e no senador Eduardo Gomes, nomes fortes e atuantes no Congresso Nacional a ajudar seu governo a fazer o melhor possível para o povo tocantinense, e pode iniciar seu próximo mandato, em primeiro de janeiro de 2023, com a certeza de estar amplamente apoiado pela população e pela grande maioria da classe política.

 

Aos homens e mulheres de bem do Tocantins, cabe, agora, rogar a Deus para que, tanto o presidente Lula quanto o nosso governador curraleiro Wanderlei Barbosa, façam ótimos governos, pelo bem do Brasil e do Tocantins.

 

Sucessão estadual e nacional, agora, são coisas do passado.

 

Amém!