Bolsonaro diz que povo é o maior poder e volta a defender fim de restrições de circulação. Houve ataques a Lula (vídeo)
Com Agências
Além dele, diversos ministros marcaram presença no ato, incluindo Ricardo Salles, do Meio Ambiente, Tereza Cristina, da Agricultura, e Gilson Machado, do Turismo.
Durante o evento, o mandatário cumprimentou apoiadores, que tomaram grande parte do gramado da Esplanada dos Ministérios.
Os manifestantes usavam trajes verde e amarelo e, a todo momento, erguiam faixas e cartazes pedindo a “criminalização do comunismo”, e a urgência pela aprovação do “voto impresso auditável”, além de tecer críticas a magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF).
Alguns ministros do governo discursaram no local. Ricardo Salles, na ocasião, disse que o “agronegócio é o maior amigo do meio ambiente”.
Braga Netto, por sua vez, afirmou que as Forças Armadas estão inteiramente dispostas para “proteger” o agronegócio.
Bolsonaro, ao falar, reforçou todo seu apreço pelo regime democrático, ao cumprimento integral da Constituição Federal, além de frisar que as manifestações favoráveis ao governo dele têm sido históricas.
Produtores rurais de todo o Brasil, no ato do agro em Brasília, uma multidão
O chefe do Executivo aproveitou para criticar os governadores e prefeitos que “trancaram tudo” e “não se preocuparam com empregos e com o sustento dos cidadãos”.
Ele ainda reforçou o que vem sendo dito nos últimos dias, que não medirá esforços para fazer “tudo o que for necessário para garantir a liberdade, direito ao trabalho e, sobretudo, a dignidade de cada um dos brasileiros”.
NOVO ATAQUE A LULA
Um dia depois de chamar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "bandido", Bolsonaro elevou o tom e se referiu ao petista como o "maior canalha da história do país", repetindo que Lula só ganha em 2022 por meio de fraude, ao fazer nova defesa do voto impresso e auditável.
"Nós queremos eleições em 22 onde o voto possa ser auditado", disse.
"Se tiraram da cadeia o maior canalha da história do Brasil, se para esse canalha foi dado o direito de concorrer, o que me parece é que se não tiver o voto auditado, esse canalha pela fraude ganha as eleições do ano que vem", acrescentou, repetindo a hipótese de uma vitória de Lula por fraude já levantada por ele na véspera.
Os ataques mais agressivos de Bolsonaro contra Lula vieram depois que o instituto Datafolha divulgou esta semana pesquisa mostrando que o petista bate o presidente por 41% a 23% das intenções de voto no primeiro turno na eleição do ano que vem e por 55% a 32% no segundo turno.
Bolsonaro tem repetido seguidamente a necessidade do voto impresso e que o voto seja auditável para as eleições de 2022. Ele afirma não ter ganho a eleição no primeiro turno em 2018 porque teria havido fraude na urna eletrônica --apesar de nunca ter apresentado as provas que diz ter.
Nesse cenário, parlamentares bolsonaristas apresentaram uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para o voto impresso.
Na sexta-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o voto em urna eletrônica é transparente e auditável a cada passo e chamou de político o discurso de quem diz haver fraude no sistema de votação brasileiro.
As declarações de Barroso foram dadas em entrevista coletiva na qual apresentou a nova campanha do TSE em defesa da segurança da urna eletrônica, que completou 25 anos de uso.