O governador Mauro Carlesse, com seu estilo de “matuto”, que traz muita sabedoria sem deixar que os que estão à sua volta percebam, identificou três pessoas para os três postos-chave do seu governo e eles acabaram se tornando os “pilares” de sua administração
Por Edson Rodrigues
O secretário da Fazenda, Sandro Henrique Armando, o secretário de Captação de Recursos e Investimentos, Claudinei Quaresmin e o “coringa”, Chefe de Gabinete do governo, Alan Divino. Eles formam a tríade que realmente decide no governo estadual, e raramente são vistos concedendo entrevistas, em aparições na mídia ou demonstrando qualquer interesse maior, que não seja servir ao governo.
Com esses três pilares e seus demais auxiliares, Mauro Carlesse demonstra ser um político extremamente destemido e corajoso, mas que só age após haver planejamento, como demonstrou diante dos obstáculos que se lhe apresentaram após a posse para o “governo tampão”, herdados das gestões anteriores.
Governador Mauro Carlesse se filia ao PSL
Eleito, então, pela via indireta, após o afastamento de Marcelo Miranda, Carlesse partiu para a formação de uma maioria absoluta na Assembleia Legislativa e, com esse apoio, venceu as duas eleições seguintes, no mesmo ano.
Com base nesse apoio, tomou as medidas impopulares, mas necessárias, que incluíram milhares de demissões de servidores contratados, extinção de cargos em comissão, de secretarias e vários órgãos e congelou salários, para dar início ao reenquadramento do Tocantins à Lei de Responsabilidade Fiscal, formou seu grupo de aliados e vem dando um verdadeiro show na oposição e em seus adversários declarados, governando com o mínimo de preocupação política, com apoio dos membros da bancada federal no Senado e na Câmara.
CASA ARRUMADA
Agora, com a casa arrumada, as atenções voltadas apenas para o combate à pandemia, Mauro Carlesse demonstra estar seguro e confiante em relação ao processo sucessório de 2022, uma atitude que contagiou seus aliados na Assembleia Legislativa e em vários municípios do interior.
Com a casa arrumada e as ações políticas e administrativas em execução, a sua filiação relâmpago ao PSL, nada mais é do que o início dos preparativos para o processo eleitoral, em que se configura cada vez mais certa a sua candidatura à única vaga de senador a ser disputada, com todos os que irão acompanha-lo nessa empreitada já 99% integrados ao grupo político.
AS "OPOSIÇÕES"
Em primeiro lugar, é bom que se ressalte, não existe oposição ao governo Mauro Carlesse na Assembleia Legislativa. 90% dos deputados estaduais são aliados políticos do governador. Trocando em miúdos, a convivência entre os poderes Executivo e Legislativo estaduais é harmônica e, dificilmente essa situação mudará.
O Palácio Araguaia tem uma articulação política fortíssima e, pelo que a situação indica, cumpre os compromissos assumidos com os parlamentares pois, desde o início, nenhum dos deputados aliados esboçou qualquer opinião contrária ao governo.
Ex prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB)
Enquanto isso, os partidos de oposição precisão deixar de “estar” oposição e passar a ser, efetivamente oposição, como vem fazendo o PL dos Vicentinhos e o PSB de Carlos Amastha. Quanto aos demais partidos, precisam cobrar uma posição de seus membros na Assembleia Legislativa, se seguirão as legendas ou se irão solidificar seus posicionamentos, indo para o PSL, junto com Mauro Carlesse e, pela sigla concorrer às suas reeleições.
Deputado Federal Vicentinho Junior e ex-senador Vicentinho Alves (PL)
Esse posicionamento dos parlamentares deve ocorrer até o fim de setembro próximo, com ou sem Reforma Política. Esse é o limite para as definições partidárias e de seus membros que desejam disputar um cargo eletivo em outubro de 2022.
O certo nesta fotografia do momento político é que o Palácio Araguaia larga na frente ao conseguir colocar em prática a preparação de uma plataforma política sólida para o embate eleitoral de 2022, focado, fortemente, na disputa pela única vaga ao Senado, conseguindo trazer consigo a esmagadora maioria dos deputados estaduais candidatos à reeleição e outros, que tentarão um salto para deputado federal.
CINTHIA, AGORA, É CARLESSE
Já nesse início de trabalho, Carlesse marcou um gol de placa ao trazer para seu grupo a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, que representa, nada menos, que o maior colégio eleitoral do Tocantins, mesmo tendo sido eleita com 36% dos votos válidos e de ter conseguido o feito graças ao apoio fundamental do senador Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, que trouxe consigo o MDB estadual e suas lideranças.
Prefeita de Palmas Cinthia Ribeiro (PSDB)
Agora, inserida nas hostes do Palácio Araguaia, Cinthia e quem conseguiu levar, devem frequentar o palanque de Carlesse e do seu candidato ao governo, muito provavelmente, o vice-governador Wanderlei Barbosa.
E o governador continua jogando seu jogo, ao priorizar as articulações para ser o candidato ao Senado, já que há só uma vaga disponível e, certamente, haverá muitos – bons – candidatos, e deixar a decisão do nome da sua chapa para concorrer ao governo do Estado para a ocasião certa, após pesquisas, conversações e acomodações de forças.
Isso é fato!