Porto Nacional , aos 4 dias do mês outubro 2019
A semana está fechando com saldo negativo para a classe política tocantinense. A prisão do ex-governador, Marcelo Miranda, presidente estadual do MDB, do seu pai, Dr. Brito Miranda – já solto após pagar fiança de 200 salários mínimos – e do seu irmão, Brito Jr., deixou o partido exposto perante a opinião pública e nas mãos da Cúpula Nacional emedebistas, que se vê obrigada a tomar uma decisão drástica, para estancar o sangramento.
Mesmo ciente das provas colhidas pela Polícia Federal, que embasaram o pedido de prisão dos clã dos Miranda, seus advogados entraram com pedidos de habeas corpus, negados pela Justiça Federal.
Não está descartada uma decisão em colegiado da Cúpula Nacional do MDB para dissolver o Diretório Estadual e nomear uma Comissão Provisória, para diminuir os estragos e manter o partido em consonância com a legislação eleitoral.
FUNDO PARTIDÁRIO
Com a proximidade do processo eleitoral de 2020 – aliás, com as articulações já avançadas – o MDB precisa ter condições de gerir o Fundo Partidário, recentemente aprovado pelo Congresso Nacional, com um aumento de 48%. No Tocantins, nas últimas eleições, foram quase cinco milhões de reais e, na eleição municipal, esse montante pode dobrar, já que tanto a deputada federal Dulce Miranda e o senador Eduardo Gomes, segundo secretário da Mesa-Diretora do Senado, membro do Conselho de ética, relator setorial do Orçamento do Ministério do Desenvolvimento, vice-líder do governo Bolsonaro e membro da cúpula nacional do MDB, podem turbinar os recursos do fundo Partidário para o MDB do Tocantins.
Com esse aporte de recursos, o partido tem a chance de oxigenar diversas candidaturas a prefeito, vice, vereador e conseguir boas coligações nos 10 principais colégios eleitorais do Estado.
Mas, para isso, precisa estar jurídica e politicamente alinhado com os trâmites legais, o que significa, no caso da provável dissolução do Diretório Estadual, um cuidado extremo em formar uma Comissão Provisória com nomes fichas-limpas e que não tenham nenhum empecilho com a Justiça, desde inquéritos ou investigações, até prestações de contas de anos atrás ainda “agarradas” no TRE e no TSE, entregando à população nomes que transmitam o recado da renovação e da seriedade.
O certo é que o MDB passa por um de seus piores momentos de sua história. Uma crise que provocou o maior desgaste da legenda dentro do Tocantins e que precisa ser contornado o quanto antes e da forma mais serena possível, para que não sobre o menor resquício de dúvida sobre as candidaturas que apresentar em 2020.
Toda a responsabilidade recai sobre o Diretório Nacional, que realiza a sua Convenção no próximo domingo, dia 6.