MDB NACIONAL PODE DESTITUIR MARCELO DA PRESIDÊNCIA DO MDB ESTADUAL, CASO NÃO HAJA PEDIDO PESSOAL DE AFASTAMENTO

Posted On Terça, 01 Outubro 2019 06:56
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O Diretório Nacional do MDB decidiu esperar até a próxima quarta-feira (2) por um pedido de afastamento espontâneo de Marcelo Miranda da presidência do Diretório Estadual da legenda.  Preso pela Polícia Federal após denúncias de corrupção por parte do Ministério Público, praticados junto com seu pai, Dr. Brito Miranda e seu irmão, Brito Jr., o ex-governador do Tocantins enfrenta acusações graves, que envolvem até tortura e assassinato.

 

Por Edson Rodrigues

 

A expectativa do MDB é de que Marcelo Miranda prove sua inocência e retorne de cabeça erguida à cúpula da legenda, mas, antes, deve se afastar para impedir que o partido, no Tocantins, seja prejudicado, ficando impedido jurídica e politicamente de receber repasses do Diretório Nacional, do qual dependem os funcionários, assessores, advogados, gastos com água, luz, telefone e aluguel, entre outros.

 

Uma fonte em Brasília afirmou que Marcelo é muito bem quisto por seus pares partidários e que seu afastamento evitará um desgaste prejudicial ao partido e à própria figura do ex-governador, no caso de um afastamento obrigatório.

 

Segundo nossa fonte, o momento político do MDB no Tocantins é melindroso, em que um companheiro valoroso, com uma vasta folha de serviços prestados ao povo tocantinense, com liderança política genuína, está sob o fogo cruzado da Justiça, com acusações graves: “nós, que conhecemos o Marcelo há muito tempo, acreditamos que, se houve todos os crimes dos quais é acusado, certamente ele não tinha conhecimento da profundidade e da gravidade, principalmente nos casos de assassinato. Estamos todos acompanhando o desenrolar dos fatos, torcendo para que ele consiga provar sua inocência, pois eu e 99% dos tocantinenses não acreditamos que ele tenha compactuado com qualquer coisa que possa ter colocado a vida de alguém em risco.  Tenho certeza de que todos os que conhecem o Marcelo estão muito tristes e continuam confiando em seu caráter de homem bondoso e agregador”, finalizou.

 

COMO CONFIAR NA JUSTIÇA?

Segundo a Polícia Federal, Marcelo Miranda, presenteou o desembargador Ronaldo Eurípedes, ex-presidente do TJTO, com uma caminhonete Toyota Hilux. O presente teria relação com contratos que somam mais de 1,4 milhão de reais celebrados entre o tribunal e construtora controlada pela família Miranda.

 

Esse é só mais um ingrediente no gosto amargo que os tocantinenses sentem ao se tocar no assunto Justiça no Estado.  O episódio Ca caminhonete soma-se aos resultados da Operação Maet foi realizada pela Polícia Federal em 2010. Na época, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou os desembargadores Willamara Leila, Carlos Souza e Liberato Povoa, do Tribunal de Justiça de Tocantins, suspeitos de participar de um esquema de venda de sentenças e de manipular autorizações para o pagamento de precatórios.

 

A operação investigou suposta venda de decisões no Tribunal de Justiça do Tocantins. Na época, desembargadores foram afastados dos cargos. Alguns investigados já foram julgados administrativamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e receberam, como punição, a aposentadoria compulsória, mas a ação penal não foi finalizada.

 

A Justiça determinou em maio deste ano o bloqueio de R$ 9,4 milhões em bens da ex-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins Willamara Leila de Almeida e do desembargador Amado Cilton Rosa, que está afastado do cargo desde 2011.

 

As supostas irregularidades teriam acontecido entre os anos de 2009 e 2010 e foram alvos da Polícia Federal na Operação Maet. A desembargadora Willamara Leila foi aposentada compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça em 2012. Enquanto Amado Cilton foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça em 2011.

 

O bloqueio também atinge a esposa de Amado Cilton, Liamar de Fátima Guimarães Rosa. De acordo com a decisão, ela teria intermediado um encontro entre o marido e um advogado para facilitar a venda da decisão por meio de um mandado de segurança.

 

A decisão ainda não trata sobre as supostas irregularidades. Sendo que apenas determina o bloqueio de bens, móveis e imóveis, e de possível dinheiro existente nas contas bancárias dos investigados.

 

Não se pode generalizar, como se todos os membros do Judiciário fossem corruptos e temos exemplos de honestidade e retidão da maioria dos membros da nossa Justiça Estadual.  Mas, ao mesmo tempo, não se pode negar, que os afastamentos denegriram a imagem do Judiciário e deixam a sensação de descrédito a cada sentença publicada.

 

Cabe ao presidente da Corte se pronunciar como o único representante legal da instituição, em nome de todos os bons homens e mulheres que ali labutam, para evitar que o silêncio se transforme, na boca do povo, em solidariedade aos envolvidos.