O MDB tocantinense segue à deriva, mesmo com os resultados obtidos nas urnas e a conquista de um senador eleito com 248.358 votos – Eduardo Gomes, o mais bem votado no Estado
Por Edson Rodrigues
A culpa não pode ser jogada nas costas do presidente estadual da legenda, Derval de Paiva e, sim, dividida com todos os componentes da Executiva Estadual, responsável por mobilizar e organizar as estratégias nas principais cidades, consequentemente, os maiores colégios eleitorais do Tocantins.
A desunião no partido é tão grande que em Porto Nacional, Capital da Cultura, houve uma intervenção no diretório municipal, há alguns anos, dissolvido depois de eleger, democraticamente a senhora Maria Deuselise. Foi criada uma comissão provisória e, provisória ficou, até hoje sem uma restruturação, sem um diretório formalmente eleito.
O MDB conta com cinco parlamentares estaduais, uma federal e um senador ai na foto, Freire Junior, Josi Nunes, que saiu do partido, Claudia Lélis (PV), Marleo Miranda, Derval de Paiva, Moisés Avelino, Milton Franco e Valdemar Junior
Segundo O Paralelo 13 apurou, em 78% a 80% dos municípios tocantinenses o MDB encontra-se nessa mesma situação, sem diretório e sem comissão provisória, incluindo cidades-chave, como Araguaína, Gurupi (terceiro maior colégio eleitoral do Estado), Colinas Guaraí, Dianópolis, Natividade, Cristalândia e outras dezenas de cidades. Traduzindo em miúdos, o MDB, para a Justiça Eleitoral, efetivamente não existe para a Justiça Eleitoral em todos esses municípios!
INCOERÊNCIA
Chega a ser incoerente um partido que tem vários prefeitos e vereadores, cinco deputados estaduais, uma deputada federal, um senador da República recém-chegado, dois ex-governadores (Moisés Avelino e Marcelo Miranda) e milhares de lideranças nos 139 municípios do Estado, deixar seu lado institucional, organizacional e formal, largado ás moscas, sem o menor interesse em se legalizar para se preparar para as eleições de 2020.
Em conversa particular com quatro lideranças tradicionais do MDB, três delas com mandato eletivos, todos foram unânimes: só não constituem diretórios para não perder o controle do mando do partido no Estado.
Muitos líderes estão pensando em deixar o confuso MDB, com medo de não conseguir registrar suas candidaturas aos executivos e legislativos municipais, pois, com o fim das coligações proporcionais, serão os partidos que ganharão força, ficando com mais possibilidades de se eleger aqueles que foram fortes pessoalmente, forem bons de voto, bons líderes, mas sem contar com a retaguarda das legendas. Será uma eleição com um formato totalmente novo.
BOM DE VOTO
Mesmo com toda essa desorganização, o MDB tocantinense continua sendo um partido “raiz”, com bons representantes e boas lideranças nos 139 municípios, reunindo desde os eleitos até lideranças classistas, ex-vereadores, ex-prefeitos, ex-deputados estaduais e federais, ex-senadores e ex-governadores. Se conseguir se reorganizar, pode vir a ser o partido mais forte nas próximas eleições municipais e, consequentemente, na próxima disputa pelo governo do Estado.
Para isso, basta se deixar oxigenar com a chegada de quadros como o senador Eduardo Gomes, que vem para somar com os líderes históricos do partido, mostrando que há outros meios de fazer política de forma prática e eficiente.
Secretário da mesa do Senado e sub-relator do Orçamento, amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro e com portas abertas nos ministérios, Eduardo Gomes pode mostrar ao MDB do Tocantins que ainda há meios serenos, como nos tempos de Ulysses Guimarães, de mostrar ao povo que o MDB é o partido do cidadão de bem, do povo trabalhador e dos que querem a democracia acima de tudo.
Basta um pouquinho de boa vontade...