Por Ricardo Noblat
É forte o assédio ao general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, para que ele se comprometa em não tentar a reeleição caso Jair Bolsonaro seja impedido de completar seu mandato.
Há poucos políticos entre os que assediam Mourão. Há militares, da reserva e da ativa, empresários do eixo Rio-São Paulo-Minas Gerais ou seus representantes. O general não abre a guarda.
Itamar Franco, vice de Fernando Collor, não precisou assumir tal compromisso. Não havia reeleição à época. Temer assumiu, embora tenha cogitado mais tarde em se reeleger.
Mourão é alvo de vigilância dos órgãos de espionagem do governo. Está sendo monitorado o tempo todo e sua equipe de segurança coleciona indícios disso. É muito cuidadoso quando fala ao celular.
No dia em que blindados da Marinha desfilaram na Praça dos Três Poderes a pretexto de entregar um convite a Bolsonaro, ele reuniu-se com o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal.
A reunião foi na casa de Barroso, no bairro do Lago Sul. Bolsonaro ficou sabendo dela antes mesmo do general despedir-se do ministro. Descontrolou-se e disse todos os desaforos que conhece.
O estado de desidratação de Bolsonaro preocupa Lula e os que apoiam sua candidatura. Um Bolsonaro pela tabela poderá dar lugar no segundo turno a outro nome.
Lula carece de Bolsonaro para se eleger e a recíproca é a mesma. Lula joga praticamente parado porque sua vaga no segundo turno parece assegurada. Bolsonaro cria confusão porque a dele não está.