Empresa que desenvolve chip cerebral busca aprovação regulatória para testes clínicos
Por Roseli Andrion
Elon Musk nunca para. Nem suas empresas. Na quarta-feira (30), o empresário anunciou a Neuralink, que desenvolve chips cerebrais, deve começar testes clínicos em seis meses de um dispositivo sem fio. Segundo ele, as duas primeiras aplicações serão a restauração da visão e a possibilidade de movimento em pacientes que não podem fazê-lo.
Nos últimos anos, a Neuralink realiza testes em animais enquanto busca a aprovação para iniciar os testes em humanos. Musk explica que os pesquisadores querem ter certeza de que o dispositivo funciona bem antes da próxima etapa. “Achamos que em cerca de seis meses podemos ter o primeiro Neuralink em um ser humano", diz ele.
O empresário afirma que, "mesmo que alguém nunca tenha enxergado, nunca, como se tivesse nascido cego, acreditamos que ainda podemos restaurar a visão". Outra ambição de Musk é fundir o cérebro com inteligência artificial. Ele espera que seu chip permita ao cérebro controlar dispositivos eletrônicos complexos, ajude a recuperar a função motora em indivíduos com paralisia e trate doenças cerebrais como Parkinson, demência e Alzheimer.
Em 2019, durante uma apresentação da empresa, Musk afirmou que pretendia receber a aprovação regulatória até o fim de 2020. Já em 2021, ele disse que esperava iniciar os testes em humanos em 2022. A empresa perdeu prazos internos para obter a aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA para testes em humanos.
Em sua última apresentação pública, há mais de um ano, a Neuralink exibiu um macaco com um chip no cérebro. Ele jogava um game de computador com o pensamento.
Musk já abordou a rival Synchron sobre um investimento — depois de mostrar insatisfação com o progresso lento da Neuralink. A concorrente implantou seu dispositivo em um paciente nos EUA em julho, depois de receber autorização da FDA para testes em humanos em 2021. Na Austrália, a Synchron concluiu estudos com quatro pacientes.