NÃO DEIXE A POLÍTICA DESTRUIR SUAS AMIZADES

Posted On Domingo, 06 Setembro 2020 07:18
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As amizades construídas há décadas estão enraizadas nos corações e nas almas dos que nutrem esse sentimento e estão acima de tudo o que pode ser produzido, comentado, criticado ou informado, durante uma campanha política.

 

Por Edson Rodrigues

 

 

As eleições municipais já são fato, estão se oficializando nas convenções partidárias que ocorrerão até o próximo dia 15, e os debates e o proselitismo passam a ser uma constante na vida dos cidadãos, que procuram se informar sobre os nomes que estão cotados para concorrer às vagas de prefeito e vereador em todos os municípios brasileiros.  Seja nas redes sociais, seja nas – nada recomendadas em tempos de pandemia – rodinhas de discussão, o assunto do momento já são os candidatos, seus defeitos, suas qualidades, os que são “limpinhos”, os que têm sujeira na ficha, os que tiveram um passado nebuloso e os que sempre estiveram acima do lamaçal da corrupção, todos estão em voga neste momento de exercício da democracia. 

Mas, antes de tudo, é preciso haver bom senso e equilíbrio nessa etapa do ano eleitoral.

 

A política não pode, jamais, suplantar a importância de uma amizade.  A política entra em voga a cada dois anos.  Uma amizade, se bem cultivada, pode durar por toda uma vida.

 

TODO CUIDADO É POUCO

É por isso que ressaltamos que todo cuidado é pouco para que amizades longevas não sejam “trincadas” por atitudes que algumas pessoas tomam, provocadas pelo calor da política.

 

Na política, assim como no futebol, há um percentual muito alto de paixão envolvido.  Dessa forma, é fácil ver pessoas pacatas se transformarem em “cachorro doido”, outros em “baba-ovos”, cada um agindo de acordo com seu grau de envolvimento na campanha do seu “político de estimação”.

 

Nesta eleição, tudo isso vai ser multiplicado por 100, por conta das redes sociais, que permitem a troca de mensagens – e opiniões – quase que em tempo real e pode até resguardar os mais afoitos, por conta do “pseudo anonimato” oferecido pelas contas fake, o que pode transformar a campanha em um mar de fake News, denuncismo e mágoas, por mais que, insistimos, campanhas feitas com acusações são coisas do passado.

 

 

Logo, queremos fazer um alerta aos eleitores mais apaixonados: defenda seu candidato com todas as suas forças, mas não agrida seus amigos, familiares ou conhecidos que discordarem de você.  Os políticos se entendem entre si, e não dão a mínima para a sua atuação durante a campanha.  E cabe aos políticos a defesa por atos não republicanos que, porventura, tenha praticado.  Não assuma o papel de advogado do diabo.

 

EXEMPLOS: RETROVISOR X PARABRISA

Podemos exemplificar com facilidade o que afirmamos acima.  Basta um breve exercício de memória.

 

Quantos e quantos políticos já estiveram, juntos, em um mesmo barco e, certo tempo depois, mudaram para uma embarcação que ia em sentido contrário à anterior, sem nem ao menos ouvir seus eleitores e apoiadores mais apaixonado?

 

Kátia Abreu já fez isso, Ataídes Oliveira, Cínthia Ribeiro, Professora Dorinha, dezenas de deputados estaduais, prefeitos, vereadores, centenas de lideranças políticas.... todos eles mudaram de partido de acordo com os seus interesses pessoais ou de grupo político.

 

Esses são movimentos comuns no tabuleiro político, onde as peças principais se movimentam de acordo com o fluxo do poder.  Quanto mais próximo dele, melhor.

 

Por outro lado, até poucos dias atrás, próximo à data limite para as filiações partidárias para garantir a candidatura para as eleições de 15 de novembro, houve um tom de bravata nas redes sociais e até na imprensa, envolvendo os prefeitos de Araguaína (candidato ao governo do Estado em 2022), de Palmas, de Gurupi e de Porto Nacional, todos direcionando farpas contra o governo de Mauro Carlesse.

 

O prefeito de Porto Nacional foi além, e postou vídeos e deu entrevistas deixando a entender para a população portuense que Mauro Carlesse “mentia quando garantiu a construção da nova ponte sobre o Rio Tocantins”.

 

Depois disso, Mauro Carlesse e os prefeitos de Araguaína, Ronaldo Dimas, de Palmas, Cínthia Ribeiro, estiveram reunidos para a formação de uma parceria para o enfrentamento da Covid-19.  O governo do Estado liberou três milhões e meio de reais para a Saúde de Araguaína e acertou com a prefeitura de Palmas um incremento da participação do Estado no combate à pandemia na Capital.

 

Já o prefeito de Porto Nacional, Joaquim Maia, fechou as portas para o diálogo e encarou a oposição ao governo do Estado como pessoal, se distanciando ainda mais do Executivo Estadual e colocando em risco as famílias portuenses por conta de seus interesses pessoais.

 

Já o prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, tem seu posicionamento político de oposição, mas nunca levou para o lado pessoal, priorizando os interesses da coletividade, mantendo uma convivência civilizada, sempre abrindo o diálogo institucional com o Governo do Estado.

 

CONCLAMAÇÃO

Pois bem.  Ante o acima exposto, conclamamos os apoiadores dos seus candidatos a prefeito e a vereador em todo o Estado, a agir dentro dos ditames democráticos, a evitar agressões pessoais, principalmente nas redes sociais, pois, dentro de 60 dias, a campanha já estará findada e fará parte do passado.

 

Deixem os candidatos se digladiarem pelo poder, pois ele é passageiro.  Já a paz de espírito, e as amizades, não.

 

 

Preservem suas amizades em detrimento do jogo político.  Simplesmente, não vale a pena!

 

A VERDADE

Guardamos para o fim uma explanação mais assertiva aos eleitores.  Por favor, consultem os resultados das eleições municipais e estaduais nesses 32 anos de existência do Tocantins, e preste atenção nos nomes e nos partidos que venceram e nos concorrentes de cada pleito.

 

O eleitor vai compreender que os mesmos nomes sempre estiveram próximos ou com o poder em suas mãos, assim como os partidos que os alçaram ao poder.  O jogo político cuida só de si e dos seus, não se importa com as prioridades e demandas da população.  Quem fez papel de “cachorro doido” ou de “baba ovos”, continua a fazer parte do quinto escalão na escala de prioridades dos políticos eleitos. Os cargos ou benesses que conseguiram com suas atuações na campanha passada, servem apenas para sobreviver.  São os salários mais baixos de qualquer governo.

 

Logo, não vale à pena se expor nem se desentender com amigos, parentes e conhecidos.

 

Faça seu trabalho sem agressões.  A política não vale um décimo das suas amizades.

 

Fica a dica!